Atletas compartilham suas resoluções para o ano novo de 2024 (e também algumas do passado)

A pouco menos de sete meses dos Jogos Olímpicos, conversamos com vários astros do esporte sobre os objetivos para o ano, que vão além dos resultados esportivos. Alguns inclusive relembraram metas que estabeleceram no passado. Confira.

6 minPor Sean McAlister
Marcus D'Almeida.

Com o novo ano chegando, é o momento perfeito para começar do zero e estabelecer (e esperançosamente manter) resoluções para 2024.

Em ano Olímpico, não é difícil imaginar que para muitos atletas, o maior objetivo será a obtenção – e até mesmo a medalha – em Paris 2024.

No entanto, embora os próximos Jogos possam muito bem ser o foco principal das atenções, os resultados no âmbito esportivo não fazem parte unicamente dos objetivos que eles resolveram estabelecer para o próximo ano.

Descubra uma seleção com as resoluções de ano novo de várias referências do esporte, bem como algumas que fizeram no passado e que inclusive foram difíceis de cumprir.

Mudanças na dieta para o ano novo

Depois dos merecidos excessos das festas de fim de ano, uma das resoluções mais comuns que as pessoas tomam é mudar a alimentação.

Para os futuros atletas Olímpicos, as escolhas que fazem para sustentar as suas atividades atléticas podem ter um grande impacto no desempenho.

Entretanto, mesmo os maiores atletas têm os seus pontos fracos.

Para o maratonista britânico Chris Thompson, a guloseima saborosa que ele achou impossível abandonar é um alimento básico em seu país: batatas fritas.

“Eles são meu motivo de culpa desde que me lembro”, comentou Thompson para o Olympics.com. “Algumas vezes consegui ficar longe delas por um curto período de tempo como resolução de ano novo, mas não resisto e volto para a batata frita.”

O nadador norte-americano Carson Foster também teve dificuldade em cumprir as suas resoluções de ano novo baseadas na dieta, embora em uma modalidade em que a queima de energia é enorme, sair da linha nem sempre é algo ruim.

“Tentei ficar sem açúcar algumas vezes, mas é tão difícil e, especialmente como atleta, você queima tanta caloria que come tudo o que vê pela frente”, disse ele, antes de revelar uma guloseima que certamente não estará fora do cardápio da ceia de ano novo para a maioria.

“Eu e minha noiva sempre adoramos tomar sorvete. Não faço isso com frequência porque estou sempre treinando e quero estar em boa forma ou algo assim, mas provavelmente fazemos isso uma vez a cada duas semanas. Saímos e tomamos um sorvete. Essa é a minha ‘escapadela’ favorita.”

Decisões para toda uma vida e tempo para agradecer

Uma atleta que se manteve firme na resolução de Ano Novo é a estrela brasileira do rugby, Luiza Campos, que tomou a decisão de sair do lugar onde nasceu para viver na maior cidade da América do Sul.

Ao mesmo tempo que encarava uma adaptação nada fácil, se esforçava ao máximo dentro de campo. Os resultados dos seus esforços são agora claros para todos, depois de haver disputado duas edições de Jogos Olímpicos, competindo na Rio 2016 e em Tóquio 2020.

“Minha resolução de ano novo mais difícil foi ter que decidir se me mudaria para São Paulo e viveria uma vida de atleta, ou se ficaria em Porto Alegre [sua cidade natal] e viveria uma vida normal”, explicou a gaúcha.

“Estou feliz por ter escolhido vir para São Paulo.”

Para o também brasileiro Marcus D’Almeida, medalhista de prata no tiro com arco recurvo individual masculino no Mundial de 2021 e bronze no de 2023, o ano novo é mais para agradecer pelo que se tem do que para tomar resoluções que podem não resistir ao longo do tempo.

“Fui criado pela minha mãe para agradecer na véspera de Ano Novo”, explicou ele. “É difícil pedir alguma coisa, sabe? Portanto, não consigo me lembrar do que pedi, mas consigo me lembrar de tudo pelo que fui grato.

“E tenho muito a agradecer este ano.”

Podcast do Olympics.com | Marcus D'Almeida e a trajetória pela flecha de ouro em Paris 2024

Britain's two-time Olympic swimming relay gold medallist James Guy

(2023 Getty Images)

Objetivos de vida, no esporte e necessidades humanas básicas

É claro que nenhum aspirante a atleta Olímpico entrará no ano sem pelo menos uma resolução relacionada aos próximos Jogos.

“Acho que em termos de natação ou talvez até mesmo da minha vida diária, [é] tentar ser disciplinado acima de tudo”, disse o nadador britânico e duas vezes medalhista de ouro Olímpico, James Guy.

“Mas em termos diários, estar um pouco mais cheio de energia, um pouco mais do que estar tristonho ou um pouco cansado, tentar ignorar isso, colocar isso de lado e ser um pouco mais enérgico, mais grato por onde estou hoje."

A pugilista cabo-verdiana Nancy Moreira tem como objetivo algo compartilhado por milhares de candidatos a atletas Olímpicos nos próximos meses.

“Sem dúvida é lutar muito para se classificar para as Olimpíadas”, comentou Nancy. “Estou disposta a fazer o possível para conseguir isso.”

Entrevista | Nancy Moreira e o boxe, a maternidade e o sonho Olímpico

Para a skatista brasileira Gabi Mazetto, sua meta é algo com que todo atleta se identifica: "Gostaria de ter um bom ano e estar livre de lesões", simplesmente resumiu.

Para a sua companheira de seleção, Pâmela Rosa, há uma necessidade humana ainda mais básica, que ela espera desfrutar após a exaustiva agenda de um ano que a viu conquistar a prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile.

"Preciso descansar um pouco!" refletiu a joseense de 24 anos.

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Ser mais gentil consigo mesmo em 2024

É claro que, com tantos grandes objetivos grandiosos em ano Olímpico, é fácil perder de vista a jornada que você está percorrendo – cheia de altos e baixos ao longo do caminho.

Para a estrela italiana do taekwondo Simone Alessio, uma resolução que ele está determinado a manter envolve aceitar que as coisas nem sempre correrão como desejamos e perceber que o mais importante é focar nas suas mais amplas ambições.

“Minha resolução para o final do ano é não ficar frustrado tão facilmente, mas sim procurar olhar para o panorama geral, não para um único aspecto.

“O ano [2023] começou bem, mas terminou bastante mal com três competições onde não ganhei medalha, então a frase que me acompanhou ao longo do ano é ‘tudo é bom para Paris’...

“Eu dizia a mim mesmo: 'Não, perdi, é vergonhoso, tenho que fazer mais', quando na realidade os meus colegas de equipe diziam: 'Você está indo bem, não se preocupe, confie no processo'.

“Então talvez o meu objetivo para 2024 seja não olhar para os meus erros individuais, mas sim olhar para o processo como um todo.”

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