Como assistir ao esqui cross-country nos Jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022

O esqui cross-country verá atletas competirem entre si em eventos de velocidade e resistência em dois estilos, livre e clássico. Saiba tudo o que deve acompanhar nessas provas de tirar o fôlego.

8 minPor Jo Gunston
Norway women cross-country skiing
(2018 Getty Images)

Um total de 296 esquiadores cross-country - 148 homens e mulheres - vão competir nos Jogos Olímpicos de inverno Beijing 2022.

A competição de 12 eventos vai acontecer no Centro Nacional de Cross-Country, na Zona de Zhangjiakou, onde a disputa corpo-a-corpo na zona da chegada é um aspecto curioso do esporte. Os atletas frequentemente caem no chão ao cruzar a linha de chegada para recuperar o fôlego devido ao esforço extremo das corridas.

Os 12 eventos estão divididos entre seis femininos e seis masculinos, que acontecerão entre 5 e 20 de fevereiro.

Leia para saber mais sobre a programação das provas e como você vai poder acompanhá-las.

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Os eventos e disciplinas do esqui cross-country em Beijing 2022

Existem dois tipos de eventos do esqui cross-country - resistência e velocidade -, disputados em dois estilos, o livre e o clássico. A técnica do estilo livre é um esqui lado-a-lado e o clássico é o avanço com os esquis em paralelo. Ambos os estilos são usados no revezamento.

Há também duas diferentes maneiras para a largada: uma em massa, como em uma maratona, e outra individual, um atrás do outro, semelhante ao contrarrelógio do ciclismo.

Eventos do feminino

  • 10km clássico
  • 7,5km + 7,5km skiathlon
  • Velocidade livre
  • Velocidade por equipes clássico
  • Revezamento 4x5km
  • 30km largada em massa livre

Eventos do masculino

  • 15km clássico
  • 15km + 15km skiathlon
  • Velocidade por equipes clássico
  • Revezamento 4x10km
  • 50km largada em massa livre

Estrelas do esqui cross-country para acompanhar em Beijing 2022

O esqui cross-country tem suas origens na Noruega - a palavra esqui vem do nórdico antigo 'skid', que se refere a um pedaço de madeira - e por isso não é surpresa o país ser a força dominante nesse esporte. Ele está no topo do quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos de Inverno com 121 (47 de ouro), bem à frente dos mais diretos perseguidores, os vizinhos suecos (80 medalhas).

No entanto, algumas mudanças podem estar em andamento, principalmente no evento feminino, e especialmente após a aposentadoria da atleta mais bem-sucedida na história dos Jogos Olímpicos de Inverno. A norueguesa Marit Bjørgen encerrou sua carreira Olímpica após PyeongChang 2018 com 15 medalhas em Jogos em seu nome, sendo oito delas de ouro.

Durante o Tour de Ski, em dezembro, seis países diferentes terminaram nas primeiras posições na prova feminina dos 10km clássico (Rússia, Noruega, Finlândia, Suécia, Alemanha e Áustria).

Em PyeongChang 2018, na velocidade por equipes estilo livre, as norte-americanas Kikkan Randall e Jessie Diggins surpreenderam a todos e a si mesmas, tornando-se as primeiras mulheres dos Estados Unidos a conquistar o ouro Olímpico no esporte. A surpresa era tanta no final da prova Diggins virou para Randall e perguntou, "Nós vencemos os Jogos Olímpicos?"

Diggins manteve sua forma nesta temporada, apenas perdendo a defesa do título geral do Tour de Ski que ela obteve na temporada 2020-2021 por conta de uma colisão - no quarto de seis eventos - com Frida Karlsson, que foi desclassificada pela infração.

Karlsson também será um nome para acompanhar, tendo vencido a prova dos 10km clássicos na primeira corrida da Copa do Mundo da temporada.

Diggins estará entre os nomes de Beijing 2022, bem como Natalia Nepryaeva, do ROC, que ficou no topo da classificação geral na edição 2021-2022 do Tour de Ski. A sueca Ebba Andersson que ficou em segundo, além da super estrela norueguesa Heidi Weng, que ficou em terceiro, podem também se destacar. A dupla finlandesa de Krista Pärmäkoski e Kerttu Niskanen ficaram em quarto e quinto, respectivamente.

A sueca Jonna Sundling também é um nome a ser considerado, já que ela foi campeã por velocidade e por equipes no mundial.

Tendo conquistado todos (exceto um) os eventos masculinos no Mundial de 2021 e todos (menos dois) em PyeongChang 2018, a equipe norueguesa é a ser batida, e tem como grande estrela Johannes Hoesflot Klaebo.

O atleta de 25 anos de idade - treinado pelo avô - faturou três medalhas de ouro em PyeongChang 2018 e chega aos Jogos em Pequim tendo repetido a tríplice obtida no Mundial de 2021.

Mais recentemente ele, que é especialista em velocidade, dominou o Tour de Ski, vencendo o título geral por mais de dois minutos de vantagem, uma boa margem. O compatriota Emil Iversen parece ser quem está na melhor forma nos eventos de resistência, tendo vencido a largada em massa de 50km no mundial de fevereiro. A Noruega fez todo o pódio nos dois eventos, no por velocidade estilo clássico e no individual estilo livre de 15km, por isso a equipe está recheada de talento.

O grande rival de Klaebo, Alexander Bolshunov (ROC) também está entre os nomes para ficar de olho, tendo feito uma grande exibição no Tour de Ski, ao terminar em segundo atrás de Klaebo na classificação geral. O finlandês Iivo Niskanen ficou em terceiro e parece forte para os Jogos em Pequim, mas talvez só possa sonhar em repetir a façanha de faturar o ouro no mesmo dia que sua irmã, Kerttu Niskanen, como fizeram no Tour de Ski em dezembro.

LEIA MAIS: Grandes rivalidades Olímpicas de inverno: Johannes Klaebo e Alexander Bolshunov no esqui cross-country

A programação do esqui cross-country em Beijing 2022

Local: Centro Nacional de Cross-Country, na Zona de Zhangjiakou

(Todos os horários estão em hora local de Pequim, UTC+8 e 11 a mais em relação a Brasília BRT+11)

5 de fevereiro
15:45 - Feminino 7,5km + 7,5km Skiathlon

6 de fevereiro
15:00 – Masculino 15km + 15km Skiathlon

8 de fevereiro
16:00 – Classificação do feminino de velocidade (estilo livre)
16:50 – Classificação do masculino de velocidade (estilo livre)
18:30 – Quartas de final do feminino de velocidade (estilo livre)
18:55 – Quartas de final do masculino de velocidade (estilo livre)
19:25 – Semifinais do feminino de velocidade (estilo livre)
19:35 – Semifinais do masculino de velocidade (estilo livre)
19:47 – Final do feminino de velocidade (estilo livre)
20:00 – Final do masculino de velocidade (estilo livre)

10 de fevereiro
15:00 – 10km feminino estilo clássico

11 de fevereiro
15:00 – 15km masculino estilo clássico

12 de fevereiro
15:30 – Revezamento feminino 4x5km

13 de fevereiro
15:00 – Revezamento masculino 4x10km

16 de fevereiro
17:00 – Semifinais do feminino de velocidade por equipes clássico
17:40 – Semifinais do masculino de velocidade por equipes clássico
19:00 – Finais do feminino de velocidade por equipes clássico
19:30 – Finais do masculino por equipes clássico

19 de fevereiro
14:00 – 50km da largada em massa masculino estilo livre

20 de fevereiro
14:30 – 30km da largada em massa feminino estilo livre

Clique aqui para conferir toda a programação do esqui cross-country em Beijing 2022.

Como assistir ao esqui cross-country em Beijing 2022

Um atleta precisa estar física e mentalmente em seu auge durante os seus desafiadores eventos do esqui cross-country Olímpico. Isso é fato. A competição começa justo no dia seguinte após a Cerimônia de Abertura e não termina até o último dia dos Jogos, em 20 de fevereiro. No meio disso, os atletas competem em provas de velocidade, resistência e revezamento.

Presumindo que o atleta esteja em excelentes condições, o que precisa ser observado também é a preparação do equipamento (algo controlável) e as condições climáticas (incontroláveis).

Os técnicos de esqui são fundamentais em preparar os esquis perfeitamente para quaisquer condições do clima e da pista em que os atletas partem para competir. Encerar muito os esquis pode fazer com que o esquiador não adquira tração nas subidas do percurso, ao passo que pode escorregar demais nas descidas e sofrer uma queda. Deixar os esquis bastante aderentes pode fazer com que o esquiador não ganhe velocidade para deslizar nas partes mais planas do traçado.

No evento de resistência do skiathlon, há também uma troca de 'pneus' no estilo da Fórmula Um, no meio do caminho, quando os competidores trocam os seus esquis clássicos para os de estilo livre o mais rápido possível.

A precipitação de neve pode alterar as condições da pista, bem como a temperatura, muito quente, muito fria, ou as condições que variam ao longo da corrida. Tudo pode impactar no desempenho do atleta, não importa o tamanho da sua habilidade.

O erro humano também pode prejudicar uma prova, como nas largadas em massa, em que todos partem juntos em vez de um por um. Um caído no chão pode gerar um efeito dominó, o que pode eliminar atletas, não importa se é favorito a medalha ou um azarão com talvez apenas uma chance de competir em Jogos Olímpicos.

Quem conseguir combinar todos esses aspectos do esporte da melhor maneira, terá chances de faturar uma medalha no dia. Mas, mesmo assim, poderão eles manter o alto desempenho diariamente em Beijing 2022?

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