Alison dos Santos bate em barreiras e termina em quinto no Mundial de Atletismo 2023: 'Estarei de volta mais forte em Paris'
Brasileiro, que passou por cirurgia no joelho em fevereiro e havia disputado apenas uma prova dos 400m com barreiras antes de Budapeste, bateu em dois obstáculos e perdeu terreno. Ouro ficou com o campeão Olímpico e recordista mundial Karsten Warholm, prata com Kyron McMaster, das Ilhas Virgens Britânicas, e bronze com o americano Rai Benjamin.
O sonho de Alison dos Santos de mais um pódio em Mundiais de Atletismo não se concretizou em 2023. O brasileiro terminou em quinto lugar nos 400m com barreiras masculino nesta quarta-feira, 23 de agosto, em Budapeste, na Hungria.
Vencedor da prova em 2022, Piu bateu na oitava barreira e se desestabilizou na prova, fazendo 48.10, longe de sua melhor marca. O ouro ficou com o norueguês Karsten Warholm, atual campeão Olímpico e recordista mundial, com 46.89, a prata com Kyron McMaster, das Ilhas Virgens Britânicas, com 47.34, e Rai Benjamin, dos EUA, foi bronze, com 47.56. Esta foi a primeira medalha do arquipélago caribenho em Mundiais.
Em fevereiro, Piu sofreu uma lesão no menisco do joelho direito e precisou decidir qual procedimento fazer. O brasileiro optou pela remoção parcial do menisco, a fim de se recuperar a tempo do Mundial. Ele conseguiu disputar apenas uma prova antes de Budapeste, na Diamond League de Mônaco, ficando atrás de Warholm.
Correndo na raia mais aberta, a nove, Alison sofreu pressão de McMaster, que estava ao seu lado, e bateu na oitava barreira, perdendo ritmo e esbarrando também na décima, sem conseguir brigar pelo pódio no final.
Em 2022, os papéis estavam invertidos. Warholm chegava ao Mundial em recuperação de lesão, enquanto Piu estava em sua melhor forma. No entanto, as condições eram melhores para o norueguês neste ano. Benjamin, por sua vez, manteve sua consistência e continua dando trabalho, enquanto novos nomes surgem, como McMaster e o jamaicano Roshawn Clarke, quarto colocado.
"Tenho que estudar, tenho que ver o vídeo. Falta de ritmo... Entreguei meu máximo", disse Piu ao Sportv após a final. "Competi pouco na temporada, com esse nível de competidor. Estou feliz de estar aqui e saudável. Ano que vem é Paris, estarei de volta mais forte", acrescentou.
"Não vou reclamar, estou feliz de estar saudável e de poder continuar a correr na temporada", comentou o brasileiro à imprensa internacional. "Estou animado para Paris, para os Jogos Olímpicos, é sempre diferente. Só posso falar que estarei pronto."
Jucilene Sales de Lima é primeira brasileira na final do dardo
A quarta-feira (23) não foi só de notícias ruins para o Brasil. Jucilene Sales de Lima foi a primeira brasileira a alcançar uma final do lançamento do dardo feminino com 59.76m, a 11ª melhor marca das eliminatórias. Ela disputa a decisão na sexta (25) às 15h20 (horário de Brasília).
"Hoje é um dia muito feliz - sei que minha família e amigos estão me assistindo - porque fazia muito tempo que eu sonhava com uma final. Estava muito preparada, treinei muito para isso, estava me sentindo bem e sabia que era o meu momento. Graças a Deus, aos que estão comigo e ao meu treinador João Paulo (Alves da Cunha), estou na final." Disse que "todo mundo numa final pode brigar por medalha", mas para isso precisará consertar o fim da corrida. "Dá para consertar", afirmou a paraibana de Taperoá. A melhor marca de Jucilene é 62,89 m, de 2014, recorde brasileiro.
Renan Gallina, 19, vai à semifinal dos 200m
O promissor Renan Gallina avançou às semifinais dos 200m, com 20.44, em segundo lugar na sua bateria. O paranaense de 19 anos ficou em 21º no geral e tentará melhorar seu desempenho para entrar no seleto grupo de finalistas da prova. Sua melhor marca é 20.12. As semifinais serão nesta quinta-feira (24), a partir de 15h20 (horário de Brasília).
"Estou voltando de lesão, tenho 19 anos, é meu primeiro Mundial, uma oportunidade muito boa para mim, corri numa bateria boa e estou contente por me classificar com uma marca aceitável porque estou voltando ainda, com calma", disse Renan, admitindo que para ir à final terá de correr para a melhor marca de sua vida.
"Como esses caras estão correndo aí de acordo com aqueles 100 m, tenho de fazer um PB muito forte, correr abaixo dos 20 segundos. É a meta, mas estou satisfeito por estar disputando o Mundial, na semifinal, vivendo coisas diferentes", acrescentou o atleta que é treinado por Sandra Crul.
Também nos 200m masculino, Jorge Vides (20.80) e Lucas Rodrigues (20.86) pararam nas eliminatórias, assim como Ana Carolina Azevedo (23.45) e Vitória Rosa (23.86) no feminino.
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Diante do calor extremo que até mudou a programação em Budapeste, Flávia Maria Lima, de 30 anos, avançou às semifinais dos 800m com 2:00.92, seu melhor tempo de 2023. A próxima etapa será na sexta-feira (25), às 15h25 (horário de Brasília).
"É muito bom voltar a correr na casa do 2:00. A última vez que fiz isso foi em 2015 e por ene fatores, a gestação, voltar depois demorou..., mas não me arrependo de nada porque foi um processo pelo qual eu tinha de passar para estar mais forte hoje e brigar fora do Brasil", disse a paranaense.
Durante a sessão noturna, Gabriele Santos terminou em 23º no salto triplo feminino e Tatiane Raquel da Silva foi a 35ª nos 3000m com obstáculos.