WSL Surf Ranch: como funciona a piscina de ondas artificiais do Kelly Slater e onde ela fica?

Entenda o conceito e o funcionamento da famosa piscina de ondas artificial do 11 vezes campeão mundial de surfe, que recebe a sexta etapa da WSL 2023

4 minPor Fernanda Zalcman
Kelly Slater em ação no Surf Ranch, sua piscina de ondas artificiais
(Sean M. Haffey/Getty Images)

Nos dias 27 e 28 de maio, a WSL 2023, Liga Mundial de Surfe, desembarca em Lemoore, área rural da Califórnia (EUA). Isso mesmo. Durante os dois dias de competição, os principais surfistas do mundo não estarão em ação no oceano e sim no Surf Ranch, a piscina de ondas artificiais do multicampeão Kelly Slater.

A piscina fica situada na pequena cidade de Lemoore, no estado da Califórnia. É uma região árida e rural, ao norte de Los Angeles, e que fica a cerca de 160 km do Oceano Pacífico.

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(Sean M. Haffey/Getty Images)

História da piscina de ondas artificiais do Kelly Slater

Tudo começou ainda em 2006, com uma ideia desenhada em um guardanapo. Uma visão do 11 vezes campeão mundial, Kelly Slater, e do cientista e engenheiro Adam Fincham, que queriam criar “a onda perfeita”. Com o passar dos anos, o que era apenas uma ideia começou a se tornar realidade, com Slater e Fincham reunindo uma equipe internacional de engenheiros para colocar o projeto em prática.

Diversos testes em laboratórios foram feitos até que em 2015, o protótipo da piscina em escala real foi concluído no Surf Ranch, em Lemoore, proporcionando ondas de aproximadamente 2,4 m de altura.

Em 5 de dezembro daquele ano, Kelly Slater surfou a primeira onda em sua piscina e o vídeo logo viralizou nas redes sociais. No ano seguinte, ele convidou outros surfistas para testar o projeto e, em 2017, o Surf Ranch recebeu atualizações. A onda perfeita ficou ainda mais perfeita, sendo criada tanto para direita, como para a esquerda.

Em 2018, o local recebeu pela primeira vez uma etapa da WSL, o que se repetiu em 2019 e 2021. Até agora, apenas brasileiros venceram a competição: Gabriel Medina nos dois primeiros anos e Filipe Toledo no último.

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(Reprodução/Kelly Slater Wave Co)

Como funciona a piscina de ondas artificiais do Kelly Slater

No Surf Ranch, as ondas são formadas por um hidrofólio, uma espécie de pá gigante, projetada para puxar e empurrar a água ao mesmo tempo, formando o chamado swell. O hidrofólio é puxado por algo parecido com um trem, que é movido por uma pista de 700 metros e 150 pneus de caminhão, a aproximadamente 30 km/h.

Assim, a equação para a onda perfeita é formada pelo formato do hidrofólio, a velocidade com que ele é puxado e, consequentemente, movimenta a água, e o fundo da piscina. Tudo isso realizado com cálculos e ângulos precisos. 

Desta forma, o sistema consegue gerar as ondas mais longas do mundo, que podem chegar a até um minuto de duração. Com isso, os surfistas conseguem realizar longos tubos e têm bastante espaço para as manobras. Vale destacar também que as ondas quebram tanto para a direita, como para a esquerda.

Confira abaixo a ação do "trem" durante uma onda de Filipe Toledo no Surf Ranch

Formato da etapa do Surf Ranch da WSL 2023

O Surf Ranch tem um formato de competição diferente das outras etapas da WSL, com chances iguais para todos os surfistas, já que as ondas não dependem do fator natural do oceano. E neste ano, o formato também ganhou alterações. 

Na primeira fase, os participantes (24 no masculino e 12 no feminino) são divididos em baterias com quatro atletas cada. Cada um surfa quatro ondas, duas para a direita e duas para a esquerda. Na sequência, são somadas a maior nota recebida na direita e a maior nota da esquerda. 

O primeiro colocado de cada bateria avança direto para o Finals Day, enquanto quem ficar em quarto lugar está automaticamente eliminado. O segundo e terceiro colocados vão disputar a Sessão Noturna. 

Nesta etapa, a pontuação é zerada e cada atleta surfa mais uma onda para a direita e uma para a esquerda para garantir a maior nota. Os dois melhores homens e a melhor mulher avançam ao Finals Day, que será disputado em sistema de mata-mata (quartas de final no masculino e semifinais no feminino), com cruzamento olímpico.

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