Surfe: como está a briga por Paris 2024 depois da vitória de Gabriel Medina em Margaret River?

Paris 2024

Título na Austrália fez o tricampeão subir quatro posições no ranking mundial, voltando à disputa pela vaga olímpica com outros dois brasileiros. Entenda

6 minPor Fernanda Zalcman
Gabriel Medina comemora título em Margaret River na WSL 2023
(Aaron Hughes/World Surf League)

Depois de estrear em Jogos Olímpicos em Tóquio 2020, o surfe promete grandes emoções também em Paris 2024. O Brasil já garantiu a primeira medalha de ouro da história da modalidade e vai forte para defender o título na próxima Olimpíada. As vagas brasileiras ainda estão indefinidas e a disputa ganhou um novo capítulo após a vitória de Gabriel Medina na etapa de Margaret River, da WSL 2023.

Sistema de classificação do surfe para Paris 2024

Em Paris 2024, 48 atletas estarão competindo pelas medalhas no surfe, sendo 24 no feminino e 24 no masculino. Esse número representa oito a mais do que o total de surfistas de Tóquio 2020.

Cada Comitê Olímpico Nacional (CON) poderá ter, no máximo, quatro representantes, sendo dois em cada gênero. O número pode aumentar para três (por gênero), caso a equipe nacional vença os Jogos Mundiais de Surfe da ISA (sigla em inglês para Associação Internacional de Surfe) de 2022 ou 2024.

As vagas nominalmente alocadas para atletas podem ser conquistadas em quatro oportunidades:

  • 10 vagas: Liga Mundial de Surfe (WSL) de 2023
  • 5 vagas: Jogos Mundiais de Surfe da ISA 2023/Jogos Pan-Americanos 2023
  • 5 vagas: Jogos Mundiais de Surfe da ISA 2024

Já as vagas alocadas para Comitês Olímpicos Nacional (que depois elegem o atleta que irá ocupar a vaga) podem ser conquistadas em duas oportunidades:

  • 1 vaga: Jogos Mundiais de Surfe da ISA 2024
    1 vaga: Jogos Mundiais de Surfe da ISA 2022 (Japão venceu no masculino e EUA no feminino)

MAIS | Rumo a Paris 2024: entenda o sistema de classificação Olímpico do surfe

(Tony Heff/World Surf League)

Como está a briga do surfe brasileiro para Paris 2024

No masculino, 10 vagas estão em disputa através da Liga Mundial de Surfe, sendo que cada país pode credenciar no máximo dois atletas por meio deste critério. Ou seja, se o Brasil tiver três surfistas entre os 10 primeiros do ranking da WSL, apenas os dois melhores se garantem nos Jogos Olímpicos.

Levando isso em consideração, o Brasil tem, pelo menos, três atletas na disputa. Atualmente, João Chianca, o Chumbinho, lidera o ranking, com 28,255 pontos, seguido de Filipe Toledo, com 25,575. Com a vitória em Margaret River, Gabriel Medina ganhou quatro posições e agora ocupa a 7ª colocação, com 19,960 pontos. Yago Dora está na nona posição, com 16,045 pontos, enquanto o atual campeão olímpico, Ítalo Ferreira é apenas o 16º colocado, com 11,290 pontos.

Se a classificação olímpica fosse definida hoje (maio de 2023), Chumbinho e Filipinho estariam classificados. No entanto, ainda restam cinco etapas da WSL e a etapa final (disputada pelos cinco melhores ranqueados) para serem disputadas este ano. Com a conquista na última etapa, Medina vai embalado para o restante da temporada e pode acirrar a briga pela vaga olímpica com seus compatriotas.

A próxima disputa será no final de maio no Surf Ranch, a famosa piscina de ondas de Kelly Slater, onde os brasileiros reinam. Nas três edições realizadas até hoje, Gabriel Medina venceu duas e Filipe Toledo, uma.

ISA Games 2024 pode dar mais uma vaga ao Brasil

Com o atual cenário da WSL 2023, é de se imaginar que o Brasil terminará a temporada com dois brasileiros classificados para Paris 2024 através do ranking. No entanto, é possível que o país consiga levar mais um atleta para a disputa do surfe olímpico masculino.

Para isso, o Brasil precisa ser o Comitê Olímpico Nacional (CON) melhor colocado nos Jogos Mundiais de Surfe da ISA 2024. Nesse caso, mesmo que o CON já tenha dois atletas classificados para Paris 2024 (pelo ranking), será permitido que a entidade inscreva um terceiro atleta para a disputa. O surfista será escolhido de acordo com critérios do CON.

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Outras possibilidades de classificação no surfe para Paris 2024

Outras vagas ainda serão distribuídas, no caso das Américas, para o vencedor dos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023 e os cinco melhores do ISA Games 2024. Mas, essas vagas só serão utilizadas caso o país ainda não tenha dois classificados.

Ou seja, caso um Comitê Olímpico Nacional ultrapassar o número de atletas permitido para a disputa de Paris 2024, a vaga dos Jogos Mundiais de Surfe da ISA 2024 ou dos Jogos Pan-americanos Santiago 2023 será realocada para o próximo surfista melhor colocado do continente e evento em questão.

Esta alternativa, no entanto, é muito remota para o Brasil, já que o país deve ter dois classificados via ranking mundial.

Tatiana Weston-Webb já está classificada para Paris 2024

Em abril, o surfe brasileiro teve sua primeira classificada para Paris 2024: Tatiana Weston-Webb. A vaga da surfista veio pela Liga Mundial de Surfe (WSL) de 2023, em que os atletas do top 8 feminino recebem cotas nominais e diretas para os Jogos Olímpicos.

Mesmo que só cinco etapas da WSL 2023 tenham acontecido até o momento, a ISA afirma que Tati e mais três atletas estão matematicamente garantidas no top 8 elegível ao final da temporada e, portanto, garantiram a classificação Olímpica.

Todas as vagas são consideradas provisórias até o último evento de classificação, os Jogos Mundiais da ISA 2024. Cada CON também precisa confirmar a nomeação de seus surfistas.

Vale lembrar que Tatiana Weston-Webb esteve presente na estreia do surfe nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Na ocasião, ela acabou sendo eliminada nas oitavas de final pela japonesa Amuro Tsuzuki, que terminou com nota final de 10.33 contra 9.00 da gaúcha.

Programação do surfe em Paris 2024

O surfe não será disputado no continente europeu nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. As baterias serão realizadas no Taiti, região ultramarina da Polinésia Francesa, no Oceano Pacífico. As praias de Teahupoo, que recebem etapa da Liga Mundial de Surfe, serão palco da competição, que terá janela de apenas três dias, entre 27 e 29 de julho de 2024.

Três brasileiros já se sagraram campeões da etapa de Teahupoo na história da WSL. Miguel Pupo venceu no ano passado, conquistando sua primeira vitória na Liga Mundial depois de 11 anos na elite. Bruno Santos foi o campeão em 2008 e Gabriel Medina venceu em 2014 e 2018.

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