Earvin Ngapeth: 'o rap e o esporte fazem parte de mim' 

Francês não é apenas um excepcional jogador de vôlei; ele também é um rapper talentoso. Durante seu show em Paris na quinta-feira, 18 de maio, ele explicou ao Olympics.com como a música o torna melhor. 

3 minPor Florian Bouhier e Nicolas Kohlhuber
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(2021 Getty Images)

Antes da Liga das Nações de Vôlei masculino 2023 (6 de junho a 23 de julho) e do Campeonato Europeu de Vôlei (28 de agosto a 16 de setembro), o primeiro compromisso do verão europeu de Earvin Ngapeth foi um show. Ele se apresentou na quinta-feira, 18 de maio, no Cabaret Sauvage, em Paris.

Essa data é especial para o atleta, natural de Saint-Raphaël: há três anos, ele havia prometido fazer um show na capital francesa. Para estar à altura do desafio, o campeão olímpico de vôlei pôde contar com seus hábitos de atleta.  

“Eu coloquei na minha cabeça que é como uma partida, como uma final. Estamos com a equipe, estamos há uma semana e nos preparamos para isso como uma equipe se prepara os jogos com os ensaios”, explicou em entrevista exclusiva ao Olympics.com.

Se as experiências nas quadras de vôlei o ajudaram a se preparar para a apresentação no palco, o inverso também é verdadeiro, pois a criação de suas letras permite que ele compreenda melhor os jogos importantes. Earvin Ngapeth encontra na música uma saída particularmente importante quando a tensão é alta.

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Earvin Ngapeth: o jogador de vôlei precisa do rapper

Embora não tenha aproveitado muito os Jogos Olímpicos Tóquio 2020 para escrever as canções, pois prefere ficar sozinho e tranquilo em seu processo criativo, o jogador de 32 anos é estimulado por partidas de alto risco. É dentro desse terreno que ele costuma brilhar, mas é também do lado de fora para compor.

“Quando há grandes partidas, escrevo muito mais. Acho que isso é algo que me ajuda. Muitas vezes acontece comigo quando há um jogo à noite às 20h. Eu almoço e depois escrevo às 14h, é natural. Permite-me pensar em outra coisa antes dos grandes objetivos onde há pressão”, admite, acrescentando também que aproveita os deslocamentos para escrever no ônibus ou no hotel.

Seu relaxamento para realizar grandes lances, mesmo em momentos de alta tensão, poderia, portanto, vir do rap.

Mas não é apenas antes dos jogos que a música ajuda Earvin Ngapeth. Ela acompanha diariamente o MVP (jogador mais valioso) da última Liga das Nações de Vôlei masculino.

É o que ocorre em tempos mais difíceis, como quando viveu em Kazan durante a pandemia de covid-19, mas também de forma geral para encontrar o equilíbrio que o ajuda a florescer.

“É verdade que o atleta precisa do rapper para ter motivação para ir treinar, para pensar em outra coisa, para fugir. Acho que todo atleta tem sua pequena bolha onde fica sozinho, onde faz suas coisas e, para mim, é a música”.

Artista da quadra, Earvin Ngapeth também quer estar no palco

Earvin Ngapeth precisa destas duas facetas e não as separa porque elas representam a pessoa que ele é.

“Rap e esporte fazem parte de mim”, diz Earvin, cujo antigo nome artístico era Klima. O abandono do pseudônimo simboliza essa vontade de se afirmar com seu próprio nome tanto no rap quanto no vôlei.

Interessado em todo o processo de criação de uma obra, tem uma verdadeira paixão pela música. E como no esporte, deu origem a uma certa ambição.

“Começa com uma paixão, mas a cada vez você tenta progredir e fazer melhor em todas as áreas. Então, inevitavelmente, há também uma busca por desempenho em um determinado momento”.

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