Semifinais de simples masculino e feminino do tênis nos Jogos Pan-Americanos 2023: quem joga pelas vagas a Paris 2024
Apenas os finalistas das chaves individuais têm vaga nominal garantida no torneio Olímpico do ano que vem. Porém, o tenista tem de estar entre os 400 do mundo nos rankings mundiais masculino ou feminino em junho de 2024.
O torneio de tênis dos Jogos Pan-Americanos 2023 realiza suas semifinais neste sábado, 28 de outubro, com algo mais em jogo que a definição de que jogadores irão brigar pelo ouro ou pelo bronze: nas chaves masculina e feminina de simples, os finalistas obterão uma vaga nominal a Paris 2024.
No entanto, o caminho até a capital francesa não será tão fácil assim: além de ser medalhista de ouro ou prata em Santiago, as vagas serão obtidas sempre se a posição do tenista no ranking mundial estiver entre os 400 primeiros no fechamento em 10 de junho de 2024 (ou outra data determinada pela Federação Internacional que seja exigida devido a circunstâncias excepcionais) e que o Comitê Olímpico Nacional (CON) do atleta em questão ainda não tenha atingido o limite de quatro tenistas individuais por CON.
ENTENDA | Confira o sistema Olímpico de classificação do tênis
No feminino, a brasileira Laura Pigossi, bronze em Tóquio 2020 nas duplas ao lado de Luisa Stefani - com quem também está jogando na capital chilena - é uma das semifinalistas, ao lado das argentinas Julia Riera e Lourdes Carle e de Rebecca Marino, do Canadá.
Dois brasileiros jogam a semifinal masculina: Thiago Monteiro, que jogou simples e duplas nos Jogos da capital japonesa, e o jovem Gustavo Heide, que garantiu vaga no Pan por ter sido medalha de prata nos Jogos Sul-Americanos de Assunção, em 2022. Completam a relação o argentino Facundo Diaz Acosta e Tomás Barrios Vera, representando o anfitrião Chile.
No Pan de Lima 2019, João Menezes conquistou o ouro em simples, assegurando vaga em Tóquio 2020.
RELEMBRE | A campanha de Luisa Stefani e Laura Pigossi rumo ao bronze em Tóquio
Revelação argentina no caminho de Laura
A primeira partida das semifinais de simples será entre Laura Pigossi e a argentina Julia Riera, de apenas 21 anos e número 157 do ranking da WTA. As duas, que nunca se enfrentaram no circuito profissional jogam às 10h de Brasília, abrindo a programação da quadra central.
Ex-top 100 da WTA em 2022, Pigossi tem 29 anos e tem como melhor resultado na temporada as quartas de final dos WTA 125 de Cali e Barranquilla, na Colômbia, e Iasi, na Romênia, e do WTA 250 de Bogotá, também em terras colombianas. É nome frequente na equipe brasileira da Billie Jean King Cup, o maior torneio de tênis feminino por equipes, e usada nos confrontos como jogadora de simples.
Além da medalha de bronze com Stefani, seu outro maior resultado da carreira é em simples, quando chegou à final do WTA de Bogotá e acabou derrotada pela alemã Tatjana Maria.
Por sua vez, Riera surpreendeu ao chegar como 195 do mundo até a semifinal do WTA 250 de Rabat, tendo sido derrotada pela austríaca Julia Grabher e, ao longo do caminho, duas adversárias do top 100. Ela, atual número três da Argentina em simples no ranking internacional, também tem sido convocada defender a Argentina na Billie Jean King Cup.
A outra partida está marcada também para 10h, mas no Grandstand do Centro Deportivo de Ténis da capital chilena, entre a argentina Lourdes Carle, de 23 anos e atual número 146 do mundo, e a canadense Rebecca Marino, que ocupa a posição de número 166. O confronto também é inédito.
Ex-número nove do mundo enquanto juvenil, Carle é considerada uma das novas revelações do tênis argentino, ao lado de Riera, e também faz parte da equipe do país na Billie Jean King Cup. Residente em Miami, ela já passou pelo tênis universitário e resolveu retornar ao circuito, onde está desde 2019. É a atual número dois de simples da Argentina, atrás apenas de Nadia Podoroska (número 77).
Mais velha entre as semifinalistas, Marino tem 32 anos, já foi número 38 do mundo em 2011 e chegou a se aposentar do circuito por cinco anos, entre 2013 e 2018. Seu melhor resultado nesta temporada foi chegar às quartas de final em Birmingham, na Inglaterra.
Entre as tenistas do Canadá, ocupa apenas a terceira posição, atrás de Leylah Fernandez (35), Bianca Andreescu (92) e Katherine Sebov (141).
Monteiro e Heide podem fazer final brasileira
Colocados de lados opostos da chave, Thiago Monteiro e Gustavo Heide podem até decidir o ouro em Santiago, mas terão pela frente rivais acostumados às condições da quadra em Santiago.
Não antes das 14h de Brasília, Heide entra na Grandstand para enfrentar o argentino Facundo Díaz Acosta, primeiro favorito da competição e atual 109 do Ranking da ATP. Eles nunca se enfrentaram no circuito.
O paulista de 21 anos ocupa a posição de número 252 na ATP e seu melhor resultado em 2023 foi a final do Challenger de Bogotá, na Colômbia, em que perdeu sem ter ido à quadra contra o argentino Thiago Agustín Tirante por conta de uma lesão. Além disso, foi semifinalista do Challenger de Porto Rico, caindo para o ex-top 5 do mundo Kei Nishiori.
Gustavo Heide é apenas o quarto colocado entre os brasileiros no ranking de simples da ATP, atrás de Thiago Wild (número 78), Monteiro (119) e Felipe Meligeni Alves (144).
Por sua vez, Facundo Díaz Acosta aparece como sétimo melhor argentino em simples - o melhor da lista é Francisco Cerundolo. Como os países tem uma cota de tenistas para levar aos Jogos, pode ser que o maior desafio dele caso vença seja subir no ranking para não ter problemas de confirmar a vaga em Paris.
O argentino ganhou três títulos de Challenger nesta temporada (Savannah, nos EUA, Oeiras, em Portugal, e Milão) e perdeu um, na Alemanha.
Fechando as semifinais masculinas, Tomas Barrios Vera contará com a ajuda da torcida local para tentar garantir uma vaga em Paris 2024. Apenas o número 3 do país na corrida de simples - Nicolas Jarry (20) e Cristian Garin (85) são os dois primeiros -, ele foi medalha de prata no Pan de Lima 2019 e espera chegar agora ao posto mais alto do pódio.
Contudo, ele terá pela frente Thiago Monteiro*.* Ex-número um do Brasil, ele já tem um currículo extenso em Challengers. Em 2023, venceu o de Campinas, em São Paulo, curiosamente tendo Heide como rival na primeira rodada (vitória por 6-3, 1 a 0 e desistência) e Díaz Acosta na seguinte (vitória por 3-6, 6-1 e 6-3).
Pela Copa Davis, o cearense recentemente superou ninguém menos que Holger Rune, número quatro do mundo, na Dinamarca e na quadra dura, preferência do rival.
Outra coincidência é que sua melhor campanha em torneios de nivel ATP em 2023 foi justamente em Santiago, onde chegou às quartas de final - perdeu para o espanhol Jaume Munar, 66 do mundo.
Monteiro e Barrios Vera jogam não antes das 15h de Brasília, na Quadra Central do complexo.