Pré-Olímpico de Vôlei Feminino 2023: Roberta ganha espaço durante ausência de Macris

Paris 2024

O pedido de dispensa da levantadora titular da seleção, por lesão e saúde mental, deu mais tempo em quadra para a curitibana, que pode ameaçar titularidade da 'fada vegana'.

3 minPor Sheila Vieira
Roberta
(Volleyball World)

Com um gesto, Roberta Ratzke demonstrou ao Brasil o peso de uma prata Olímpica. Seu beijo na medalha de Tóquio 2020 durante a cerimônia no pódio do vôlei foi uma lição de valores Olímpicos.

Na preparação para Paris 2024, que passa pelo Pré-Olímpico feminino de 16 a 24 de setembro, Roberta vem deixando claro que pode protagonizar mais cenas marcantes pela seleção brasileira.

A levantadora de 33 anos passou a maior parte dos últimos anos no banco, com Macris absoluta na equipe titular. Em 2023, no entanto, Roberta está encarando sua melhor chance de conquistar seu lugar ao sol.

Macris viveu uma temporada desgastante, jogando a Liga das Nações com uma lesão na lombar. A "fada vegana" treinou com a seleção durante o Sul-Americano, mas acabou pedindo dispensa do Pré-Olímpico devido às dores e também às críticas que vinha sofrendo nas redes sociais.

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MVP no clube e na seleção

No Sul-Americano, vencido pelo Brasil de forma invicta, a ponteira Gabi fez questão de entregar seu prêmio de melhor jogadora do torneio para Roberta, que já havia sido escolhida a melhor levantadora.

“Ganhar um prêmio individual mostra algumas coisas. Foi uma boa competição. Estamos nos reencontrando como equipe. Já viramos a página [da Liga das Nações], mas vamos trazer tudo de bom do Sul-Americano para o Pré-Olímpico”, comentou Roberta.

A curitibana também foi a MVP de 2023 do campeonato polonês, no qual seu clube, o LKS Lodz, foi o campeão.

“A primeira temporada não foi fácil. O time me recebeu muito bem, mas viver no frio e longe da minha família foi difícil e não joguei como gostaria. Mas aos poucos fui me adaptando. Para a próxima temporada, tenho metas altas. Vai ser o ano que antecede os Jogos Olímpicos e quero estar na melhor forma. Estou em um clube que me respeita muito. A Polônia tem um amor pelo voleibol muito grande. Isso me fez crescer como jogadora e pessoa”, disse Roberta sobre a experiência na Polônia.

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(Volleyball World)

De Curitiba a Tóquio... e de volta

Roberta começou a praticar vôlei aos nove anos de idade, conhecida como 'irmã da Fernanda', que era vista com muito potencial. No entanto, a irmã mais velha decidiu focar nos estudos, enquanto a mais nova prosseguiu na modalidade.

"A Roberta começou a carreira conosco no Rexona, no Tarumã, em 1998. Lembro que ela foi aprovada na peneira porque tinha uma altura boa já na época. Só que os olhos eram mais voltados para a irmã dela que e era um pouco mais velha e parecia ser uma grande promessa", comentou o treinador Vinicius Petrunko ao Lance.

Já com uma medalha Olímpica no bolso, Roberta retorna a Tóquio para o início da luta pela segunda. O Pré-Olímpico distribui duas vagas por evento, e o Brasil está em uma chave forte, com a campeã europeia Turquia e as anfitriãs japonesas.

“O Pré-Olímpico tem muitos jogos em poucos dias. É uma competição de tiro curto. Estou confiante e vejo o time em uma crescente. Nosso primeiro adversário é a Argentina. Jogamos muito bem contra elas em Recife, mas sabemos que estão em um bom momento, conquistaram a Copa Pan-Americana de forma inédita”, analisou Roberta sobre a estreia do Brasil, no sábado, às 4:00 da manhã (horário de Brasília).

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