Conjunto, Maria Eduarda Alexandre e Bárbara Domingos 'varrem' os ouros da ginástica rítmica nos Jogos Pan-Americanos 2023
Maria Eduarda Alexandra e Bárbara Domingos fizeram mais duas dobradinhas nas provas individuais; conjunto vence série mista e Brasil conquista as oito medalhas de ouro da ginástica rítmica dos Jogos Pan-Americanos 2023. Brasil ganha três pratas e um bronze na ginástica de trampolim.
Entre os principais destaques da delegação brasileira nos Jogos Pan-Americanos 2023, Maria Eduarda Alexandre e Bárbara Domingos certamente estão entre as que chamam mais atenção. Neste sábado, 3 de novembro, as ginastas garantiram mais duas dobradinhas nas últimas finais individuais da ginástica rítmica.
Na final individual das maças, Duda foi a campeã com 33.000 pontos. Babi, finalista do Mundial de 2023 no aparelho, foi a segunda colocada com 31.000 e garantiu a terceira dobradinha consecutiva do Brasil. A norte-americana Evita Griskenas garantiu o bronze com 30.500.
Na fita, elas inverteram as posições. Bárbara se destacou no seu aparelho preferido e conseguiu 31.750 pontos, apenas 0.150 de vantagem sobre Maria Eduarda, a segunda colocada. Griskenas novamente ficou na terceira posição com 31.000.
A ginástica rítmica do Brasil teve um desempenho perfeito na competição. Em cinco provas individuais, o país conquistou cinco ouros, incluindo o individual geral com Babi (o primeiro ouro do país em provas individuais na ginástica rítmica). Ela ganhou o título na bola, enquanto Duda foi campeã também no arco. Além disso, foram quatro dobradinhas em quatro possíveis nas finais por aparelhos.
No conjunto, as brasileiras também conquistaram os três ouros. Tanto na prova geral, que soma as duas apresentações, quanto nas finais de aparelhos: 5 Arcos na sexta-feira, dia 3, e a série mista neste sábado, dia 4.
A lista de medalhas da ginástica brasileira nos Jogos Pan-Americanos 2023 também conta o sucesso dos atletas da ginástica de trampolim. Neste sábado, o Brasil conquistou dois pódios nas provas sincronizadas da modalidade: prata com Camilla Lopes Gomes e Alice Gomes no feminino e o bronze com Rayan Dutra e Lucas Tobias entre os homens. Também foi prata com Camilla e Rayan nas disputas individuais.
Como foram as dobradinhas brasileiras no último dia da ginástica rítmica
Depois de duas dobradinhas nas finais de aparelhos na sexta-feira, dia 3, Maria Eduarda Alexandre e Bárbara Domingos entraram com a motivação em alta para manterem a hegemonia do país na ginástica rítmica dos Jogos Pan-Americanos 2023 – e elas novamente não deram chances para as adversárias.
Nas maças, Evita Griskenas, dos EUA, até pulou para a primeira posição momentânea com ótimos 30.500. Mas Duda veio na sequência e com uma apresentação limpa e sem falhas obteve incríveis 33.000 pontos, praticamente assegurando o ouro.
Babi era a única que poderia tirar o ouro da jovem A campeã do individual geral até fez ótima apresentação, mas com nota de dificuldade menor, alcançou 31.000 para assegurar mais uma dobradinha para o país - a terceira consecutiva nas finais por aparelhos.
Na fita, Maria Eduarda foi a primeira a se apresentar e começou com 31.600, novamente se posicionando como candidata ao ouro. Evita Griskenas novamente fez uma boa apresentação, conseguindo 31.000, ficando atrás da brasileira, mas praticamente garantida no pódio.
Bárbara Domingos veio na sequência. Em seu aparelho preferido e ao som de Bad Romance, de Lady Gaga, conseguiu uma leve vantagem na execução para obter 31.750 pontos e assumir a primeira posição. A partir daí, foi esperar as quatro apresentações restantes para confirmar mais uma dobradinha brasileira no pódio da ginástica rítmica no Pan.
"Saí satisfeita das duas séries que eu fiz hoje, fiquei bem contente com as notas, que aumentaram da classificatória para cá. Muito feliz por todo o público que vibrou muito com a gente", disse Duda ao Olympics.com.
"A gente tem trabalhado muito, teve investimento faz muitos anos e estamos mostrando o resultado. Estamos dando o nosso melhor e é isso que importa", completou Babi.
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Conjunto ‘corrige’ série mista e encerra campanha dourada da ginástica rítmica do Brasil
Apresentação em que o Brasil teve mais dificuldades na ginástica rítmica dos Jogos Pan-Americanos 2023, a série mista (3 fitas, 2 bolas) da prova de conjunto foi a responsável por fechar a campanha perfeita do país na competição. As atletas conquistaram a medalha de ouro neste sábado, 7 de outubro.
Para isso, elas “corrigiram” a apresentação feita na disputa geral por equipes. Na ocasião, deixaram os aparelhos caírem duas vezes, além de erros na troca, ainda que suficiente para garantir o ouro. Desta vez sem erros e com uma execução limpa, as brasileiras alcançaram 31.800 pontos.
Depois, Bárbara Galvão, Gabriella Castilho, Victoria Borges, Giovanna Silva e Nicole Pircio tiveram apenas que aguardar as apresentações das rivais. As norte-americanas foram as antepenúltimas a se apresentarem, mas obtiveram apenas 26.250 pontos. Já as mexicanas, principais rivais do Brasil, cometeram uma falha grave e tiveram 28.200 sem ameaçar a hegemonia verde-amarela na ginástica rítmica.
A treinadora do conjunto Camila Ferezin comemorou a despedida desta série, que foi uma homenagem ao seu pai. "Queria muito que a gente finalizasse com um acerto e encerramos com chave de ouro. É uma série que abriu muitas portas para a gente, que ganhamos nossa primeira medalha e que finalizou com louvor. Essa coreografia foi preparada com tanto carinho."
Camilla Lopes Gomes e Rayan Dutra conquistam a prata na prova individual da ginástica de trampolim
Depois de um bronze com Giovanna Matheus em 2007 e uma prata comRafael Andrade em 2011, o Brasil volta ao pódio da disputa individual da ginástica de trampolim. Camilla Lopes Gomes conquistou a medalha de prata na disputa feminina dos Jogos Pan-Americanos 2023 neste sábado, dia 3.
Segunda a se apresentar e uma das favoritas ao ouro, a brasileira conseguiu 53.840 pontos para ganhar a prata. Ela teve dificuldades de se manter no centro do trampolim, prejudicando tanto a nota de execução quando o HD (horizontal displacement), mas não chegou a ter uma queda que comprometesse sua apresentação.
O ouro foi da norte-americana Jessica Stevens foi a campeã com 54.990 pontos e executando os dez elementos próximos ao centro do trampolim. A medalha de bronze ficou com a mexicana Dafne Navarro Loza, que obteve 53.550 pontos. Alice Gomes, outra brasileira na final, foi a quinta colocada com 52.540.
"Esse é meu terceiro Pan. No último eu tinha muita esperança de medalha e acabei errando no final e não consegui completar minha série. Hoje, por mais que eu não quisesse, eu tinha pressão em mim, estava um pouco mais nervosa. Fui para a final em primeiro, então sabia que tinha chance de medalha de ouro. Tive um erro no final da série e ter conseguido finalizar os 10 saltos me faz muito feliz", comentou Camilla.
Entre os homens, Rayan Dutra também foi o segundo a se apresentar. Mesmo com deslocamento em alguns de seus elementos, ele conseguiu 58.720 pontos, impulsionado sobretudo pela nota de dificuldade. Ele assumiu a primeira posição momentânea até a apresentação do colombiano Angel Recalde.
Favorito ao ouro, ele também fez uma apresentação e conseguiu 58.930 pontos - diferença que ele conquistou no tempo de voo (tempo que o atleta fica no ar durante a execução dos elementos). Último a se apresentar, o norte-americano Aliaksei Shostak era o único que poderia tirar a prata de Rayan, mas ele cometeu um erro e não completou sua série e nem subiu ao pódio - Santiago Ferrari, da Argentina, foi bronze com 56.130.
"Mudei essa série um pouco para ter mais altura, que era o que tinha mais dificuldade. Foi a minha melhor nota internacional da vida, então treinei o que tinha que treinar. Não sei nem explicar o sentimento", disse Rayan.
"Treinei o ano inteiro, foram altos e baixos, mas estou mostrando que cheguei. O trampolim tem pouca visibilidade, mas eu sinto que já inspiro vários atletas que dizem 'Rayan, quero ser como você'. E eu só tenho 21 anos", acrescentou.
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Brasil é prata e bronze na estreia do trampolim sincronizado em Jogos Pan-Americanos 2023
A disputa do trampolim sincronizado estreou nos Jogos Pan-Americanos 2023 e o Brasil mostrou porque seus ginastas estão entre os melhores do mundo nessa modalidade. O país conquistou a prata entre as mulheres e o bronze entre os homens – retornando ao pódio do esporte no evento após 12 anos.
Na disputa feminina, Alice Gomes e Camilla Lopes Gomes iriam fazer um duelo particular com as norte-americanas Jessica Stevens e Nicole Ahsinger. Sem nota de descarte, as brasileiras optaram por uma série de menor dificuldade e conseguiram 46.140 pontos. As atletas dos EUA arriscaram mais e, mesmo com uma execução menor, tiveram 48.190 para conquistarem o ouro – o México levou o bronze.
"Já é meu terceiro Pan então estou acostumada. Vim com o objetivo das medalhas. A gente quer que o trampolim cresça. Estamos bem maduras com o ginásio cheio, mas o nosso foco está ali", afirmou Camilla.
"Aqui é uma preparação para chegar no Mundial mais forte ainda. É a primeira vez que tem o sincronizado no Pan, então estamos muito felizes", acrescentou Alice.
Já na prova masculina, Lucas Tobias e Rayan Dutra não conseguiram superar o favoritismo de EUA e Canadá no evento. Eles terminaram com 47.700 pontos. A dupla norte-americana levou o ouro com 49.800, se destacando, sobretudo, na sincronização e na nota de execução. Os canadenses ficaram com a prata ao marcarem 48.480.
"Muito feliz de trazer essa medalha e quebrar esse tabu. Fazia 12 anos que o Brasil não ganhava medalha no trampolim no Pan, então estou bem satisfeito", afirmou Lucas.
"A ginástica do Brasil está em outro patamar agora. A gente está sendo visto, estamos tendo a nota que merecemos. Estamos treinando muito para ter a nota que merecemos. Hoje é o resultado disso. Estamos quebrando barreiras. Nossa sincronia tem sido muito boa e estamos arrasando", disse Rayan.
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