Quem vê Bárbara Domingos chegar aos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023 como candidata a múltiplas medalhas na ginástica rítmica pode não saber que há dois anos ela vivia o momento mais duro de sua carreira.
Babi não se classificou para Tóquio 2020 e começou o novo ciclo Olímpico, reduzido para três anos, com uma cirurgia no quadril. "Eu passei tão perto", ela disse ao Olympics.com durante o Mundial deste ano.
A jornada de Babi desde então não poderia ter sido melhor. A curitibana de 23 anos se tornou a primeira brasileira a fazer muitas coisas: ir a uma final individual geral e de aparelho em Mundiais, conquistar medalha em Copas do Mundo e levar o ouro no circuito Grand Prix.
Com a 11ª colocação na prova geral do Mundial, melhor resultado da história do país, Babi assegurou uma vaga para o Brasil nos Jogos Olímpicos Paris 2024.
"Acredito que foi resiliência, força e acreditar. A gente sempre tem acreditar nos nossos sonhos porque um dia eles vão se realizar. E eu realizei o meu, que é ir para as Olimpíadas", comemorou Babi no Mundial em Valência.
Babi também foi à final das maças no campeonato, mais um feito inédito. "Foi uma emoção em cima da outra. A classificação para Paris e as maças. Estou muito feliz. Tenho certeza de que isso é fruto de muito trabalho."
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Geovanna Santos, Maria Eduarda Alexandre e conjunto prometem no Pan 2023
No Pan de Lima em 2019, Babi foi prata na fita. Quatro anos depois, ela pode acumular muito mais. No Campeonato das Américas de ginástica rítmica de 2023, em junho, ela foi ouro no geral, nas maças e na fita. Suas maiores oponentes em Santiago devem ser as americanas e as mexicanas.
As outras ginastas brasileiras que disputam o individual, Geovanna Santos e Maria Eduarda Alexandre, também têm tudo para brilhar no Chile. Jojo ganhou cinco medalhas no torneio continental desta temporada, enquanto Maria, de 16 anos, grande aposta para o futuro da rítmica brasileira, pode surpreender.
Embaladas também pelo sucesso do conjunto brasileiro, sexto colocado geral e quarto na série de cinco arcos no Mundial, as ginastas individuais brasileiras esperam dar mais passo nesta ascensão da modalidade.
"O Brasil vem melhorando dia após dia e ter uma representatividade no individual para gente é muito importante. O individual vem trabalhando muito pra melhorar dia apos dia. Mostrando ao mundo que podemos chegar nas finais e na Olimpíada", comentou Babi.
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