Bárbara Domingos ganha ouro inédito e conjunto retoma hegemonia na ginástica rítmica dos Jogos Pan-Americanos 2023
Enquanto Bárbara Domingos conquista primeiro ouro do Brasil em provas individuais de ginástica rítmica, conjunto volta ao lugar mais alto do pódio na prova geral por equipes nos Jogos Pan-Americanos 2023. Maria Eduarda Alexandre também foi bronze no individual geral nesta quinta-feira, 2 de novembro.
A ginástica rítmica do Brasil viveu um dia histórico nesta quinta-feira, 2 de novembro, nos Jogos Pan-Americanos 2023 em Santiago, Chile. Depois de Bárbara Domingos conquistar o primeiro ouro do Brasil em provas individuais, o conjunto do país retomou a hegemonia da competição com o título no torneio geral por equipes.
Na final do individual geral, Babi obteve 129.550 pontos na somatória dos quatro aparelhos (maça, arco, bola e fita). A norte-americana Evita Griskena garantiu a medalha de prata com 127.400. A também brasileira Maria Eduarda Alexandre, campeã do Pan Júnior em 2021, foi bronze com 127.250 pontos. Geovanna Santos, terceira atleta do Brasil na competição, foi a sexta colocada.
Esta é a primeira medalha de ouVro de uma brasileira em prova individual na história do evento. Até então, os melhores resultados eram duas medalhas de prata: Angélica Kvieczynski na maça em Guadalajara, 2011, e com a própria Babi na fita em Lima, há quatro anos. No individual geral, que soma os quatro aparelhos, foram dois bronzes: Angélica Kvieczynski (2011) e Natália Gaudio (2019).
Além disso, a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos 2023 consagra a grande temporada de Bárbara Domingos. No Mundial de Ginástica Rítmica deste ano, ela foi 11ª no individual geral, o melhor resultado do país na prova, e ainda obteve uma cota Olímpica para o Brasil em Paris 2024. Também conquistou dois bronzes no circuito mundial da modalidade nas provas de fita.
Já na prova do conjunto, o Brasil conquistou o título com 64.550 pontos na somatória das duas apresentações (35.400 nos 5 Arcos e 29.050 na série mista), com Bárbara Galvão, Gabriella Castilho, Victoria Borges, Giovanna Oliveira e Nicole Pircio. O time do México ficou com a medalha de prata com 61.750 pontos. Já os EUA garantiram o bronze com 58.300.
Este é o sexto título brasileiro na disputa geral por equipes nas últimas sete edições dos Jogos Pan-Americanos. Principal força do continente há algum tempo, o país foi pentacampeão entre 1999 e 2015. Entretanto, ficou com o bronze na última edição, realizada em 2019 em Lima, no Peru. Neste ano, porém, ficou na quarta posição do Mundial de 2023 nos 5 Arcos e obteve a vaga Olímpica em Paris 2024.
A lista de títulos da ginástica rítmica em Santiago pode aumentar nos próximos dois dias com as finais por aparelhos. Nesta sexta-feira, 3 de novembro, acontecem as provas individuais de arco e de bola a partir das 11h15 no fuso horário local e de Brasília. Às 18h tem a final do conjunto nos 5 Arcos.
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Bárbara Domingos brilha na fita para garantir ouro nos Jogos Pan-Americanos 2023
Com uma excelente apresentação na bola, Bárbara Domingos terminou o primeiro dia do individual geral nos Jogos Pan-Americanos 2023 já na liderança da competição com 0.450 pontos de vantagem sobre Evita Griskenas, dos EUA. Ela entrou como favorita no último dia justamente por ainda ter que se apresentar em seu aparelho preferido: a fita.
Contudo, Babi e as demais atletas teriam que passar pelas maças. Griskenas foi a primeira entre as favoritas a se apresentar e conseguiu 31.400, assumindo a primeira posição momentânea com 96.150. Marina Malpica, do México, conseguiu 31.500, ficando atrás com 96.000. Maria Eduarda Alexandre, por sua vez, levantou a torcida e conseguiu 32.350 pontos, pulando para a liderança.
Geovanna Santos foi a segunda brasileira a se apresentar. Ela derrubou a maça durante a apresentação, mas conseguiu 29.900 pontos, subindo para a quinta posição. Bárbara competiu na sequência. Com a série em que foi finalista do Mundial, conseguiu mais uma boa apresentação, somando 32.200 pontos para se manter na liderança com 0.750 de vantagem sobre a Duda.
Com a mesma ordem de partida das maças, Griskena foi a primeira das líderes a se apresentar na fita. A norte-americana fez uma belíssima apresentação e conseguiu 31.250 pontos e alcançou 127.400 no total, obrigando Bárbara a tirar mais de 30 pontos e Maria Eduarda mais do que 30.750. Marina Malpica, que também era cotada ao pódio, conseguiu 30.300 e não ultrapassou a atleta dos EUA na classificação geral.
Maria Eduarda Alexandre se apresentou para tentar garantir uma dobradinha para o Brasil. Contudo, não repetiu as notas altas da maça e do arco, conseguindo 30.600 na fita e 127.250 no total, terminando atrás da Griskena por apenas 0.150. Geovanna Santos encerrou sua participação com 29.550 pontos na fita e 118.950 no total.
Última das favoritas a se apresentar, Bárbara brilhou na fita, seu aparelho preferido na ginástica rítmica. Sem erros aparentes e com maior nota de dificuldade, ela registrou 32.150 pontos (mesmo com 0.050 de punição) e chegou a 129.550, mais de dois pontos de vantagem sobre a Griskena, segunda colocada.
Bárbara relembrou o tempo em que esteve se recuperando de cirurgia, no fim de 2021. "A fase de reabilitação foi muito difícil. Não imaginava que quase dois anos depois estaria aqui sendo campeã dos Jogos Pan-Americanos e no Mundial conquistando a vaga Olímpica. Mas é isso, tudo tem um propósito e o seu tempo, não adianta acelerar as coisas", afirmou ao Olympics.com.
Maria Eduarda Alexandre, por sua vez, comemorou a medalha conquistada. "Eu sonhava com qualquer medalha. Queria dar o meu melhor e foi o que eu consegui fazer. Espero que nas finais de aparelhos eu também dê o meu melhor. Mesmo com cansaço vou seguir em frente e buscar mais medalhas".
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Conjunto é ouro com ‘susto’ na série mista dos Jogos Pan-Americanos 2023
Depois de uma belíssima apresentação nos 5 Arcos que rendeu 35.400 pontos, o conjunto brasileiro foi responsável por abrir a disputa do segundo dia da prova geral por equipes nos Jogos Pan-Americanos 2023. Com ampla vantagem, esperava-se uma vitória mais tranquila – mas não foi o que aconteceu
Com uma apresentação bem mais insegura do que o primeiro dia, incluindo duas quedas de aparelhos, as brasileiras conseguiram 29.050 pontos na série mista e um total de 64.450 pontos. Dessa forma, precisou aguardar as demais adversárias para comemorar o título, principalmente os times do México e dos EUA, principais rivais do continente.
As mexicanas foram apenas as penúltimas a se apresentarem. Precisando de 30.300 para assumirem a primeira posição, elas também não fizeram uma apresentação limpa, com erros aparentes em suas em suas trocas. No fim, conseguiram 27.600 pontos, insuficiente para alcançarem as brasileiras na primeira posição.
Já o conjunto norte-americano encerrou a prova geral por equipes precisando de 33 pontos para conquistar o ouro e 30.300 para alcançar a prata. A apresentação também não foi limpa, com baixa nota de execução. Assim, conquistou 26.800 pontos e terminou com 58.300 no total, terminando na terceira posição.
"Aconteceu um erro no começo da série que desestabilizou um pouco elas. Mas conseguiram segurar a onda e irem até o final. Não foi a nossa coreografia, a que elas sabem fazer, então foi um pouco apreensivo e que bom que deu certo. A coreografia de ontem nos deu certa vantagem e nosso principal adversário também errou. Então estamos felizes porque importa que a gente ganhou o ouro", comentou a treinadora do conjunto Camila Ferezin no final da disputa.
"A gente estava com esse ouro engasgado desde 2019, a gente queria retomar nossa hegemonia e conseguimos. Agora somos novamente campeãs das Américas, somos hexa", comemorou Nicole Pircio.
"A gente tem uma equipe formada por 12 ginastas, todas treinadas igualmente e todas preparadas para, se precisar entrar, substituir, todas estão preparadas", comentou Victoria Borges, que entrou na equipe junto a Gabriella Castilho para este Pan.
"Estamos estreadas nas duas séries, e voltamos nos próximos dias para cravar as duas séries e terminar da melhor forma e nos desperdirmos da nossa série mista, que vai ser a última competição com ela. Queremos fazer a melhor série da vida", completou Bárbara Galvão.