O que esperar do retorno de Rebeca Andrade no Brasileiro de Ginástica Artística 2023

Campeã Olímpica volta ao tablado para competir pela primeira vez desde o Mundial de 2022, em que foi ouro no individual geral. Vídeos nas redes sociais dão pistas do que pode mudar nas rotinas da brasileira, que terá novamente a fortíssima concorrência de Simone Biles.

4 minPor Sheila Vieira

Rebeca ANDRADE

Ginástica Artística

Rebeca Andrade durante apresentação em Tóquio 2020

(2021 Getty Images)

Simone Biles está de volta, tão forte quanto antes. Agora é hora de ver a forma de Rebeca Andrade, atual campeã mundial do individual geral de ginástica artística. A brasileira compete nesta semana no Campeonato Brasileiro de 2023, em Lauro de Freitas, na Bahia.

Será o primeiro evento de Rebeca desde o Mundial de Liverpool, em que foi campeã do individual geral e bronze no solo. Representando o Flamengo, ao lado das colegas de seleção Flávia Saraiva, Jade Barbosa e Lorrane Oliveira, a campeã Olímpica do salto em Tóquio 2020 deve mostrar novidades no tablado.

Em 2022, Rebeca se despediu do "Baile de Favela", a trilha sonora icônica do último ciclo Olímpico no solo. A nova canção é um segredo a sete chaves, que pode ser revelado em Lauro de Freitas.

“Ainda não consegui pensar em nenhuma música que seja tão boa quanto essa”, Rebeca disse ao Olympics.com em 2022, fazendo mistério sobre o ritmo que vai embalar mais uma jornada rumo às medalhas. A brasileira costuma se poupar quando pode das séries de solo, devido ao seu histórico de lesões no joelho.

“Meu treinador [Francisco Porath] entende que não sou a mesma atleta de quando tinha 15 anos. Se eu falar que não estou me sentindo bem, deixo o salto ou a série de solo para outro dia. Ele sabe que não é frescura ou medo, é que não estou sentindo meu corpo. E nesses momentos que pode acontecer alguma coisa ruim”, disse.

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Novos elementos, mesmas expectativas

No salto, seu melhor aparelho, Rebeca apresentou os exigentes Cheng (meia volta + uma pirueta e meia) e o Amanar (Yurchenko + duas piruetas e meia) para levar o ouro em Tóquio. Já na última temporada, ela repetiu o Cheng e alivou mais no segundo, com o DTY (que é o Amanar sem a meia pirueta).

Assim como no solo, a escolha de Rebeca no salto será entre já apresentar os movimentos do Mundial deste ano ou guardá-los para o evento na Bélgica. Biles tem apresentado nos EUA o Yurchenko duplo carpado, o mais difícil desta família de saltos.

Rebeca tem como aparelho preferido as barras assimétricas, em que tem treinado o Fabrichnova, uma saída com duas piruetas e dois mortais grupados. Já na trave, Rebeca divulgou um vídeo neste ano treinando um flic layout layout, que aumentaria sua nota de partida no aparelho.

As respostas para todas essas perguntas serão respondidas a partir desta sexta-feira, quando Rebeca e o Flamengo estreiam no Brasileiro. Enquanto muita gente espera uma "resposta" a Biles, a brasileira segue a filosofia de se blindar da pressão externa.

“Não posso controlar as expectativas das outras pessoas. A única pessoa que eu posso controlar sou eu. Se a pessoa quiser que eu ganhe, fico feliz porque ela está torcendo por mim e, obviamente, também quero ganhar. Mas não posso ficar pensando só na medalha, porque então o que eu preciso fazer antes, não vou conseguir realizar", comentou em 2022.