Rebeca Andrade ganha prata no salto e iguala recorde individual de medalhas Olímpicas do Brasil

Por Leandro Stein
6 min|
Rebeca Andrade, do Brasil
Foto por (Photo by Pascal Le Segretain/Getty Images)

Rebeca Andrade e Simone Biles tiveram neste sábado, 3 de agosto, mais um capítulo da já memorável disputa nas finais da ginástica artística de Paris 2024. De novo, as duas ginastas dominaram o pódio, na final do salto. E mesmo que o ouro tenha ficado com Biles, Rebeca deu mais um passo gigantesco entre os maiores nomes da história do esporte nacional: com a prata, ela se iguala como a maior medalhista do Brasil em Jogos Olímpicos em todos os tempos.

Rebeca Andrade chega a cinco medalhas nos Jogos Olímpicos. Iguala a marca de Robert Scheidt e Torben Grael, ambos com cinco medalhas na vela. Rebeca conquistou o ouro no salto e a prata no individual geral em Tóquio 2020. Já em Paris 2024, a brasileira antes havia levado o bronze por equipes e a prata no individual geral.

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Rebeca Andrade ainda pode se tornar isoladamente a maior medalhista Olímpica do Brasil na sequência de Paris 2024. A ginasta terá mais duas finais por aparelhos, no solo e na trave, ambas marcadas para a próxima segunda-feira, 5 de agosto. Júlia Soares também compete na trave. Rebeca só não se classificou à final das barras assimétricas. Isaquias Queiroz, na canoagem velocidade, ainda tem chances de chegar a cinco ou seis pódios em Paris 2024.

Simone Biles conquistou o ouro com média de 15.300 em seus dois saltos. O nível de dificuldade da americana no Biles II, seu primeiro salto, a torna praticamente imbatível. Já Rebeca Andrade executou o Cheng e o Amanar, com 14.966 de média. Rebeca teve nota de execução superior nos dois saltos, mas ficou atrás de Simone Biles sobretudo pela nota de partida do Biles II. O bronze foi da americana Jade Carey, com 14.466 de média.

Ginástica artística em Paris 2024

Simone Biles conquistou o ouro no salto na Rio 2016, enquanto Rebeca Andrade subiu ao alto do pódio em Tóquio 2020 – quando a americana optou por não disputar a final, após sofrer com os chamados ‘twisties’ e preferir cuidar da saúde mental. Com o título de Paris 2024, Biles é apenas a segunda bicampeã do salto na história dos Jogos Olímpicos, após a tchecoslovaca Vera Cáslavská vencer o aparelho em Tóquio 1964 e Cidade do México 1968.

Simone Biles chega a dez medalhas nos Jogos Olímpicos, sete de ouro -- três delas em Paris 2024. Com isso, iguala Cáslavská no total de ouros. Apenas Larissa Latynina, com nove ouros, continua à frente na ginástica artística feminina – no masculino, Kato Sawao possui oito ouros. Biles pode igualar o recorde da soviética, já que disputa as finais do solo e da trave em Paris 2024.

Ginástica artística em Paris 2024

Rebeca Andrade, Simone Biles e Jade Carey

Foto por (Photo by Naomi Baker/Getty Images)

Como foi a final do salto em Paris 2024

Simone Biles competiu primeiro na final do salto, a quarta a entrar. Começou executando o Biles II, sua especialidade, com uma nota de partida de 6.400 de dificuldade. A americana conseguiu 15.700 de nota total, com 9.400 na execução. Teve apenas um passo para o lado na chegada, com penalidade de -0.100 pontos.

Já no segundo salto, Simone Biles fez um Cheng, com 5.600 de dificuldade e 9.300 de execução, para 14.900 de nota total. Terminou com média de 15.300, logo assumindo a primeira colocação.

Rebeca Andrade foi a sexta ginasta a participar da final do salto neste sábado. A brasileira primeiro executou o Cheng, com 5.600 de dificuldade. Conseguiu 9.500 de execução, acima de Biles, com movimento cravado para 15.100 totais.

Por fim, Rebeca Andrade completou sua apresentação com o Amanar, que havia executado em Tóquio 2020 e a ajudou naquele ouro. Preferiu não arriscar o Yurchenko com tripla pirueta (TTY), que submeteu à Federação Internacional de Ginástica antes de Paris 2024 e ainda não realizou em competições. A brasileira obteve nota total de 14.833, com 5.400 de dificuldade e 9.433 de execução. Terminou com 14.966 de média.

Após sua apresentação, Rebeca Andrade já tinha se aproximado do pódio. A principal ameaça era a americana Jade Carey, última a se apresentar. Carey conseguiu 14.733 em seu primeiro salto e 14.200 no segundo. Tinha indicado que faria um Amanar, mas optou pelo Yurchenko com dupla pirueta (DTY), com nota de partida menor, de 5.000. Terminou com 14.466 pontos de média. Levou o bronze e deixou a prata com Rebeca.

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Carlos Yulo, de Filipinas

Foto por (Photo by Naomi Baker/Getty Images)

As finais masculinas do dia

Neste sábado, também foram realizadas finais masculinas. No solo, Carlos Edriel Yulo conquistou o ouro, o segundo da história de Filipinas nos Jogos Olímpicos e o primeiro do país na ginástica. Yulo fez 15.000 pontos no aparelho, com 6.600 de dificuldade e 8.400 de execução. A prata foi do israelense Artem Dolgopyat (14.966) e o bronze ficou com o britânico Jake Jarman (14.933). Yulo possui seis medalhas em Mundiais, incluindo o ouro no solo em 2019, mas nunca tinha subido ao pódio Olímpico.

Já a final do cavalo com alças foi bastante emocionante. O ouro ficou com o irlandês Rhys McClenaghan (15.533). Foi a primeira medalha da história da Irlanda na ginástica artística dos Jogos Olímpicos. McClenaghan era um dos favoritos, ao vencer o Mundial de Ginástica em 2022 e 2023. A prata foi do cazaque Nariman Kurbanov (15.433) e o bronze ficou com o americano Stephen Nedoroscik (15.300).

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