Novak Djokovic e Andy Murray: relembre a rivalidade e a trajetória dos tenistas

Aposentado das quadras, Murray será treinador de Djokovic em 2025. Relembre a rivalidade e a trajetória da dupla ao longo dos anos.

7 minPor Camila Del Manto
Andy Murray e Novak Djokovic_Roland Garros 2016
(Dennis Grombkowski/Getty Images)

Novak Djokovic pegou todos de surpresa ao anunciar que Andy Murray será o seu treinador no começo da temporada 2025 do tênis, até a disputa do Australian Open, o primeiro Grand Slam do ano, ainda em janeiro.

Recém-aposentado do circuito, Murray não ficará muito tempo longe das quadras e já terá sua primeira experiência como técnico. O britânico, bicampeão Olímpico, anunciou sua despedida como profissional após a disputa de Paris 2024.

Com isso, a parceria Nole e Andy dará mais um passo no tênis, já que a história deles se cruza desde muito cedo no esporte. A seguir, confira os momentos marcantes da dupla ao longo dos anos, desde o juvenil até a relação entre técnico e jogador.

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1987 a 2006: caminhada conjunta no tênis

Para começar, Djokovic e Murray nasceram com apenas uma semana de diferença. O britânico é de 15 de maio de 1987, enquanto o sérvio veio ao mundo no dia 22, precisamente uma semana depois.

Com a idade parecida, naturalmente os dois já se encontravam nos torneios de tênis ainda no juvenil. Além disso, estrearam no top 100 da ATP no mesmo ano, em 2005.

Murray e Djokovic jogaram duplas no Australian Open 2006

(Clive Brunskill/Getty Images)

Já bastante próximos, em nível de tênis e na relação pessoal, os dois chegaram a formar dupla no Australian Open 2006, ambos com 19 anos. Eles perderam na estreia, mas já mostravam que suas carreiras, ainda iniciantes naquele momento, iriam se cruzar muitas vezes.

Ainda em 2006, fizeram o primeiro duelo do confronto direto. No Masters 1000 de Madri, disputado em quadra dura na época, vitória de Djokovic em três sets: 1/6, 7/5 e 6/3.

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2006 a 2010: a ascensão

O ano de 2006 foi de ascensão para ambos, que chegaram ao top 20 e começaram a mostrar que estariam entre os melhores do mundo. No fim da temporada, estavam colados no ranking: Nole em 16º e Andy na 17ª posição.

Nos anos seguintes, os dois mantiveram suas evoluções e, com isso, começaram a formar o que se denominou “Era do Big Four” no tênis masculino. Juntamente com Roger Federer e Rafael Nadal, o sérvio e o britânico passaram a ocupar as primeiras posições do ranking e a ganhar boa parte dos maiores torneios do mundo.

No duelo direto, Djokovic manteve a invencibilidade sobre Murray durante algum tempo. Assim, a primeira vitória de Andy veio apenas no quinto duelo entre eles, no Masters 1000 de Toronto, em 2008: 6/3 e 7/6 (3).

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2011 e 2012: Nole dispara; Murray corre atrás

Aos poucos, Novak foi se tornando mais forte e capaz de vencer grandes títulos. Em 2011, viveu um ano de domínio no circuito masculino, atingindo o topo do ranking pela primeira vez e ganhando três dos quatro Slams naquela temporada.

Enquanto isso, ainda que com ótimos resultados e desempenhos, Murray começava a sofrer com o tabu em Majors. Até o US Open 2012, havia chegado a quatro decisões e perdido todas, sendo três para Federer e uma para o próprio Djokovic, no Australian Open 2011.

Contudo, em Nova York, no US Open 2012, enfim veio o primeiro troféu de Slam para o britânico. E, já que a história dos dois se cruza em tantos momentos, o rival não poderia ter sido outro que não Novak Djokovic. Murray venceu em cinco sets: 7/6(10), 7/5, 2/6, 3/6 e 6/2.

Murray conquistou seu 1º título de Slam em 2012, contra Djokovic

(Clive Brunskill/Getty Images)

Meses antes do primeiro Major, Andy também havia conquistado o ouro Olímpico em simples em Londres 2012, superando Djokovic na semifinal. Naquele momento, o confronto direto era bastante equilibrado: 8 a 7 para o sérvio.

Nos anos seguintes, porém, Nole tornou-se ainda mais completo e acabou conquistando um número maior de troféus, bem como uma vantagem mais ampla nos jogos contra Murray.

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2012 a 2016: o período de sucesso conjunto

Entre 2012 e 2016, anos em que ambos estiveram em alto nível, superando até mesmo Federer e Nadal e assumindo as duas primeiras colocações no ranking, o sérvio foi absolutamente dominante no confronto direto.

O que era um duelo equilibrado, com placar de 8 a 7, tornou-se uma espécie de freguesia, com a conta chegando a 23 a 9 para Djokovic. Ainda assim, uma das duas vitórias de Andy foi especial: a final de Wimbledon 2013, conquistando o título em casa.

Novak, por sua vez, também empilhou vitórias em finais de Slam sobre o britânico. Foram quatro, sendo três no Australian Open (2013, 2015 e 2016) e uma em Roland Garros (2016). A conquista em Paris, inclusive, deu a Djokovic o Career Slam, nome dado ao feito de um tenista que ganha, pelo menos uma vez, todos os Slams.

Djokovic venceu um de seus títulos mais emblemáticos contra Murray, em Roland Garros, em 2016

(Julian Finney/Getty Images)

2017 a 2022: lesões e caminhos opostos

Em 2017, as lesões começaram a separar os caminhos dos dois. Em um primeiro momento, ambos sofreram com problemas físicos e acabaram caindo no ranking: pela primeira vez desde 2006, Djokovic e Murray fecharam um ano fora do top 10. A partir da temporada seguinte, porém, as caminhadas se tornaram bastante distintas.

O sérvio conseguiu recuperar seu melhor nível e voltou ao topo, ganhando Slams, batendo recordes e retornando ao posto de número 1 do mundo. Ainda hoje, mesmo aos 37 anos, segue buscando marcas e ganhando títulos. Em 2024, por exemplo, concretizou o sonho de conquistar o ouro Olímpico, em Paris.

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Andy, por sua vez, não conseguiu voltar ao melhor nível após grave problema no quadril, chegando a anunciar a aposentadoria no início de 2019. Contudo, depois de realizar cirurgias e conseguir tratar o problema, voltou atrás e retornou ao circuito. Ainda assim, nunca mais conseguiu disputar os primeiros lugares do ranking - na parte final da carreira, sua melhor posição foi o 36º posto, em agosto de 2023.

Dentro das quadras, o último encontro entre os dois foi em janeiro de 2017, na final do ATP 250 de Doha, com vitória de Djokovic por 6/3, 5/7 e 6/4. Em 2022, eles se enfrentariam nas oitavas do Masters 1000 de Madri, porém, Murray desistiu antes do confronto por conta de uma intoxicação alimentar. No total, os tenistas se enfrentaram 36 vezes, com 25 vitórias para Nole e 11 para Andy.

O último confronto entre eles aconteceu em 2017, em Doha

(AK BijuRaj/Getty Images)

2022: do mesmo lado da quadra

Em 2022, a Laver Cup conseguiu um feito inédito no tênis. A competição, que coloca o Time Europa contra o Time Mundo, reuniu, do mesmo lado da quadra, os quatro maiores rivais do tênis, ou popularmente conhecidos como Big Four: Roger Federer, Rafael Nadal, Novak Djokovic e Andy Murray.

O evento, além da disputa entre os times, foi marcado pela aposentadoria de Federer, que realizou seu último torneio profissional. Assim, os rivais estiveram lado a lado representando o Time Europa e fizeram parte das homenagens ao suíço, que foi o primeiro entre eles a pendurar as raquetes.

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O Big 4 se reuniu na Laver Cup 2022 para a despedida de Roger Federer

(Clive Brunskill/Getty Images for Laver Cup)

2025: a união de forças

Ainda que os números da carreira de Nole sejam superiores em praticamente todos os quesitos, é inegável que a rivalidade e a relação entre os dois sempre foi marcante dentro do tênis, desde os primeiros anos de carreira.

Não à toa, para 2025, Djokovic convidou Murray para fazer parte de sua equipe, ainda que para um período de testes, que pode ser estendido posteriormente, de acordo com o que acontecer em janeiro, no Australian Open.

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Depois de anos se encontrando em lados opostos da rede, a dupla agora une forças para tentar levar o sérvio ao sonhado 25º troféu de Grand Slam em simples, o que o tornaria o tenista, homem ou mulher, com mais títulos de Major de maneira isolada.

Confira números da rivalidade entre Novak Djokovic e Andy Murray

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