Lukas Bergmann: conheça o irmão caçula de Julia que disputa o Pré-Olímpico de Vôlei 

Paris 2024

Aos 19 anos, o ponteiro do SESI se inspira na irmã para conquistar espaço na seleção masculina. Também nascido em Munique, ele conta ao Olympics.com quais são os hábitos que os Bergmann trouxeram da Alemanha para o Brasil.

4 minPor Sheila Vieira
Lukas Bergmann

Se você se deparar com dois jogadores com a camisa da seleção brasileira de vôlei falando alemão um com o outro, não estranhe. É bem provável que você esteja perto de Lukas e Julia Bergmann, os irmãos germano-brasileiros que disputam o Pré-Olímpico em 2023.

Julia, na verdade, já terminou sua participação no evento, ajudando a seleção feminina a assegurar uma vaga em Paris 2024. Agora é a vez de Lukas, de 19 anos, contribuir com o time masculino no torneio realizado no Rio de Janeiro, de 30 de setembro a 8 de outubro.

“Para mim, estar aqui entre os 14 escolhidos [para o Pré-Olímpico] é com certeza um orgulho enorme. Todo mundo almeja a seleção principal. Já tinha participado das seleções de base, mas aqui é uma coisa diferente porque são os caras com quem você quer estar, né?”, disse Lukas ao Olympics.com.

“É algo de outro mundo. Eu via Lucarelli, Bruninho pela TV e sempre falava ‘queria chegar lá’. Treinar todo dia, conversar, jantar com esses caras... é muito legal”.

Lukas também tem como grande ídolo o polonês de origem cubana Wilfredo León.

“Ele é forte, saca forte, ataca... e eu quero fazer o mesmo. Mas os brasileiros também, Lucarelli, Bruno, Lucão... eu olho de baixo para cima para eles”, comentou.

Talvez não tão de baixo assim, já que Lukas tem 2,03m de altura.

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Como foi adaptação dos Bergmann ao Brasil

Tanto Julia quanto Lukas nasceram em Munique, filhos de pai alemão e mãe brasileira. Ele tinha sete anos de idade quando a família se mudou para Brusque (SC). Depois eles se estabeleceram em Toledo (PR).

“Eu lembro bastante da Alemanha. A gente ia de patinete para fazer natação”, contou Lukas. É disso de que ele sente falta da Europa? Não exatamente. “Tenho saudade do frio. Eu detesto calor", revelou.

O Lukas recém-chegado ao Brasil também sofreu um pouco para entender que não poderia usar sua primeira língua no novo lar. “Eu era bem cabeça dura no início, achava que os brasileiros iam aprender alemão, não eu o português. Com o tempo eu fui percebendo que não tinha outra opção, então tive um salto e peguei fácil”, explicou.

Os Bergmann só falam em alemão entre eles, segundo Lukas, e não adotaram o hábito do “PF” obrigatório no almoço.

“A gente não é muito acostumado a comer arroz e feijão todo dia. A gente faz coisas diferentes. Misturamos coisas alemãs com as brasileiras", disse.

Inspirado pela 'Schwester' (irmã) Julia

Uma coisa que foi fácil para a família Bergmann no Brasil foi manter a paixão pelo vôlei. Os pais sempre encararam o esporte apenas como hobby, mas a determinação de Julia fez com que Lukas também cogitasse uma carreira na modalidade.

“Eu vi ela treinando, já era algo mais sério. Aí virou a chavinha de uma brincadeira para realmente treinar”, comentou Lukas.

Apesar de ter seguido os passos da irmã, Lukas não pretende disputar a liga universitária americana, como ela fez até 2022. “Já cheguei ao SESI, então é aqui que vou seguir”, garantiu. “Eu até zoava ela que eu estava num clube profissional e ela ainda não.”

Depois de se formar na Georgia Tech, Julia estreará no profissional na equipe turca THY, treinada por José Roberto Guimarães.

Mesmo com a rotina corrida, os irmãos tentam viajar juntos quando podem. “A gente zoa muito um com o outro, manda meme no Instagram. A gente é muito parceiro. Ela saiu cedo de casa, então a gente não saía tanto antes, mas criamos isso agora”, afirmou.

Próximo passo: Paris 2024?

Caso a seleção masculina também obtenha vaga nos próximos Jogos Olímpicos, Lukas espera ser lembrado mais uma vez pelo treinador Renan Dal Zotto no momento mais importante.

“Meu sonho é jogar a Olimpíada. Então vou trabalhar muito na temporada inteira no SESI para chegar lá”, disse o jovem.

Na arquibancada, estará o alicerce de tudo: Familie.

“Meus pais já queriam assistir à Olimpíada. Imagina então com uma filha, um filho ou os dois lá, ainda melhor. Seria sensacional.”

Tudo sobre o Pré-Olímpico de Vôlei Masculino 2023

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