Com Lucas Pinheiro Braathen, Brasil retorna à Copa do Mundo de Esqui Alpino após quase nove anos
Antes de Lucas Pinheiro Braathen, que competirá na abertura da temporada em Sölden, na Áustria, em 27 de outubro de 2024, Brasil teve quatro esquiadores que participaram de, ao menos, uma etapa da Copa do Mundo de Esqui Alpino. Conheça cada um deles.
Quando Lucas Pinheiro Braathen competir em Sölden, na Áustria, em 27 de outubro, ele poderá se tornar o primeiro brasileiro a subir ao pódio em uma etapa da Copa do Mundo de Esqui Alpino. Entretanto, ele não será o primeiro atleta do país a competir em uma etapa do disputadíssimo circuito internacional da modalidade.
Antes dele, outros quatro esquiadores do Brasil tiveram a oportunidade de largar em, pelo menos, uma etapa da competição a partir de 1992**, d**e acordo com o banco de dados da FIS (Federação Internacional de Esqui e Snowboard): Christian Lothar Munder, Alberto Clark, Nikolai Hentsch e Jhonatan Longhi.
Entre as mulheres, Maya Harrisson chegou a estar inscrita para a etapa de slalom em Kransjka Gora, na Eslovênia, em 2 de fevereiro de 2014, mas ela não largou.
Christian, Nikolai e Jhonathan chegaram, inclusive, a representar o Brasil em edições dos Jogos Olímpicos de Inverno e estão entre os pioneiros do país no esqui alpino. Alberto Clark, por sua vez, fez parte da delegação brasileira presente na única edição dos Jogos Pan-Americanos de Inverno, realizado em Las Leñas, na Argentina, em 1990.
Agora, Lucas Pinheiro Braathen pode colocar a bandeira brasileira em outro patamar na Copa do Mundo de Esqui Alpino. Se os quatro brasileiros anteriores possuíam pouca – ou nenhuma – chance de pódio, Lucas carrega 11 medalhas em três temporadas na competição quando competia pela Noruega – inclusive com cinco vitórias e o Globo de Cristal de slalom na temporada 2023.
Mas quem são estes esquiadores pioneiros do Brasil? Saiba mais na lista preparada pelo Olympics.com.
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Christian Lothar Munder
O primeiro brasileiro a disputar uma etapa da Copa do Mundo de Esqui Alpino foi Christian Lothar Munder. Ele esteve presente nos Jogos Olímpicos de Inverno Albertville 1992, que marcou a estreia do Brasil no evento, e se classificou também para a edição de Lillehammer 1994 – quando foi o representante solitário do país.
Nascido no Brasil e filho de pais alemães, ele regressou com a família ao país europeu quando tinha apenas cinco meses de vida. Por lá começou a esquiar ainda na infância e passou a representar o Brasil em corridas internacionais no fim da década de 1980.
Sua estreia no circuito internacional da modalidade foi em dezembro de 1992. No dia 5 de dezembro daquele ano esteve presente na etapa de Super G em Val d’Isere, na França, e foi o 60º colocado, à frente de três competidores. Dezessete dias depois, competiu no Super G em Bad Kleinkirchheim, na Áustria, e foi o 58º dentre 60 competidores.
Um ano depois, Christian retornou para mais duas provas de Super G na Copa do Mundo de Esqui Alpino. Novamente em Val d’Isere em 12 de dezembro de 1993, ele foi o 83º dentre 89 atletas. Dez dias depois, competiu em Lech, na Áustria, e ficou em 78º - 79 esquiadores completaram a prova.
Alberto Clark
Da lista de brasileiros que largaram em uma etapa da Copa do Mundo de Esqui Alpino, Alberto Clark é o único que não competiu em Jogos Olímpicos de Inverno. Mesmo assim, teve a chance de representar o país em outro momento histórico: foi um dos três atletas que competiram na primeira – e única - edição dos Jogos Pan-Americanos de Inverno em Las Leñas, Argentina, em 1990.
Na Copa do Mundo da modalidade, ele competiu apenas em uma etapa: o Super G em Aspen, nos EUA, em 7 de março de 1993. Na ocasião, o brasileiro terminou na 56ª posição - o último entre os que finalizaram a prova. A prova foi pouco menos de um mês após competir no Mundial da modalidade em Morioka Shizukuishi, no Japão.
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Nikolai Hentsch
Depois das provas de Christian Lothar Munder e Alberto Clark, o Brasil levou doze anos para ter um atleta na Copa do Mundo de Esqui Alpino. Foi Nikolai Hentsch que encerrou o tabu ao participar de quatro etapas na temporada 2005/2006 como parte de sua preparação aos Jogos Olímpicos de Inverno Turim 2006.
Curiosamente, sua estreia também foi em Val d’Isere na disputa do downhill em 10 de dezembro de 2005. Ele ficou na 69ª posição, o penúltimo, com 114.26 pontos FIS - até hoje o melhor resultado do Brasil na competição em termos de pontuação.
Em janeiro de 2006, foram duas provas em Wengen, na Suíça. No dia 13 não completou a primeira descida do combinado; já no dia 14 foi o 53º, último entre os que finalizaram a descida, com 129.77 pontos FIS. Por fim, em 3 de fevereiro de 2006, competiu no combinado em Chamonix, na França, e foi o 38º colocado – o melhor desempenho do país na classificação final.
Filho de uma brasileira com um suíço, Nikolai nasceu em Genebra, na Suíça, e começou a esquiar com dois anos de idade. Esteve presente nos Jogos Olímpicos de Inverno Salt Lake City 2002 e conseguiu o índice A para a edição de Turim 2006, que o permitiu competir nas provas individuais, sendo o 30º no slalom gigante.
Jhonatan Longhi
Nascido em Americana, no interior de São Paulo, e adotado por uma família italiana, Jhonatan Longhi é o brasileiro que mais competiu em etapas da Copa do Mundo de Esqui Alpino. Foram oito provas entre sua estreia em Alta Badia, na Itália, em dezembro de 2008, e sua despedida em Kitzbühel, na Áustria, em janeiro de 2016.
Entretanto, ele também detém uma marca curiosa, mas inglória: não conseguiu completar nenhuma das oito provas que largou e, portanto, não somou pontos para o ranking da modalidade na ocasião.
Em quatro corridas ele abandonou na primeira descida: o slalom e o slalom gigante em Alta Badia em dezembro de 2008, slalom em Kranjska Gora, na Eslovênia, em março de 2015 e o slalom em Kitzbühel em janeiro de 2016 na sua despedida. Em outras quatro ele não conseguiu se classificar à segunda parte: três provas de slalom gigante em Alta Badia em dezembro de 2009, 2011 e 2013 e o slalom em Schladming, na Áustria, em janeiro de 2010.
Mesmo assim, esteve presente nos Jogos Olímpicos de Inverno Vancouver 2010 e Sochi 2014, competindo nas provas técnicas (slalom e slalom gigante) e por muito tempo deteve os recordes brasileiros nestas duas disciplinas.