Judô brasileiro conhece sua equipe para Tóquio 2020
Uma das modalidades mais bem sucedidas do Brasil nos Jogos definiu seus 13 representantes
De Chiaki Ishii (categoria até 93kg) em Munique 1972 a Rafael Silva (+100kg), o judô deu ao Brasil 22 medalhas Olímpicas, sendo 4 de ouro, 3 de prata e 15 de bronze. É o esporte individual que mais deu medalhas nos Jogos aos brasileiros. O histórico é de sucesso e a força do judô brasileiro, indiscutível.
Na quarta-feira (16), a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) apresentou a Equipe Olímpica de Judô - Tóquio 2020. A relação teve como base o ranking divulgado pela Federação Internacional de Judô após o último Campeonato Mundial, em Budapeste (Hungria). Eis os convocados:
Feminino
- Gabriela Chibana - Ligeiro (até 48kg) - EC Pinheiros - Estreia em Jogos Olímpicos
- Larissa Pimenta - Meio-leve (até 52kg) - EC Pinheiros - Estreia em Jogos Olímpicos
- Ketleyn Quadros - Meio-médio (até 63kg) - SOGIPA
- Maria Portela - Médio (até 70kg) - SOGIPA
- Mayra Aguiar - Meio-pesado (até 78kg) - SOGIPA
- Maria Suelen Altheman - Pesado (+78kg) - EC Pinheiros
Masculino
- Eric Takabatake - Ligeiro (até 60kg) - EC Pinheiros - Estreia em Jogos Olímpicos
- Daniel Cargnin - Meio-leve (até 66kg) - SOGIPA - Estreia em Jogos Olímpicos
- Eduardo Katsuhiro Barbosa - Leve (até 73kg) - Clube Paineiras do Morumby - Estreia em Jogos Olímpicos
- Eduardo Yudy Santos - Meio-médio (até 81kg) - EC Pinheiros - Estreia em Jogos Olímpicos
- Rafael Macedo - Médio (até 90kg) - SOGIPA - Estreia em Jogos Olímpicos
- Rafael Buzacarini - Meio-pesado (até 100kg) - Clube Paineiras do Morumby
- Rafael Silva "Baby" - Pesado (+100kg) - EC Pinheiros
Abaixo, um destaque da convocação e um pouco da participação dos brasileiros neste torneio, determinante para o estabelecimento das vagas Olímpicas:
Maria Suelen Altheman: Em busca do ouro
Entre as escolhidas para a delegação brasileira nos Jogos de Tóquio 2020 em 2021, a paulista de Amparo, Maria Suelen Altheman (+70kg), tem 32 anos é esperança de medalha. Tem a experiência em seu favor, com participação nos Jogos de Londres 2012 e Rio 2016. Nos Jogos Panamericanos, foi bronze em Guadalajara (2011) e em Toronto (2015).
Persistência é o seu ponto forte e tem como lema a frase: “Nunca desista de lutar pelos seus objetivos.” Isso explica sua trajetória de mais de 10 anos de seleção brasileira, sempre no topo. No último Mundial, Maria Suelen, também conhecida como Sussu, fez história: perdeu apenas um combate e venceu pela primeira vez, após 17 confrontos, a forte cubana Idalys Ortiz.
Eu entrei mais tranquila e eu venho treinando bastante para lutar com ela. Nessas várias lutas que a gente fez, eu perdia de um estilo diferente. E agora deu tudo certo, meus técnicos sempre em cima de mim mostrando como lutar com ela. Independente de resultado eu queria estar ali, feliz, e foi o que aconteceu.
Maria Suelen Altheman, para o site da Confederação Brasileira de Judô.
Além do terceiro lugar no Mundial de Budapeste, Sussu neste ano de 2021 foi pódio nos Grands Slams de Tel Aviv (fevereiro), Tbilisi (março) e Kazan (maio), todas as vezes tendo obtido a medalha de bronze.
Resultados no último Mundial
O Mundial da Hungria - realizado na primeira quinzena de junho - foi a última competição que definiu o ranking dos atletas selecionáveis aos Jogos de Tóquio 2020 em 2021. Em terras magiares, o Brasil ficou em terceiro lugar por equipes.
A equipe mista composta por Ketelyn Nascimento (57kg), Maria Portela (70kg), Maria Suelen Altheman (+70kg), Beatriz Souza (+70kg), Eduardo Katsuhiro (73kg), Eduardo Yudy (90kg), Rafael Macedo (90kg) e David Moura (+90kg) venceu o Cazaquistão nas oitavas-de-final. Nas quartas, derrota para o Uzbequistão com reveses nas quatro primeiras lutas, o que levou o Brasil à repescagem, contra o fortíssimo judô da Geórgia.
Os brasileiros não decepcionaram e superaram o país do Cáucaso com quatro triunfos a um, o que os habilitou para a disputa do bronze contra a Rússia, que começou melhor com a vitória de Denis Iartcev (73kg) nas punições sobre Eduardo Katsuhiro Barbosa. Na sequência, Maria Portela (70kg) superou Dali Liluashvili por ippon no golden score. No terceiro confronto, Khusen Khalmurzaev (90kg) superou Rafael Macedo: 2 a 1 para os russos.
Depois disso, três vitórias brasileiras que deram a medalha de bronze: Beatriz Souza venceu Daria Vladimirova por ippon e David Moura superou Alen Tskhovrebov. No combate que definiria o encontro entre brasileiros e russos, Ketelyn Nascimento (57kg) venceu a adversária, Anastasiia Konkina, ao levá-la ao chão e imobilizá-la até o ippon.
Foi a terceira medalha do Brasil por equipes em mundiais, após da prata em 2017 e do bronze em 2019.
Judô Brasileiro nos Jogos Olímpicos: História de muito sucesso
A imigração japonesa no Brasil foi fundamental para que o judô fosse introduzido no país, com núcleos no Rio de Janeiro, Belém, São Paulo, Porto Alegre, norte do Paraná e oeste paulista. Nascido no Japão, Chiaki Ishii chegou ao Brasil em 1964 e naturalizou-se brasileiro. Foi ele o responsável pela primeira medalha Olímpica do país na modalidade, bronze nos Jogos de Munique, em 1972, na categoria de ate 93 quilos.
De lá pra cá foram mais 21 medalhas em Jogos. Em Los Angeles 84, Walter Carmona (até 86kg), Douglas Vieira (até 95kg) e Luiz Onmura (até 71kg) foram medalhistas. O primeiro ouro aconteceu em quatro anos mais tarde, em Seul 88, com Aurélio Miguel (até 95kg). Em Barcelona 92, Rogério Sampaio deu outro ouro ao Brasil, na categoria até 65kg. Já em Atlanta 96, Henrique Guimarães (até 65kg) e novamente Aurélio Miguel (até 95kg), garantiram o bronze. Nos Jogos Sydney 2000, foram medalha de prata: Tiago Camilo (até 73kg) e Carlos Honorato (até 90kg). Em 2004, em Atenas, bronze com Leandro Guilheiro (até 73 kg) e Flávio Canto (até 81kg).
Já nos Jogos de Beijing 2008, a primeira medalha para o judô feminino do Brasil: Bronze para Ketleyn Quadros (até 57kg). No masculino, Leandro Guilheiro (até 73kg) e Tiago Camilo (até 81kg) conquistaram bronze. Em 2012, em Londres, o Brasil conquistou 4 pódios, sendo 1 deles o primeiro ouro do judô feminino brasileiro: Sarah Menezes (até 48kg). As outras 3 medalhas foram de bronze, com Mayra Aguiar (até 78kg) no feminino, e no masculino com Felipe Kitadai (até 60kg) e Rafael Silva (+100kg).
E finalmente, em casa, na Rio 2016, assim como em 2008, o Brasil foi ao pódio em 3 oportunidades. Ouro com Rafaela Silva (até 57kg) e bronze com Mayra Aguiar (até 78kg), no feminino. Rafael Silva (+100kg), entre os homens, levou o bronze.