Com feitos inéditos no BMX Freestyle, Gustavo Bala Loka vira referência no ciclismo brasileiro
Atualmente na sexta posição do ranking internacional do BMX Freestyle Park, Gustavo Bala Loka é o melhor ciclista do país em uma modalidade Olímpica. Atleta de 21 anos terminou em 10º lugar no Mundial 2023 e meses depois, em novembro, foi bronze nos Jogos Pan-Americanos em Santiago.
Até os Jogos Olímpicos Tóquio 2020, Gustavo Batista de Oliveira, conhecido como Gustavo Bala Loka, não imaginava que poderia se tornar atleta Olímpico. Agora, a menos de um ano de Paris 2024, ele se tornou referência no Brasil em busca de uma vaga e de resultados inéditos para o Brasil no BMX Freestyle.
“Em 2021 vi a oportunidade. Participei de um campeonato e pensei: realmente tenho chance de estar em uma Olimpíada”, comentou ao blog Olhar Olímpico, do UOL, para depois completar. “Conversando com amigos e familiares, falei: eu tenho chance de estar lá. Sei que se eu treinar e me dedicar, eu tenho chance”.
Essa profissionalização, de fato, trouxe resultados melhores – e surpreendentes – para Gustavo Bala Loka. Em 2022, foi bronze nos Jogos Sul-Americanos em Assunção, no Paraguai. Neste ano, mais um bronze no Pan-Americano da modalidade, atrás apenas do venezuelano Daniel Dhers, prata em Tóquio 2020, e do costarriquenho Kenneth Tencio, vice-campeão mundial em 2018. Depois, em julho, garantiu o primeiro Top 10 do Brasil em uma etapa da Copa do Mundo.
O BMX Freestyle entrou no programa Olímpico justamente em Tóquio 2020. Na disputa do Mundial de Ciclismo 2023, am agosto, Gustavo Bala Loka terminou em 10º lugar. No início de novembro, deu ao país um inédito bronze na disciplina durante os Jogos Pan-Americanos, em Santiago (Chile).
Desempenho que o coloca como referência no ciclismo do país. Hoje, por exemplo, ele é o 6º no ranking internacional do BMX Freestyle Park – o único brasileiro entre os 15 melhores de uma modalidade Olímpica (lista de 22 de fevereiro de 2024). Depois dele aparecem Paôla Reis no BMX Racing na 21ª posição e Raiza Goulão também em 21ª no Mountain Bike (classificação de 22 de fevereiro de 2024).
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Gustavo Bala Loka começou com ‘Frankstein’ no BMX Freestyle Park
Aos 21 anos, Gustavo Bala Loka se encantou com o esporte ainda pequeno ao ver uma prova nas rampas de terra numa pista em Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo. Disposto a praticar o esporte radical, contou com o apoio do pai. Sem dinheiro para comprar uma bicicleta própria, montou uma com peças do ferro velho.
“Meu pai teve a ideia de ir a um ferro velho em Osasco, achou a bike e começou a fazer um ‘Frankstein’. Pegou umas peças de BMX e colocou nessa bicicletinha que não era para o BMX. Ele montou uma específica para mim, essa do ferro velho, para começar”, comentou o atleta ao site do Comitê Olímpico Brasileiro.
O apelido Bala Loka surgiu um ano depois. Pedalou com tanta força para saltar uma rampa que errou o cálculo, perdeu o controle e foi de encontro ao chão. Acordado pelo pai e ainda assustado, ouviu os amigos falarem que ele pedalou como uma bala louca de revólver, originando a expressão que o acompanharia desde então.
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Namorada bailarina ensina elasticidade, força e técnica a Gustavo Bala Loka
Se a família foi a grande incentivadora no seu início de carreira, Gustavo Bala Loka também conta com o apoio da namorada Yris Manoella para aperfeiçoar ainda mais suas habilidades dentro da pista. Bailarina profissional, eles se complementam em suas atividades para alcançar os objetivos.
“Tem que fazer manobras que exigem um pouco de perfeição, de elasticidade, de força e de técnica”, explicou Gustavo ao GE.com. Sua namorada completa. “A força no balé é essencial. Sem ela, não consigo fazer nenhum movimento”, afirma Yris.
Com uma dupla tão entrosada, os feitos históricos colocam Bala Loka no caminho aos Jogos Olímpicos Paris 2024. Se o objetivo era ficar entre os 20 melhores no ranking internacional em 2023, ele está indo além. Após o Mundial e o bronze no Pan, ele já está entre os 10 melhores do mundo.
Gustavo Bala Loka se prepara para a Série Classificatória Olímpica em 2024
Entretanto, a vaga em Paris 2024 no BMX Freestyle Park não será nada fácil. São apenas 12 cotas disponíveis em cada gênero e metade será distribuída na Série Classificatória Olímpica no primeiro semestre de 2024. Serão dois eventos, um em maio (Xangai/CHN) e outro em junho (Budapeste/HUN) de 2024, e os seis melhores (com limite de dois por país) garantem vaga.
Outras duas vagas serão realocadas de acordo com o Mundial de Ciclismo Urbano de 2022. A preferência é dos continentes que não atingiram a classificação pela Série Classificatória Olímpica. Por fim, são mais três cotas no Mundial de Ciclismo 2023, novamente com preferência para continentes sem vaga.
Apenas quando todos os continentes forem contemplados, as vagas no Mundial serão realocadas para os atletas mais bem colocados, sempre respeitando o limite de duas cotas por país. A França, como país-sede dos Jogos Olímpicos, tem uma vaga assegurada.
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Programação do BMX Freestyle Park no Mundial de Ciclismo 2023
Com Gustavo Bala Loka e mais três atletas na categoria elite, o Brasil inicia a disputa do BMX Freestyle Park neste sábado, 5 de agosto, no Mundial de Ciclismo 2023. Confira programação da modalidade no fuso horário brasileiro:
Sábado, 5 de agosto
05:20 – Rodada classificatória feminina (Carolina Bittencourt e Eduarda Bordignon na bateria 2)
09:20 – Rodada classificatória masculina (Caio de Oliveira Sousa na bateria 5 e Gustavo Bala Loka na bateria 9)
Domingo, 6 de agosto
11:00 – Semifinal masculina
Segunda-feira, 7 de agosto
10:30 – Final masculina
13:00 – Final feminina