Grã-Bretanha e Suécia vão jogar pela medalha de ouro no torneio masculino de curling nos Jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022.
A partida decisiva está programada para este sábado, às 3:05 de Brasília, penúltimo dia de ação em Pequim.
Confira os resultados das semifinais.
Suécia e Canadá entraram pressionadas pelo passado
É difícil dizer quem entou mais tenso na semifinal. Suécia e Canadá entraram pressionadas pelo passado e pelo histórico de ambas nações nas últimas edições dos Jogos Olímpicos de Inverno.
De um lado a Suécia de Niklas Edin, prata em 2018, bronze em 2014 e 4ª colocada em 2010, cinco vezes campeã mundial e sete vezes rainha da Europa. Incapaz até agora de vencer o ouro Olímpico.
Do outro lado o Canadá de Brad Gushue, que na estreia em Jogos de Inverno foi campeão (Torino 2006), mas nunca mais superou as seletivas canadenses para voltar ao palco Olímpico. Desde então o Canadá perdeu o domínio do esporte e arrisca sair sem medalhas no curling pela primeira vez na história!
Gushue não foi capaz de derrotar Edin e vai ter que discutir o bronze em um duelo com os vizinhos dos EUA. Só uma vitória evitará que a potência mundial do curling regresse a casa de mãos vazias; o Canadá venceu o ouro Olímpico em três Jogos consecutivos (2006, 2010 e 2014).
Bruce Mouat conquista o direito à revanche
Os EUA conquistaram a pulso seu lugar na hierarquia do curling e em Beijing 2022 o objetivo do time liderado por John Shuster era apenas um: repetir a medalha de ouro de PyeongChang 2018.
Infelizmente, para os estadunidenses, isso não será possível após perderem com a Grã-Bretanha, atual vice-campeã mundial.
O Team Shuster foi eliminado pelos britânicos, liderados pelo skip Bruce Mouat, um dos primeiros jogadores a conhecer o gelo de Pequim, por ter jogado em duplas mistas – perdendo a medalha de bronze para a Suécia de Almida de Val e Oskar Eriksson (terceiro lançador do Team Edin).
O time liderado pelo escocês tinha perdido com os EUA no round robin por 9-7, mas conseguiu ganhar no momento certo no torneio.
Natural de Edimburgo, Bruce Mouat conquista o direito à revanche pelo Mundial perdido para a Suécia em 2021, mas carrega uma pesada herança do curling britânico: o esporte nasceu na Escócia, os britânicos são a única nação que competiu em todas edições dos Jogos Olímpicos e foram os primeiros campeões (Chamonix 1924).
Na final encontrará um velho conhecido, Niklas Edin, que o derrotou por 10-5 no quinto título mundial dos escandinavos. Mouat é mais jovem (27 anos face aos 33 de Edin) e tem seguido os passos do skip sueco.
Campeão mundial júnior, campeão europeu sênior e vencedor de um evento do Grand Slam (o Boost National 2017) com 23 anos – o mais jovem skip da história a vencer na série mais competitiva do curling.
Não sendo um duelo de gerações, é certamente um encontro entre os dois melhores jogadores não-canadenses em anos recentes. Um deles se prepara para fazer história em Beijing 2022.
Um "curler" nascido na terra do hóquei no gelo
Quartos Jogos Olímpicos de Inverno consecutivos para Niklas Edin. Será desta que vence a medalha de ouro?
A história do skip de 33 anos é curiosa, porque cresceu em Ornskoldsvik, ou “O-vik” como é conhecida pelos locais, uma cidade dominada pelo amor hóquei no gelo.
Estratégico, focado, rápido na análise e com uma pontaria super afinada, Niklas Edin escolheu o curling e não para ser ator secundário. Ao contrário de outros atletas que começam jogando em equipes já formadas, Niklas Edin montou o seu grupo.
A primeira grande conquista foi o título mundial júnior em 2004, seis anos após ver como Elisabet Gustafson vencia o bronze em Nagano 1998, o momento Olímpico que o inspirou.
Da Escandinávia partiu à conquista do mundo. Campeão europeu e mundial. Em outro esporte isto o teria coroado como o melhor, mas o coração do curling bate no Canadá. Só em 2016/2017 quebrou uma barreira histórica: ao vencer o Masters, Niklas Edin se tornou no primeiro não-canadense vencedor de uma prova do Grand Slam do curling.
Sua equipe não muda há três temporadas: Christoffer Sundgren lança as duas primeiras pedras, Rasmus Wrana as duas seguintes, Oskar Eriksson é o braço direito do skip e terceiro lançador, enquanto Edin finaliza as jogadas com as duas últimas pedras.
Poderá Niklas Edin colocar a cereja no topo do bolo e vencer a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos? As mulheres indicaram o caminho com três ouros em seis edições, algo que os homens nunca conseguiram desde que o curling é evento oficial nos Jogos.