Fim de uma era no handebol: a despedida dos lendários Nikola Karabatic e Mikkel Hansen

Por Leandro Stein
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Mikkel Hansen, da Dinamarca
Foto por Lars Baron/Getty Images

Grandes rivalidades costumam definir eras em diferentes modalidades. Dois atletas podem estabelecer novas fronteiras a partir da disputa constante pelo topo. O handebol, durante mais de uma década, vivenciou o embate entre duas lendas do esporte. Paris 2024 marca, assim, o fim de um período áureo nas quadras: o ato derradeiro de Nikola Karabatic e Mikkel Hansen, exaltados entre os melhores da história. Ambos escolheram encerrar suas carreiras profissionais nos Jogos Olímpicos.

Karabatic e Hansen dominaram premiações individuais neste auge compartilhado. Cada um foi escolhido três vezes como o melhor do mundo, algo que nenhum outro jogador na história do handebol conseguiu. Por clubes, muito além das disputas, os gigantes uniram forças durante sete anos no Paris Saint-Germain e se admiraram mutuamente. A rivalidade saudável se delineia mesmo pelas partidas memoráveis entre as seleções de França e Dinamarca - sobretudo nos Jogos Olímpicos.

A França de Karabatic e a Dinamarca de Hansen se enfrentaram em seis finais de 2011 a 2024. Os franceses se deram melhor nas duas decisões de Campeonato Europeu, enquanto o equilíbrio prevaleceu nas duas de Mundial e nas duas de Jogos Olímpicos. Se a Dinamarca levou o ouro na Rio 2016, a França deu o troco em Tóquio 2020. Mais recentemente, Hansen venceu o Mundial 2023 sobre os franceses e Karabatic celebrou diante dos dinamarqueses o Europeu 2024.

A saída de cena das lendas acontecia gradualmente há algum tempo. Aos 40 anos, Karabatic sofreu com lesões nas últimas temporadas. Já Hansen, três anos mais jovem, optou por voltar ao handebol dinamarquês e ficar mais tempo com a família. No último ciclo, esteve afastado das quadras por uma embolia pulmonar e para cuidar da saúde mental. Nos últimos anos, ambos tiveram menos minutos em quadra, preservados a momentos decisivos. Fato é que a aura dos dois continua enorme, enquanto o impacto que causaram é para sempre.

Quis o destino que, em Paris 2024, o reencontro de Hansen e Karabatic ocorresse logo na primeira rodada da fase de grupos. Dinamarca e França abriram a competição em grande estilo. Hansen anotou seis gols, contra três de Karabatic. E a vitória por 37 a 29 dos dinamarqueses serviu de prenúncio ao que viria. A França se classificou com dificuldades e parou nas quartas de final, num dramático jogo contra a Alemanha. Foi o último jogo de Karabatic.

O final da partida se tornou bastante emotivo por conta da despedida. Os times se reuniram ao redor do craque e aplaudiram Nikola Karabatic, assim como a torcida. A sonhada quinta final Olímpica, diante de sua própria gente, não foi possível. Mikkel Hansen, contudo, terá a chance de encerrar sua história com medalha de ouro. A Dinamarca está na final, para enfrentar a Alemanha. Será o episódio derradeiro de uma era de titãs.

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Mikkel Hansen e Nikola Karabatic se enfrentam na Rio 2016

Foto por Getty Images

Herdeiros de tradições familiares

As trajetórias de Mikkel Hansen e Nikola Karabatic têm diversos pontos de contato. Inclusive, pela maneira como o handebol se inseriu na vida de ambos: os dois craques foram moldados sob o incentivo de seus pais, que também atuavam na modalidade.

Nikola Karabatic nasceu em 1984, na cidade de Nis, então parte da Iugoslávia, filho de pai croata e mãe sérvia. Seu pai, Branko Karabatic, era goleiro da seleção iugoslava e se transferiu ao handebol francês no final da carreira. Niko chegou ao novo país quando tinha quatro anos e por lá foi criado. O irmão mais novo, Luka Karabatic, também símbolo da seleção francesa, já nasceu em Estrasburgo.

“Meu pai era uma estrela no esporte, era o meu ídolo”, afirma Nikola Karabatic. “Eu queria deixar meu pai orgulhoso e mostrar a ele que eu era bom no handebol, que tudo o que ele me ensinou me ajudou.” E o menino seguiu os mesmos passos. Branko continuou envolvido com a modalidade, como treinador de goleiros. Já o filho escolheu outra posição, como armador central. Aprimorou-se como um dos jogadores mais completos da história, reconhecido por sua inteligência, potência física, visão de jogo e refinamento.

Uma influência parecida deu o empurrão inicial a Mikkel Hansen, na Dinamarca. Quando o futuro craque nasceu, em 1987, seu pai já tinha disputado até mesmo os Jogos Olímpicos. Flemming Hansen compôs a seleção dinamarquesa em Munique 1972. A escolha de Mikkel foi natural. O filho desenvolveu uma força física impressionante e um braço mágico, capaz de realizar algumas das jogadas mais espetaculares do esporte.

"Por mais que ele tenha sido um dos melhores jogadores dinamarqueses de handebol de sua geração, meu pai nunca me forçou. Ele era mais um guia. Sempre estava ali para aconselhar, permanecendo nas sombras, disponível, mas sem nunca se impor. E, claro, quando você tem 18 anos, ajuda ter alguém que já passou por todos os momentos difíceis antes”, relembrou Mikkel Hansen, ao site oficial da EHF.

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Os primeiros ouros de Karabatic

Nikola Karabatic eclodiu antes no handebol que Mikkel Hansen, algo natural pela diferença de idade. E o central se estabeleceu como um fenômeno. O francês tinha apenas 17 anos quando fez sua estreia no Montpellier e, mesmo num time forte, virou um dos destaques. Karabatic conquistou cinco vezes seguidas o Campeonato Francês e brilhou na campanha do título na Champions League em 2002/03. Mas, ainda que a carreira de Niko por clubes impressione, com outras tantas taças, é o protagonismo na seleção que o mitificou.

Por suas raízes familiares, Karabatic poderia ter defendido as seleções de Croácia ou Sérvia, mas optou pela França onde construiu sua vida e com a qual mais se identifica. A estreia aconteceu em 2002, como prodígio numa geração que havia conquistado o Campeonato Mundial 2001, sob a estrela de Jackson Richardson. Já a primeira aparição de Niko em Jogos Olímpicos ocorreu em Atenas 2004. Ainda foi coadjuvante da equipe francesa, mas anotou gols importantes na campanha que terminou nas quartas de final.

A confirmação de Karabatic como astro da França ocorreu no ciclo seguinte. O central conquistou o Campeonato Europeu 2006, seu primeiro título pelos Bleus, com 11 gols na final contra a Espanha. Já em 2007, Karabatic recebeu o prêmio de melhor do mundo, ao faturar a Champions League pelo THW Kiel. Chegou em alta para Beijing 2008 e se tornou campeão Olímpico. A França tinha outros craques como Thierry Omeyer, Daniel Narcisse e Luc Abalo. Niko foi o artilheiro da equipe e deixou sua melhor atuação para a final, com oito gols contra a Islândia.

O ciclo seguinte foi ainda mais espetacular para a França. A equipe conquistou o Mundial 2009 e o Europeu 2010, em célebres finais contra a Croácia. Karabatic desbancava Ivano Balic, campeão Olímpico em Atenas 2004 e considerado o melhor da década. Já em 2011, os Bleus levaram outro Mundial, em cima da Dinamarca. A coroação, por fim, veio em Londres 2012. Karabatic fez mágica na armação da França, brilhante nas assistências que valeram sua segunda medalha de ouro. Naquele momento, seu reinado era incontestável.

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O gol inacreditável em Pequim que apresentou Hansen

Mikkel Hansen também estreou como profissional no handebol aos 17 anos, em 2005, pelo Svendborg. A conquista do Campeonato Dinamarquês 2007 inaugurou a lista de feitos do meia esquerda e, naquele mesmo ano, ele fez sua estreia pela seleção. Não participou da conquista do Europeu 2008, mas disputou os Jogos Olímpicos. A campanha da Dinamarca em Beijing 2008 não foi tão marcante, eliminada pela Croácia de Ivano Balic nas quartas de final. Memorável foi o gol de Hansen que o apresentou para as audiências do mundo todo.

A Dinamarca vinha de tropeços e se via pressionada contra a Rússia, na terceira rodada da fase de grupos. O empate persistiu até o último segundo, quando uma falta na linha de nove metros dava uma sobrevida aos dinamarqueses. Aos 20 anos, Mikkel Hansen não era o mais tarimbado para a cobrança, mas certamente era o mais qualificado. Mesmo com a barreira que mal permitia ver o gol, o meia arremessou a bola na única fresta possível e a cravou no ângulo. Seu time vencia e um novo astro surgia.

A partir de então, Mikkel Hansen decolou. Passou pelo Barcelona e depois se transferiu ao Copenhague. Em 2011, ganhou seu primeiro prêmio de melhor do mundo. Muito de seu reconhecimento vinha pelo destaque no Campeonato Mundial 2011, no qual foi artilheiro e recolocou a Dinamarca numa final após 44 anos. Aquela foi exatamente sua primeira decisão contra Karabatic. Cada um anotou dez gols, mas o francês terminou campeão e foi também eleito o melhor do torneio. Só o início da série de embates.

A recuperação de Mikkel Hansen aconteceu no Campeonato Europeu 2012, quando conquistou seu primeiro título pela seleção. Foram nove gols só na final, desbancando uma Sérvia que jogava em casa. Mas, apesar das expectativas, os dinamarqueses mais uma vez não foram longe nos Jogos Olímpicos. Pararam nas quartas de final de Londres 2012, eliminados pela Suécia.

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Novos companheiros em Paris

A França permaneceu à frente da Dinamarca no ciclo posterior a Londres 2012. Mikkel Hansen bateu na trave duas vezes, com os vices no Mundial 2013 e no Europeu 2014. Karabatic, por sua vez, liderou sua seleção justamente na conquista do Europeu 2014 e também do Mundial 2015. Em 2014, quando derrotou Hansen na final continental, o francês reconquistou o prêmio de melhor jogador do mundo. Acabou sucedido exatamente pelo dinamarquês em 2015.

Naquele período, Mikkel Hansen passou a conhecer o handebol francês mais de perto. Em 2012, o dinamarquês foi escolhido para estrelar o projeto do Paris Saint-Germain na modalidade e se tornou colega de vários destaques da seleção local - inclusive de Niko Karabatic, levado pouco tempo depois. O central vinha de um período idolatrado no Barcelona, com o qual faturou a Champions League pela terceira vez. Retornou ao seu país em 2015, quando foi contratado pelo PSG. As duas lendas atuariam lado a lado.

O Paris Saint-Germain se tornou hegemônico no Campeonato Francês com uma constelação. Exceção feita a 2013/14, o clube conquistou todas as outras edições da liga nacional realizadas desde 2012/13. O lamento acontece na Champions League, na qual os parisienses ainda perseguem o primeiro troféu. Nem a reunião dos dois melhores do mundo auxiliou. E se por um lado Karabatic possui uma bagagem inegável no torneio, Hansen nunca conseguiu erguer a taça continental. Com o PSG, no máximo teria um vice.

Os vestiários do PSG permitiram que os dois gigantes construíssem uma relação também como amigos, não apenas como adversários. A admiração é mútua. "Nikola é o melhor companheiro e oponente que eu tive. Sempre fui fascinado por ele. Niko é um grande líder no qual todos no time podem se apoiar e ele é o melhor em situações de pressão", afirmaria Mikkel Hansen.

Elogios retribuídos por Karabatic: "É sempre um privilégio atuar com os melhores do mundo. É mais fácil de jogar, mas acima de tudo aprendemos com eles. Podemos nos inspirar pela forma como treinam, como jogam. Fora das quadras, Mikkel é único! Ele gosta de arte e moda, tem interesses diferentes da maioria dos jogadores. Eu me dou muito bem com ele.”

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Os épicos Olímpicos

Mikkel Hansen e Nikola Karabatic já eram companheiros no PSG quando disputaram sua primeira final Olímpica face a face, na Rio 2016. O primeiro embate aconteceu ainda pela fase de grupos, mas na última rodada, em vitória francesa que não mudou o rumo dos derrotados. A Dinamarca, afinal, ganhou o duelo mais importante - a decisão. Hansen anotou oito gols na vitória dinamarquesa por 28 a 26. Karabatic se contentou com a prata, brecado também pela grande atuação do goleiro Niklas Landin Jacobsen.

Ao final da Rio 2016, tanto Hansen quanto Karabatic foram escolhidos para a seleção do torneio. O dinamarquês ganhou o prêmio de craque da competição, mas o francês levou seu terceiro troféu de melhor do mundo ao final do ano. Karabatic voltou ao topo do pódio em 2017, campeão mundial dentro da própria França e apontado como MVP. Já Hansen recebeu o prêmio de melhor do mundo pela terceira vez em 2018 e ganhou seu primeiro Campeonato Mundial em 2019, também MVP. Bateu a França nas semifinais, com 12 gols.

A Dinamarca nunca tinha conquistado um Mundial até aquele momento. Mikkel Hansen liderou o time ao bicampeonato em 2021, escolhido como o melhor jogador do campeonato pela segunda edição consecutiva. O veterano ampliava seus feitos com um elenco que se fortalecia ainda mais, em especial pela ascensão do meia direita Mathias Gidsel. Porém, a França também respirava novos ares e ganhava talentos. Karabatic permanecia como líder, mas apoiado por destaques mais jovens como Ludovic Fabregas e Nedim Remili.

Tóquio 2020 permitiu a revanche entre essas equipes em transição, mas ainda estreladas pelas duas lendas. Mikkel Hansen seguiu preponderante à Dinamarca e foi o artilheiro dos Jogos Olímpicos, com 61 gols, 15 a mais do que o segundo colocado. Voltando de uma grave lesão no joelho, Nikola Karabatic precisou se superar, mas ainda anotou 22 gols e se deu melhor no reencontro da final. Os nove gols de Hansen na decisão não impediram a vitória francesa por 25 a 23. Com uma excelente atuação defensiva, Niko ganhava sua quarta medalha Olímpica, a terceira de ouro.

O papel menos dominante em quadra do que em outros tempos, aliás, não desmotivou Karabatic. O veterano tratou de ver a reta final da carreira com outros olhos. "Atualmente eu desfruto de coisas diferentes", explicou Karabatic, ao Olympics.com, em 2022. "Eu tive a chance de conquistar todos os meus sonhos e vencer todos os títulos muitas vezes. A alegria é sempre extraordinária, mas me dei conta de que dividi-la com pessoas que nunca passaram por isso me dá uma felicidade imensa, além de gerar fortes emoções."

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Nikola Karabatic, da França

Foto por Buda Mendes/Getty Images 2024

A despedida em Paris, uma casa em comum

A passagem do tempo se tornou mais evidente para Karabatic e Hansen nos últimos três anos, mas eles não deixaram de vencer - e de se enfrentar. Em 2022, a Dinamarca bateu a França na disputa pelo bronze do Campeonato Europeu. Uma nova final entre as duas ocorreu no Mundial 2023, com o inédito tri dos dinamarqueses. Já no Europeu 2024, em janeiro, a França deu o troco e foi campeã sobre os escandinavos na prorrogação. Os prêmios individuais, entretanto, passaram a novas mãos, como Gidsel e Remili.

O adeus dos craques claramente se aproximava. Em agosto de 2023, Karabatic confirmou que esta seria sua última temporada. "A nostalgia certamente virá depois, mas neste momento eu gostaria, acima de tudo, de viver esse último ano com vocês", escreveu o veterano, em carta publicada no site do PSG. Deu tempo de conquistar seu 22° título de liga nacional em 23 temporadas como profissional, antes do ato final nos Jogos Olímpicos. “Ter as Olimpíadas em Paris é muito, muito empolgante”, disse.

Mikkel Hansen, que em 2022 voltou à Dinamarca para defender o Aalborg, confirmou em abril que deixará as quadras após Paris 2024. “Sempre disse que queria parar no dia em que a alegria e a dedicação já não existissem mais. Elas continuam por aqui. Mas também acho que cheguei a um ponto em que posso sentir que outras coisas me atraem", declarou. O dinamarquês ainda teve uma última tentativa de levar a Champions League. Porém, mesmo com nove gols de Hansen, o Aalborg perdeu a final diante do Barcelona. Ele voltou à linha de nove metros para uma falta no último lance, mas parou na trave.

Os Jogos Olímpicos ofereceram o épico derradeiro. Mais simbólico ainda que o último ato de ambos fosse em Paris (e Lille, onde a fase final do handebol é realizada). Mikkel Hansen viveu durante dez anos na capital francesa. Segundo suas palavras, a cidade teve uma influência especial em sua vida, sobretudo por incentivar seu interesse pelas artes. "Paris é minha cidade. É um local muito importante para mim. Encerrar minha carreira lá pode ser algo grande”, comentou.

Nikola Karabatic, por sua vez, atuou em Paris durante os últimos nove anos. Em Paris 2024, ele se tornou o primeiro atleta do handebol a disputar seis edições dos Jogos Olímpicos. Que a campanha tenha se encerrado cedo, a experiência de jogar em casa ficará para sempre. Uma pena a lembrança amarga da derrota improvável, com o empate da Alemanha arrancado no último segundo e a virada na prorrogação. "Eu gostaria de terminar com uma medalha no pescoço, mas aparentemente eu já tinha ganhado o suficiente", brincou.

Karabatic não teve tanto impacto na campanha da França. Com menos minutos em quadra, acumulou seis gols e oito assistências. Não apareceu tanto quanto alguns de seus companheiros, como Dika Mem e Hugo Descat. Já Mikkel Hansen garantiu 27 gols na campanha até a final, embora o alto número de tentos se dê pela condição de cobrador de penalidades. Jogou até menos tempo que Karabatic. Complementa os compatriotas Mathias Gidsel e Simon Pytlick, as principais armas ofensivas da Dinamarca.

E independentemente dos desfechos diferentes aos dois craques, Paris 2024 não altera os status das lendas. Nikola Karabatic e Mikkel Hansen têm seus nomes gravados num lugar muito especial da história do handebol, e do esporte como um todo. A medalha de ouro só poderia ser mesmo de um. Cabe a Hansen a oportunidade do desfecho perfeito, num time da Dinamarca com o legado já consolidado em outros talentos.

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