Após prata inédita no Mundial, equipe feminina de ginástica artística do Brasil repete cor da medalha no Pan 2023

Paris 2024

Com Rebeca Andrade poupada no solo, Brasil não conseguiu ultrapassar conjunto dos EUA na final por equipe da ginástica artística nos Jogos Pan-Americanos 2023 em Santiago, Chile. Porém, a segunda colocação iguala melhor resultado da história do país no evento após 16 anos. 

6 minPor Gustavo Longo
Equipe feminina do Brasil no pódio da ginástica artística nos Jogos Pan-Americanos 2023
(Miriam Jeske/COB)

Depois de conquistar uma medalha de prata inédita no Mundial de 2023, a equipe feminina de ginástica artística do Brasil buscava alcançar sua primeira medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos 2023 em Santiago, Chile. Ainda não foi dessa vez que elas conseguiram. Na final realizada neste domingo, 22 de outubro, o país repetiu a prata na competição.

Poupando Rebeca Andrade no solo, o Brasil se apresentou na última subdivisão e alcançou 161.564 pontos. A seleção dos Estados Unidos, sem Simone Biles, mas com Jordan Chiles, prata em Tóquio 2020, foi a campeã com 165.196 pontos. Canadá garantiu o bronze com 154.230.

Mesmo sem o ouro, a segunda posição obtida nesta edição do Pan repete o melhor resultado da equipe feminina na história da competição após 16 anos. Na edição de 2007, no Rio de Janeiro, o Brasil também alcançou a medalha de prata, novamente atrás das norte-americanas. Além disso, tem mais cinco bronzes (1983, 1999, 2003, 2015 e 2019).

Além disso, a medalha de ouro pode vir nas finais individuais. Rebeca Andrade está na decisão do salto com a maior nota e é a segunda nas barras assimétricas e na trave. Flávia Saraiva entrou com a terceira melhor nota do solo, da trave e do individual geral e a quinta nas barras assimétricas. No solo, Júlia Soares foi a quarta colocada e Jade Barbosa também está classificada no individual geral.

Esta foi a segunda medalha do Brasil na ginástica artística nos Jogos Pan-Americanos 2023. No sábado, dia 21, a equipe masculina conquistou a medalha de bronze com 245.394 pontos – EUA ficou com o ouro e Canadá com o bronze. Na segunda-feira, dia 23, acontecem as finais do individual geral: os homens às 13h e as mulheres às 18h no fuso horário local e de Brasília.

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Brasil brilha no salto, mas barras assimétricas tiram chance de ouro no Pan 2023

O Brasil iniciou sua rotação no solo sem Rebeca Andrade. Carolyne Pedro fez a primeira apresentação e obteve 12.300. Na sequência se apresentaram Jade Barbosa (13.333) e Júlia Soares (13.400). Bronze no Mundial neste aparelho, Flávia Saraiva acabou pisando na linha e obteve 13.400 pontos, deixando o Brasil com 40.133 pontos, 0.500 atrás dos EUA.

No salto, as brasileiras brilharam. Carolyne Pedro alcançou 12.766, mas a nota seria descartada posteriormente. Isso porque Jade Barbosa conseguiu 13.800, Flávia Saraiva, 14.000, e Rebeca Andrade, atual campeã Olímpica e bicampeã mundial do aparelho, cravou 15.100 no salto Cheng, com 9,5 de execução, deixando a equipe com 42.532 pontos e 83.033 no total da rotação, apenas 0.112 de diferença.

Porém, na terceira rotação das barras assimétricas, a chance de ouro literalmente escapou das mãos. Carolyne Pedro teve uma queda e conseguiu 10.400 pontos. Jade Barbosa também cometeu erros de execução e alcançou 10.933. Nem os 13.633 de Flavia Saraiva e os 14.300 de Rebeca Andrade evitaram a nota de 38.866 pontos no aparelho e 121.899 no total.

Com quase quatro pontos atrás das norte-americanas e apenas a trave para competir, a equipe feminina buscou assegurar a medalha de prata. Júlia Soares alcançou 12.666 pontos e Jade Barbosa 12.600, nota descartada no final. Flávia Saraiva conseguiu 13.433 e Rebeca Andrade obteve 13.566, mais do que suficiente para garantir a segunda posição.

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Rebeca Andrade: 'Eu queria viver isso'

Após sua primeira participação em Jogos Pan-Americanos, Rebeca Andrade comemorou a conquista da prata.

"É muito bom, a gente estreou na competição com o pé direito. Meus primeiros Jogos e a gente já conseguiu a medalha por equipes. Para mim, é muito importante por elas, pela nossa equipe", ela disse ao Olympics.com. "Mas ainda tem muita água para rolar, tem muita competição pela frente. Espero que dê tudo certo."

O ponto alto de Rebeca na classificatória e final por equipes foi o salto Cheng de 15.100.

"Nossa, foi bom né? Quase prendi meu pé, falei 'meu Deus, que chegada dura!'. Foi muito bom, até eu fiquei chocada!", comentou.

Ao falar sobre a decisão de não competir no solo, Rebeca ressaltou o apoio da equipe.

"Por isso que a gente tem a equipe, uma pode suprir quando a outra precisar. Desde Tóquio, na verdade antes disso, a gente planeja o que a gente pode fazer, o quanto o corpo pode aguentar. O Mundial foi uma competição muito longa e eu queria muito estar aqui também. Eu queria viver isso. Então eles pensaram 'como a Rebeca pode chegar e fazer o melhor dela, como ela pode se sentir segura?'. Foi uma conversa com todo mundo, não foi uma decisão só minha", disse.

"Foi muito importante eu falar como estava me sentindo e eles dão o feedback e chegamos num consenso. Conseguir me apresentar nos três aparelhos com as três notas contando para a equipe faz tudo valer a pena. Mostra que 'ela não precisa fazer tudo, não precisa se massacrar tanto', eu posso segurar. No Mundial de 2021 eu também não fiz solo e deu tudo certo. Essas decisões são importantes para a gente", acrescentou.

Flávia Saraiva, que disputará todas as finais exceto salto, celebrou o ano sem lesões graves e com muitas medalhas no peito.

"A gente trabalhou muito para estar aqui. Depois de Mundial não é fácil, foram muitos dias de competição lá. Eu fiz uma cirurgia o ano passado, tenho 11 meses de cirurgia. Estou feliz e bem grata, porque não foi fácil estar aqui. Mas ter esses resultados tem sido muito importante."

Jogos Pan-Americanos 2023: finais individuais da equipe feminina do Brasil na ginástica artística

Nesta segunda-feira, 23 de outubro, acontecem as finais do individual geral da ginástica artística nos Jogos Pan-Americanos 2023 em Santiago, no Chile. Os homens, com os brasileiros Diogo Soares e Arthur Nory, iniciam a prova às 13h. As mulheres, com Flávia Saraiva e Jade Barbosa, competem às 18h no fuso horário local e de Brasília.

Além disso, a equipe feminina conseguiu se classificar nos quatro aparelhos individuais. Confira:

  • Solo: Flávia Saraiva (3ª), Júlia Soares (4ª)
  • Trave: Rebeca Andrade (2ª), Flávia Saraiva (3ª)
  • Barras assimétricas: Rebeca Andrade (2ª), Flávia Saraiva (5ª)
  • Salto: Rebeca Andrade (1ª)
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