Dudu Ribeiro disputa Mundial de Atletismo 2023 para retomar legado do país nos 800m

Numa prova em que o Brasil possui duas medalhas Olímpicas (incluindo uma de ouro) e seis em campeonatos mundiais (outdoor e indoor), o país voltou a ter destaque nesta temporada. Eduardo Ribeiro Moreira, o Dudu, compete no Mundial de Atletismo 2023 em Budapeste, na Hungria, com o objetivo de retomar o legado brasileiro nos 800m.

O jovem, 22 anos, é um dos nomes que pode surpreender na principal competição do esporte na temporada. Ele vai estrear nesta terça-feira, 22 de agosto, às 14h20 (fuso horário de Brasília), com as baterias classificatórias. Caso avance, a semifinal será na quinta-feira, dia 24, e a final no sábado, dia 26.

Mais do que os títulos do Troféu Brasil e do Sul-Americano em 2023, são as marcas que obteve neste ano que o credenciam a surpreender. Em quatro oportunidades, ele correu os 800m na casa de 1min45s. Seu recorde pessoal é de 1min45s10, obtido em maio. Um tempo que, se ele repetir no Mundial de Atletismo 2023, o credencia à final.

Dessa forma, Dudu Ribeiro pode seguir os passos de seus ídolos Joaquim Cruz e Zequinha Barbosa, que brilharam nos 800m nas décadas de 1980 e 1990. Joaquim, por exemplo, foi campeão Olímpico em Los Angeles 1984 e prata em Seul 1988. Zequinha, por sua vez, foi campeão mundial indoor em 1987 e vice-campeão mundial outdoor em 1991.

O atleta não esconde a admiração e inspiração. “Li o livro ‘Matador de Dragões’, sobre a vida do Joaquim e me inspirei no atletismo, ainda em Lavras”, afirmou em 2022 ao site da Confederação Brasileira de Atletismo. Além disso, sempre que possível, recebe mensagens e conselhos do campeão Olímpico.  

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Dudu teve frustração com Covid-19 e descobriu asma

Eduardo Ribeiro Moreira apareceu com destaque neste ano, quando chegou a liderar o ranking mundial dos 800m e pode surpreender no Mundial de Atletismo 2023. Mas ele poderia ter se destacado bem antes. Em 2020, fez o índice do Mundial sub-20 de atletismo daquele ano em duas ocasiões, mas a competição foi cancelada pela pandemia de Covid-19.

Depois, em 2022, quando já era bicampeão brasileiro dos 800m e se planejava para melhorar seus tempos em nível internacional, ele encarou outro problema: a asma. Um diagnóstico que adiou em um ano o seu objetivo de se posicionar na elite da modalidade.

“Descobri que tenho asma no ano passado, quando comecei a ter crise e fui descobrir o que era. Nessa, perdi um mês, fiquei um mês completamente parado. Só de correr leve dava crise de tosse. E foi bem no meio do ano, quando tem as competições”, comentou neste ano ao blog Olhar Olímpico, do UOL.

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Dudu começou no projeto CRIA Lavras

Quando competir no Mundial de Atletismo 2023, Eduardo Ribeiro Moreira também estará carregando o sucesso de um projeto social em Lavras, onde ele nasceu em 2001. Quando tinha 12 anos, ele foi descoberto em um teste escolar pelo professor Fernando Roberto de Oliveira, falecido em 2019 e conhecido como ‘Doutor Atletismo’.

Professor de pós-graduação da Universidade Federal de Lavras, ele foi um dos criadores do projeto CRIA Lavras (Centro Regional de Iniciação ao Atletismo). O objetivo é ensinar o esporte a crianças e jovens de baixa renda e em situação de vulnerabilidade social, além de ter se tornado importante centro de formação de novos talentos do país.

Após se destacar em Lavras, Dudu foi para Bragança Paulista, em 2019, treinar com Clodoaldo Lopes do Carmo no Centro Nacional de Desenvolvimento do Atletismo. Agora, o sonho é conquistar o mundo. “Quero ir para o Mundial, o Pan de Santiago e para a Olimpíada”, afirmou à CBAt em 2023.

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