Cultura e território chilenos são destaque na Cerimônia de Abertura dos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023

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Sob o tema "A Terra e Seu Povo", evento no Estádio Nacional da capital chilena teve diversas manifestações locais, da música à poesia de Pablo Neruda. Brasil desfilou com Luisa Stefani e Fernando Scheffer como porta-bandeiras.

6 minPor Daniel Perissé
Performers on stage during the opening ceremony of the Santiago 2023 Pan Am Games at Estadio Nacional on October 20, 2023 in Santiago, Chile.
(Al Bello / Getty Images)

Uma nação orgulhosa de ser sede dos Jogos Pan-Americanos pela primeira vez em sua história. Esse foi o sentimento que tomou conta da Cerimônia de Abertura de Santiago 2023, realizada nesta sexta-feira, 20 de outubro, no Estádio Nacional da capital chilena, exaltando o fato de o país estar finalmente sediando uma competição com mais de 50 anos de história.

Com base no tema "A Terra e Seu Povo", o evento foi marcado pela apresentação de diversos nomes da cultura local, e até mesmo o escritor Pablo Neruda teve parte de um de seus poemas lido durante a cerimônia. As atrações musicais ficaram por conta de Movimento Nacional - banda autora do hino de Santiago 2023 - e outras estrelas.

O evento começou com uma série de imagens do extenso território chileno, encerrada com uma contagem regressiva e a entrada da baterista e percussionista chilena Juanita Parra, da banda local de rock Los Jaivas, e um solo de bateria repleto de efeitos especiais.

Em seguida, foram apresentados o Presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, da Panam Sports, Neven Ilic, e o mandatário do Chile, Gabriel Boric.

Coube à jovem Florencia Monsalve, promessa do mountain bike chileno, entrar com a bandeira da nação e entregá-la a um grupo de cadetes, que a hasteou ao som do hino local cantado por Constanza Wilson.

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Dança e música retratam o Chile

A segunda parte da Cerimônia de Abertura apresentou o território chileno, sua fauna e diversidade cultural por meio de uma apresentação de música e dança representando diversas partes do país. Foram mais de cem dançarinos que mostraram diversos grupos, como os Aimarás e os povos da Patagônia, entre outros.

Em seguida veio a voz de Pablo Neruda, importante escritor e político chileno considerado um dos maiores poetas da literatura latino-americana e contemporânea mundial, lendo um trecho de seus poemas, "Alturas de Macchu Picchu del Canto General" .

Pessoas representando o povo chileno montaram o país no palco, tomado em seguida pela atriz chilena Amparo Noguera, que convidou "as terras" a se unir para dar as boas-vindas aos países participantes.

Com Stefani e Scheffer, Brasil entra animado

Depois dos atos de apresentação e afirmação da cultura chilena, foi a vez de começar a parada dos atletas e entrada das delegações - o primeiro a entrar foi a Argentina, uma homenagem ao fato de o país ter sido o primeiro a sediar os Jogos Pan-Americanos, em 1951 em Buenos Aires. Os demais foram por ordem alfabética.

O Brasil foi o nono a aparecer, com a tenista Luisa Stefani e o nadador Fernando Scheffer como porta-bandeiras. Foram cerca de 150 representantes do país na cerimônia.

Para festa do publico local, o anfitrião Chile foi o último a entrar, tendo a nadadora Kristel Köbrich e Esteban Grimalt, do vôlei de praia, como porta-bandeiras.

Ao final da parada dos atletas, a cantora Ana Tijoux e o grupo de hip hop Movimiento Original cantaram "A la Cima", hino oficial de Santiago 2023.

'Sonho' virando realidade, diz presidente da Panam Sports

Em seguida, foi a vez de o Ministro de Esportes do Chile e Presidente de Santiago 2023, Jaime Pizarro, e Neven Ilic, Presidente da Panam Sports, tomarem o palco para falar sobre o que representava o evento.

"O fogo pan-americano vem da pirâmide do sol, no México, e hoje brilha no sul do mundo, após um percurso por nossa terra cheia de contrastes, de bosques, praias infinitas e montanhas. É o fogo do esforço, da união, da solidariedade. No Chile nós criamos, caímos e depois levantamos, esse é o espirito que queremos cada esportista a ter nesse Pan. É o evento mais importante da nossa história e vai deixar um legado importante ao nosso país. Que seja uma inspiração para a nova geração das Américas", comentou Pizarro.

"É uma honra entregar Santiago aos grandes atletas da América (...) O sonho está se tornando realidade para o Chile, nossos atletas poderao competir diante de seu publico. Estou muito emocionado. Viva o Chile e viva os Jogos Pan-Americanos," afirmou Ilic, que também é chileno.

A palavra passou ao presidente do país, Gabriel Boric, que declarou aberta a edição de número 19 dos Jogos Pan-Americanos, e logo depois foram hasteadas as bandeiras da Panam Sports e do COI, sob seus respectivos hinos.

Catalina Soto, do ciclismo, fez o juramento dos atletas, seguido do feito pelos oficiais técnicos e o dos treinadores.

Pira dos Jogos é acesa

Mais uma parte da apresentação começou com imagens de um voo de um pássaro do Oceano Pacífico até os Andes, e de lá para o estádio. O pássaro em questão é o Condor, um símbolo do povo chileno.

Em seguida, uma nova coreografia voltou a exaltar o território do Chile e a presença de uma menina, representando a pureza da nação, que tem um sonho a ser dividido com o restante do país. A cena dá lugar à apresentação do grupo de rock Los Jaivas, que cantou a música "Todos Juntos", em mais uma alusão da cerimônia à união do povo chileno em prol do esporte e dos Jogos Pan-Americanos.

A chama Pan-Americana passa a ser a estrela do espetáculo. Três tochas que cruzaram o país a partir de pontos distintos se unem a uma outra que, pelas mãos de Köbrich, acessa o Estádio Nacional pela entrada 8, para onde iam os detidos do regime da ditadura militar que assolou o país entre 1973 e 1990. É uma forma de lembrar as vítimas do período e os valores dos direitos humanos.

A tocha passa pelas mãos de alguns medalhistas Olímpicos do Chile, como o ex-jogador de futebol Ivan Zamorano e Fernando González e Nicolás Massú, vencedores do primeiro ouro do país em uma edição dos Jogos, na chave de duplas masculinas do tênis, em Atenas 2004.

A chama chega ao centro do palco, onde Lucy López, hoje com 93 anos e primeira medalhista chilena nos Jogos Pan-Americanos, ainda na edição de 1951, na capital argentina, contou com a ajuda dos ex-tenistas para ter a honra de acender a pira dos Jogos.

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Debaixo de um show de fogos, as bandas chilenas "Los Tres" e "Los Bunkers" e a estrela colombiana Sebastian Yatra trataram de fechar a noite com muita animação e alegria, sentimentos que devem ser vistos pelos próximos dias, até o encerramento do Pan.

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