Dois anos depois de participarem da estreia do skate nos Jogos Olímpicos, em Tóquio 2020 em 2021, Rayssa Leal e Pâmela Rosa protagonizam a chegada do skate a outro novo espaço: os Jogos Pan-Americanos.
Em Santiago, o skate será disputado nas duas disciplinas Olímpicas, o park e o street, em que Rayssa e Pâmela têm brilhado nos últimos anos. A disputa feminina acontece em 21 de outubro, sábado, a partir das 11h (horário de Santiago e Brasília).
Rayssa chega ao Chile como atual campeã mundial e do Super Crown da Street League, lutando evento a evento com a forte equipe japonesa e a revelação australiana Chloe Covell.
"A pista é um pouco difícil de pegar velocidade, mas tirando isso está bem divertida. Tem obstáculos, em parte mais baixas, que eu acho que dá para jogar manobras novas. Eu acho que vamos conseguir encaixar muitas tricks da hora", disse Rayssa.
Já Pâmela, que enfrentou problemas físicos nos Jogos Olímpicos e na temporada seguinte, vive seu melhor momento desde Tóquio, após a quinta colocação na etapa de Lausanne da corrida Olímpica.
"Cada vez que eu represento Brasil parece que é a primeira vez. Lembro até hoje do primeiro mundial que eu ganhei, que foi a Street League em São Paulo. E também depois, que eu ganhei o STU na primeira janela, se eu não me engano em 2019. Quando a gente vê o hino nacional tocando parece que é a primeira vez", comentou.
MAIS | Skate nos Jogos Pan-Americanos: convocados, programação e o que esperar do Brasil
Rayssa Leal aos poucos compreende a fama
Em recente entrevista ao podcast do Olympics.com (assista completo no vídeo abaixo), Rayssa Leal falou sobre o impacto psicológico de sua medalha Olímpica de prata aos 13 anos em Tóquio.
"Eu não entendia o peso da Olimpíada. Eu ficava sem entender. E aí eu comecei a fazer terapia, comecei a falar com a minha psicóloga. Foi assim, maravilhoso. Parei de ficar tão nervosa, porque por mais que não parecesse que eu estava nervosa porque eu ficava fazendo dancinhas, eu sempre ficava nervosa, sempre tive aquele friozinho na barriga. Então acho que para mim [fazer terapia] foi de verdade a melhor coisa que eu fiz", disse.
"Tudo começou muito cedo para mim, quando eu já tinha sete anos, o vídeo estourou. Eu não sabia como lidar com pessoal que queria tirar foto comigo, pedir autógrafo e abraço, falar que se inspirava. Eu só tinha sete anos e não entendia nada. E depois da Olimpíada, mudou mais ainda. Tipo, vou falar de seguidores, cresceu muito rápido. Então, para mim, para eu entender isso tudo foi, foi muito difícil", acrescentou.
Pâmela Rosa fez peregrinação poucos dias antes do Pan
Pâmela Rosa disputa o Pan poucos dias após fazer uma atividade bastante intensa. Ela peregrinou de São José dos Campos, sua cidade, até Aparecida, uma distância de 94km, em 12 de outubro, Dia de Nossa Senhora Aparecida.
“Fiz essa caminhada para agradecer à Nossa Senhora por todas as bênçãos na minha vida e da minha família. E também renovar a minha fé. Muita gratidão”, comentou a campeã da Street League em 2019 e 2021.
Foram 16 horas de jornada e a segunda vez que Pâmela, que é devota da Nossa Senhora Aparecida, encarou o desafio.
Skate street no Pan 2023: rival americana e formato Olímpico
A maior rival das brasileiras em Santiago deve ser a americana Paige Heyn, nona colocada do ranking mundial.
O formato do street no Pan será igual ao dos eventos pré-Olímpicos: duas voltas de 45 segundos (contando a melhor delas) e cinco manobras (contando as duas melhores).
"O formato é igual ao dos Jogos Olimpícos e dos campeonatos classificatórios para Paris 2024. Por isso eu acho que sim, ajuda bastante", afirmou Rayssa.
A transmissão da competição no Brasil é pelo Canal Olímpico do Brasil, CazéTV e Panam Sports. O torneio de boxe também é transmitido pelo Olympics.com.