Bia Souza e Rafael Silva levam bronze e colocam Brasil no quadro de medalhas do Mundial de Judô 2023
Brasileira sobe ao pódio pela terceira vez seguida, e Baby derruba número 1 do mundo, somando quatro medalhas individuais em Mundiais. Disputa por equipes acontece neste domingo (14), encerrando o Mundial.
O Brasil estreou no quadro de medalhas do Campeonato Mundial de Judô 2023 em Doha, no Catar, neste sábado, 13 de maio, com os bronzes de Beatriz Souza e Rafael Silva.
A judoca de 24 anos subiu ao pódio pelo terceiro ano consecutivo na categoria +78kg. Em 2022, Bia havia conquistado a prata na competição, um ano após levar o bronze. A brasileira se poupou nesta temporada para chegar melhor fisicamente ao Mundial. Ela busca sua primeira participação Olímpica em Paris 2024, após ficar de fora de Tóquio 2020 em disputa interna contra Maria Suelen, que se aposentou neste ano.
Bia começou a campanha derrotando a coreana Park Saetbyeol por ippon, com facilidade, depois superou a sérvia Milica Zabic quando a adversária levou três shidos (punições). Nas quartas, foi derrotada pela francesa Julia Tolofua por ippon.
Já na decisão pelo bronze, Bia não deu chances à coreana Kim Hayun e aplicou o ippon para subir ao pódio mais uma vez em Mundiais.
"Claro que meu objetivo era o ouro, mas depois que eu perdi nas quartas, eu falei que não sairia daqui sem medalha. Estava muito bem preparada, eu ia dar tudo que tinha e estou muito feliz", disse Bia entre lágrimas ao Sportv. "A gente treina tanto, todos os dias, tão forte. Trazer o resultado mostra que estamos no caminho certo. O sonho é, claro, a medalha Olímpica", acrescentou.
Rafael Silva chega a quatro medalhas em Mundiais
Rafael Silva também levou a medalha de bronze neste sábado, nos +100kg. O "Baby", que completou 36 anos no dia 11, derrotou o equatoriano Freddy Figueroa na estreia, superou o alemão Losseni Kone na segunda e parou no uzbeque Alisher Yusupov nas quartas. Já na repescagem, o dono de dois bronzes Olímpicos conquistou um grande resultado ao vencer o atual campeão mundial Andy Granda, de Cuba.
O duelo pelo bronze foi contra o número 1 do mundo, Temur Rakhimov, do Tajiquistão. Foi um duelo muito disputado no tempo normal, mas decidido logo no início do golden score, quando o brasileiro aplicou o waza-ari.
"Estou feliz demais. Estou seguindo, mais uma", disse Baby ao Sportv. Ele possui agora quatro medalhas individuais em Mundiais. Foi prata em 2013 e bronze em 2014 e 2017, agora também em 2023.
Também nos pesados, o brasileiro João Cesarino parou na estreia contra o angolano Piter da Silva. De acordo com a arbitragem, Cesarino realizou um movimento não permitido, o que levou à sua eliminação.
Teddy Riner vence 11º título mundial
O título dos pesados ficou com a lenda Teddy Rinner, bicampeão Olímpico, que levou o nono título mundial (11º contando o formato anterior do Mundial) em final contra Inal Tasoev. A luta foi muito acirrada, terminando após 3 minutos e 41 segundos de golden score. Riner aplicou um waza-ari pouco após o adversário quase encaixar o golpe da vitória.
Considerado o maior judoca da história, Teddy Riner retornou ao Mundial em grande estilo. O francês, que perdeu apenas nove lutas em toda a carreira, disputou o evento pela primeira vez desde 2017.
Em fevereiro, Riner esteve no Rio de Janeiro para um campo de treinamento no Flamengo. Mesmo com tantas glórias e títulos, o francês ainda busca conhecimento em outros países para continuar no topo.
Medalhista de bronze em Tóquio 2020, Riner quer retornar ao topo do pódio Olímpico nos Jogos Olímpicos em casa. Ele já sentiu o gosto do que pode acontecer ao vencer o Grand Slam de Paris neste ano, em seu retorno às competições.
O Mundial de Doha de 2023 deixou claro: a era Riner ainda não acabou.
Brasil encerra Mundial de Judô 2023 no torneio por equipes
O Brasil terá mais uma chance de medalha neste domingo, 14 de maio, na disputa por equipes do Mundial de Judô em Doha. No entanto, a chave não é das melhores para o time brasileiro.
A estreia, direto na segunda rodada, é contra Geórgia ou Mongólia, dois países com judocas entre os melhores do mundo. A seguir, encara o vencedor do Japão, país que conta com favoritos em todas as categorias, e a República da Coreia, que também luta por medalha.
Na disputa por equipes, os judocas da mesma categoria se enfrentam até um time atinja quatro vitórias. Caso haja empate em 3 a 3, um sorteio determina uma categoria para a luta decisiva.