Alerta de medalha: épico Nils van der Poel vence ouro em 10000m com recorde do mundo em Beijing 2022

Sueco tinha ganho os 5000m com recorde Olímpico, mas subiu o nível na prova mais dura da patinação de velocidade em Beijing 2022. Neerlandês Patrick Roest voltou a ficar com a prata e o italiano Davide Ghiotto foi a surpresa levando o bronze.

3 minPor Gonçalo Moreira
Assinado, selado, entregue: Nils van der Poel estabelece o recorde mundial dos 10.000m e conquista a segunda medalha de ouro em Beijing 2022
(Dean Mouhtaropoulos/Getty Images)

Sejam bem-vindos ao planeta Nils van der Poel, uma das grandes figuras dos Jogos Olimpicos Beijing 2022.

O sueco era favorito para as distâncias de fundo e não só justificou esse estatuto, como ainda superou largamente as expetativas estabelecendo um recorde Olímpico em 5000m e um recorde mundial em 10000m.

Nils van der Poel esteve num planeta só dele, vencendo com o tempo de 12:30.74 que lhe permitiu melhor a anterior marca que era de 12:32.95 – estabelecida pelo próprio sueco nos Mundiais de Heerenveen, em 2021.

Tal como Tomas Gustafson em Calgary 1988, mais um sueco consegue a dobradinha Olímpica 5000m/10000m!

“Estou muito satisfeito. Este era o principal objetivo quando comecei há três anos. Acabou por sair melhor do que poderia ter imaginado. Na saída, pensei que deveria partir para bater o segundo. Me agarrei a essa ideia. Tecnicamente, não fiz a minha melhor prova, mas estou em grande forma. Não quis arriscar ir demasiado forte, demasiado cedo. Faltando cinco voltas senti que o recorde do mundo estava ao alcance e dei tudo”, explicou no final Nils van der Poel.

A prata foi para o homem que em Pequim só foi derrotado por Van der Poel. O neerlandês Patrick Roest patinou em 12:44.60 e tal como em 5000m perdeu para o rival sueco, garantindo mais uma medalha na frente da grande surpresa no pódio: o italiano Davide Ghiotto fez 12:45.98 e aos 28 anos obtém a sua primeira medalha em grandes eventos internacionais.

Ghiotto, natural de Vicenza, saltou para 3º após ter terminado em 12º em PyeongChang 2018. Se descontarmos um par de vitórias nas Universíadas de Inverno, este é o grande resultado internacional da carreira do italiano.

Veteranos ficaram sem medalhas

Havia muita curiosidade para ver se em Pequim o bloco de atletas mais experientes era capaz de se manter competitivo e entrar na briga por um lugar no pódio.

Isso acabou não acontecendo. Jorrit Bergsma – atual vice-campeão mundial, prata em PyeongChang 2018 e ouro em Sochi 2014, tricampeão mundial nesta distância – fez um bom 10000m e parou o cronômetro em 12:48.94.

O homem que liderou a última tripla dos Países Baixos nos 10000m em Sochi com Sven Kramer e Bob de Jong ficou na 4ª colocação a quase três segundos do bronze, aos 36 anos. Aleksandr Rumyantsev (ROC; 35 anos) acabou em 5º registando 12:51.93 e longe do que fez no passado Mundial onde venceu a medalha de bronze.

Também o experiente Ted-Jan Bloemen teve uma prova difícil. O canadense chegava para lutar pelas medalhas, como recordista e campeão Olímpico, mas se afundou no final da prova e acabou em 13:01.39 no 8º posto. Foi um dia duro para o atleta de 35 anos, que viu o compatriota Graeme Fish – campeão mundial 10000m em 2020 – terminar em 6º com o tempo de 12:58.8 em sua estreia Olímpica.

(2022 Getty Images)
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