A um mês para Paris 2024, Geração Nanjing 2014 do Brasil está pronta para brilhar 

Por Gustavo Longo
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Duda Ana Patrícia
Foto por Ezra Shaw/Getty Images

Participar dos Jogos Olímpicos envolve uma preparação de muitos anos para os atletas, com treinos e competições. Para 12 atletas brasileiros, a presença nos Jogos Olímpicos Paris 2024 representa uma jornada que começou há 10 anos. Nesta quarta-feira, 26 de junho, celebra-se a contagem regressiva de um mês para a Cerimônia de Abertura.

Foi na disputa dos Jogos Olímpicos da Juventude Nanjing 2014 que muitas das estrelas brasileiras despontaram para os torcedores. Se nomes como Hugo Calderano, Marcus D’Almeida, Flávia Saraiva e a dupla Ana Patrícia e Duda são favoritos ao pódio Olímpico, eles já experimentaram essa sensação na cidade chinesa.

Não só eles, mas muitos atletas que podem surpreender na capital francesa também esteve presente nos Jogos da Juventude há dez anos, como Ingrid Oliveira (saltos ornamentais), Edival Pontes, o Netinho (taekwondo) e Daniel do Nascimento (maratona). Todos buscam os melhores resultados de suas carreiras.

Em comum entre eles justamente o fato de chegarem a Paris 2024 na melhor fase de suas carreiras – ou pelo menos terem experimentado os melhores resultados ao longo deste ciclo Olímpico. Foram dez anos de amadurecimento esportivo, com vitórias e derrotas que criaram a experiência necessária para alcançarem o pódio.

Há dez anos, esses atletas contribuíram para o Brasil ter o seu melhor desempenho na história dos Jogos Olímpicos da Juventude. Em Nanjing 2014, o país conquistou 13 medalhas ao todo, sendo seis de ouro, seis de prata e uma de bronze. Agora, querem repetir o feito na capital francesa.

Paris 2024 pode ser a consagração de cinco atletas da ‘Geração Nanjing 2014’

No caso específico de cinco atletas brasileiros, Paris 2024 pode representar a consagração de suas carreiras dez anos após brilharem em Nanjing 2014. São os casos de Hugo Calderano no tênis de mesa, Marcus D’Almeida no tiro com arco, Ana Patrícia e Duda no vôlei de praia e Flávia Saraiva na ginástica artística.

Bronze em Nanjing, Hugo Calderano chega a Paris como um dos cabeças de chave no tênis de mesa e embalado pelo título recente no WTT Star e pelas vitórias em cima de rivais chineses. Situação semelhante a de Marcus D’Almeida, prata no tiro com arco nos Jogos da Juventude. Ele é líder do ranking mundial desde fevereiro de 2023 e foi segundo na última etapa da Copa do Mundo.

Campeãs do vôlei de prata há dez anos nos Jogos Olímpicos da Juventude, Ana Patrícia e Duda retomaram a parceira com o mesmo sucesso de uma década atrás. Foram campeãs mundiais em 2022 e vice em 2023, liderando o ranking internacional.

Por fim, não podemos esquecer de Flávia Saraiva, ouro no solo e duas pratas (individual geral e trave) em Nanjing na ginástica artística. Bronze no solo no Mundial de 2023, ela é peça fundamental da equipe feminina do Brasil que busca medalha inédita na modalidade em Paris 2024.

Paris 2024 também pode trazer resultados históricos para mais atletas de Nanjing 2014

Não são apenas os cinco medalhistas de Nanjing 2014 que podem brilhar pelo Brasil nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Outros atletas que tiveram a experiência nos Jogos da Juventude há dez anos chegam com possibilidades de surpreenderem os torcedores na capital da França.

Edival Pontes, o Netinho, foi campeão no taekwondo em Nanjing e é um dos brasileiros que asseguraram cota nesta edição Olímpica após ser vice-campeão mundial em 2022 em prova não-Olímpica e prata no Grand Prix de Paris em 2023.

Bruna de Paula liderou a seleção feminina de handebol à quarta colocação há dez anos e é a principal estrela da equipe adulta neste ano após o heptacampeonato nos Jogos Pan-Americanos 2023. Ingrid Oliveira, nos saltos ornamentais, foi quinta na plataforma 10m em Nanjing e foi quarta colocada no Mundial de 2022, melhor resultado da história do país.

Ainda nas águas, Viviane Jungblut foi a 11ª nos 800m da natação em Nanjing 2014, mas chegará a Paris 2024 na maratona aquática credenciada pela prata na etapa da Copa do Mundo da modalidade. Daniel do Nascimento também trocou de disciplina: 10º nos 2.000m com obstáculos nos Jogos da Juventude, ele disputará a maratona como um dos melhores atletas fora da África.

Por fim, as raquetes também têm dois representantes brasileiros da ‘Geração Nanjing 2014’ em Paris 2024 que buscam melhorar seus resultados. No badminton, Ygor Coelho buscará as oitavas de final pela primeira vez após ser o primeiro brasileiro a vencer uma partida Olímpica em Tóquio 2020. Já Luisa Stefani sonha ir além do surpreendente bronze conquistado ao lado de Laura Pigossi há três anos.