Martine Grael e Kahena Kunze reforçaram seu lugar na história do Brasil nos Jogos Olímpicos e com um enorme abraço ainda no campo de regatas de Tóquio 2020 celebraram a defesa bem-sucedida do ouro conquistado na Rio 2016 a Medal Race na classe 49er FX em busca da medalha.
A dupla de velejadoras, ambas com 30 anos, fez uma regata das medalhas sempre em recuperação e sabendo que não podia ficar atrás das embarcações de Países Baixos e Alemanha.
Martine Grael e Kahena Kunze não fizeram uma largada perfeita, mas na terceira perna já tinham subido para o 3º lugar e abrindo uma distância decisiva para as alemãs Tina Lutz e Susann Beucke, que viriam a ficar com a medalha de prata. A derrotada na regata das medalhas acabou por ser a dupla dos Países Baixos (Annemiek Bekkering e Annette Duetz), que largou na primeira posição e com o alvo nas costas, mas não conseguiu segurar o ouro e foi caindo até à posição de bronze.
A regata das medalhas foi ganha pela dupla da Argentina que conseguiu melhorar seu posicionamento final até ao 5º lugar.
As brasileiras completaram o ciclo Olímpico de forma lógica e sempre em progressão: pódio nos Campeonatos Mundiais de 2017 e 2019, ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Para Martine Grael a segunda medalha Olímpica a deixa empatada com o pai, a lenda da vela brasileira Torben Grael [seis edições dos Jogos, cinco medalhas, na classe Star foi bicampeão Olímpico com Marcelo Ferreira em Atlanta 1996 e Atenas 2004], que está no Japão como chefe da delegação da vela brasileira. Se juntarmos as prestações em Jogos do tio Lars [dois bronzes na classe Tornado em LA 1984 e Seul 1988], a família Grael venceu um total de nove medalhas Olímpicas.
“Foi uma semana muito difícil de velejar, foi uma campanha de recuperação. A gente não desistiu.”
Kahena Kunze à Globo.
Martine Grael e Kahena Kunze venceram na classe 49er FX com 76 pontos somados nas 13 regatas onde competiram em Tóquio 2020 e optaram por descartar o pior resultado que foi logo na primeira regata (15º lugar), pelo meio venceram duas regatas. As alemãs ficaram com 83 pontos, as neerlandesas com 88 e nas portas do pódio com 89 pontos terminaram as espanholas.