Thales Hoss se consolida na seleção e vai aos Jogos Olímpicos pela segunda vez
A difícil missão de substituir Serginho. Esse foi o desafio dado ao gaúcho Thales Hoss, quando ele tinha 28 anos. Sete anos depois, o líbero já vai participar dos Jogos Olímpicos pela segunda vez na carreira, se consolidando em uma das mais icônicas posições da seleção brasileira de vôlei masculino.
A caminhada de Thales, porém, começou bem antes disso. Seu irmão mais velho, Jonatas, jogava vôlei na escola e inspirou o caçula a seguir o mesmo caminho. Começou aos nove anos, em São Leopoldo e logo chegou à seleção gaúcha da modalidade.
VEJA TAMBÉM | Vôlei masculino: quem é o jogador mais alto da seleção brasileira? Veja a lista completa
Início da carreira e primeiras convocações
Após a formatura no Ensino Médio, Thales iniciou a carreira profissional com passagens pelas categorias de base em São Leopoldo, se transferindo depois para On Line e Ulbra.
A trajetória de Thales Hoss na seleção brasileira começou nas categorias de base. Ainda em 2006, disputou o Campeonato Sul-Americano da categoria e conquistou a medalha de ouro, além de ser eleito o melhor passador, melhor defensor e melhor líbero daquela edição.
Na temporada seguinte, já jogando entre os adultos, chegou ao grande primeiro resultado da carreira, ajudando o Ulbra a conquistar o terceiro lugar da Superliga Masculina 2007/08.
As boas atuações tanto na seleção de base, quanto no clube, despertou o interesse do Cruzeiro, que contratou o líbero. Ele ficou uma temporada lá, na qual conquistou o título mineiro e ficou novamente em terceiro lugar na Superliga.
Thales conquista primeiro título da Superliga e Mundial sub-21
O ano seguinte levou Thales a Florianópolis, onde jogou ao lado de Bruninho e Lucão, e foi fundamental na conquista do título do Sul-Americano de Clubes. Ainda em 2009, consolidado nas categorias de base da seleção, disputou o Mundial Sub-21 e ajudou o time a ser campeão.
Além disso, depois de bater na trave por dois anos seguidos, enfim o gaúcho venceu a Superliga pela primeira vez na carreira, na temporada 2009/10. Meses depois, voltou ao pódio do Sul-Americano de Clubes, desta vez com a prata, e foi eleito o melhor receptor do torneio.
Na seleção principal, a tarefa era mais difícil, já que seu concorrente era ninguém menos que Serginho. Assim, ficou fora dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 e Rio 2016.
Nesse meio tempo, deixou Florianópolis e passou por quatro clubes diferentes, incluindo o Sesi-SP, onde jogou com Serginho, até chegar ao Taubaté em 2017.
Thales coleciona títulos no Taubaté e vai aos Jogos Olímpicos pela 1ª vez
Foi no Taubaté que a vida profissional de Thales engrenou de vez. Em cinco temporadas, conquistou oito títulos: Paulista (2017, 2018 e 2019), Superliga (2018/2019 e 2020/2021), Supercopa (2019 e 2020) e Torneio Super Vôlei (2020).
O desempenho não passou batido. E com a aposentadoria de Serginho, o gaúcho ganhou as primeiras oportunidades na seleção principal sob comando de Renan Dal Zotto. Thales jogou pela primeira vez na seleção durante a primeira etapa da classificatória da Liga Mundial de 2017.
"Substituir o Serginho será difícil. Acho que vai demorar para surgir um líbero como ele e nem sei se vai surgir, mas eu estou tentando fazer meu melhor. A comissão técnica está me dando apoio. Acho que venho jogando bem dentro das minhas qualidades, mas não vejo uma pressão muito grande em substituir o Serginho. Eu vou fazer o meu trabalho. Vou tentar fazer tudo que sei fazer", disse à época das primeiras experiências na seleção ao GE.
E foi se consolidando como principal nome da posição no novo ciclo olímpico. Ele foi vice-campeão da Liga Mundial em 2017 e do Mundial em 2018, e esteve presente na conquista da Copa do Mundo de 2019, quando foi eleito o melhor líbero da competição.
À época dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Thales e Maique eram os dois cotados para serem convocados. Mas uma grande atuação do gaúcho na conquista inédita da Liga das Nações, que lhe rendeu o prêmio de melhor líbero, sacramentou a vaga em sua primeira Olimpíada.
E assim foi. Substituiu Serginho, que foi o dono da posição por décadas, e esteve na campanha que terminou com o quarto lugar, já que o Brasil perdeu o bronze para a Argentina.
Paris 2024
Após as passagens por diversos clubes brasileiros, o gaúcho se aventurou em clubes europeus nos últimos anos. Defendeu o francês Chaumont VolleyBall 52 na temporada 2022/23 e o polonês Bogdanka LUK Lublin de 2023 a 2025.
Pela seleção, o ciclo não foi dos mais fáceis. O Brasil conquistou o bronze no Mundial de 2022, mas ficou de fora do top 4 da Liga das Nações na duas últimas edições. Em 2023, a equipe não foi campeã do Sul-Americano pela primeira vez na história, perdendo para a Argentina. Semanas depois, garantiu a vaga em Paris 2024 através do Pré-Olímpico e Renan Dal Zotto pediu demissão.
Bernardinho voltou ao comando do time e para a Liga das Nações de 2024 convocou Thales novamente. Três anos depois, ele está pronto para disputar os Jogos Olímpicos pela segunda vez na carreira, aos 35 anos.