Apesar do sucesso da campanha brasileira no Pré-Olímpico de Vôlei Masculino 2023, com a vaga assegurada em Paris 2024, Renan Dal Zotto anunciou que deixará o comando da equipe.
"Não falei com os jogadores, porque não queria que nada interferisse na cabeça desses atletas, porque o grupo estava muito fechado", afirmou Renan.
Segundo Renan, o pedido de demissão não vem a partir dos resultados da seleção, mas sim de sua situação pessoal de saúde.
"É uma decisão familiar, uma decisão por questão médica, preciso cuidar da minha saúde física e mental, estou há 50 anos no voleibol. É um afastamento da seleção brasileira, mas não do voleibol, porque o voleibol é minha vida, deu tudo que tenho, meu desejo de viver e felicidade. Eu não posso deixar o vôlei tirar de mim tudo que ele me deu. Vou dar um tempo e voltar em outras funções, clubes...", disse.
A maior conquista da era Renan foi a VNL de 2021, quando ele estava afastado por sequelas de Covid-19. No entanto, logo em seguida, a equipe ficou fora do pódio em Tóquio 2020, despertando críticas e questionamentos.
"Em 2021, passei por um momento muito grave de saúde e tive pouco tempo para me reestabelecer. Estou me afastando com muito orgulho", declarou.
Renan detalhou os sintomas que vem sentindo durante o trabalho e que motivaram sua renúncia ao cargo:
"Estresse, muita palpitação, dormência nos braços. Ainda estou me recuperando, tive muitas sequelas, várias cirurgias, preciso operar o joelho."
Bruninho sobre Renan: 'É um grande guerreiro'
Após a derrota no Sul-Americano de 2023, para a Argentina, o ex-treinador do Brasil Bernardinho foi anunciado como coordenador do vôlei masculino, função acima do treinador.
"Eu assumi em 2017, um desafio enorme, no lugar do Bernardo, a seleção campeã Olímpica... Ele é meu padrinho de casamento e eu o dele. Foi um desafio muito grande."
Apesar da pausa, Renan promete um retorno em outro cargo, em algum clube ou na própria seleção: "Vou estar sempre por perto."
Um dos poucos que souberam do pedido de demissão ao fim do jogo, o capitão Bruninho lamentou a saída de Renan.
"Ele tem essa liderança de uma maneira diferente, diferente do que era meu pai [Bernardinho], diferente de outros treinadores. Ele é um cara realmente muito aberto, escuta demais e dá força pra toda equipe. E eu acho que isso foi fundamental nessa semana também. A gente sabe o que ele passou antes da Olimpíada de Tóquio e que ele é um grande guerreiro. Eu devo muito ao que ele faz no dia a dia. Quero que ele esteja bem, isso é o mais importante", afirmou.
A Confederação Brasileira de Voleibol deve anunciar o novo treinador da seleção masculina durante a próxima semana.