Com cinco títulos mundiais consecutivos e um ouro olímpico desde 2018, o Brasil se consolidou como o país mais vencedor do surfe nos últimos anos. O esporte está cada vez mais em evidência entre os brasileiros, mas nem todos conhecem suas principais regras. Uma das regras mais importantes da modalidade é a prioridade.
Como funciona o sistema de prioridade em uma bateria de surfe?
A prioridade é definida nos primeiros instantes da bateria. O surfista que chegar mais rápido até o outside, onde as ondas se formam, ganha a prioridade e, portanto, pode escolher as ondas que quer surfar. Assim que o competidor rema para a onda ou entra na onda, a prioridade passa a ser do adversário. Caso os dois surfistas peguem ondas ao mesmo tempo, a prioridade será do atleta que retornar mais rápido para a arrebentação.
É importante citar que outros surfistas da bateria podem remar para a onda, e até entrar na mesma onda, mas desde que não atrapalhem a performance do adversário com a prioridade. É comum, por exemplo, surfistas pegarem a mesma onda, porém indo para lados opostos.
O sistema de prioridade no surfe tem sido cada vez mais utilizado como estratégia pelos competidores. Atletas em vantagem no somatório das notas, costumam usar a prioridade para impedir que os adversários peguem ondas com bom potencial de virada.
O que é a interferência no surfe?
Caso o atleta com a preferência seja atrapalhado na remada para a onda ou até mesmo na onda, o surfista rival pode ser punido por interferência. Normalmente, o competidor penalizado com interferência poderá ter apenas uma nota no somatório da bateria.
Regra da interferência mudou por atitude polêmica de Gabriel Medina
Em 2019, Gabriel Medina tomou uma atitude polêmica nas oitavas de final da etapa de Pipeline da WSL. Nos segundos finais da bateria, o tricampeão mundial entrou em uma onda do também brasileiro Caio Ibelli, que tinha a prioridade, de propósito, para evitar que o adversário tivesse a oportunidade de virar a disputa nos instantes finais.
Por conta da atitude, Medina foi punido com a interferência, perdendo a sua segunda maior nota no somatório da bateria. Ainda assim, o surfista conseguiu avançar na competição. A atitude foi estratégica. A etapa de Pipeline era a última da temporada e Medina brigava pelo título da WSL com Ítalo Ferreira, que acabou sendo campeão mundial.
Após o episódio, a WSL determinou novos critérios para a interferência em momentos decisivos da bateria. Caso a interferência aconteça de maneira acidental nos cinco últimos minutos de bateria, o competidor será punido com a perda da sua melhor onda no somatório. Por outro lado, se a interferência neste período for proposital, o surfista será desqualificado da bateria.
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