Roland Garros 2023: favoritos, programação e onde assistir ao segundo Grand Slam do ano

Com 14 títulos no saibro francês, Rafael Nadal fica fora pela primeira vez desde 2004, abrindo caminho para Carlos Alcaraz e Novak Djokovic. No feminino, Iga Swiatek busca bicampeonato. Brasil vai com Bia Haddad Maia, Thiago Monteiro e Thiago Wild em simples, além de Luisa Stefani, Marcelo Melo, Rafael Matos e Marcelo Demoliner nas duplas.

8 minPor Nick McCarvel e Daniel Perissé

Tênis

Iga Swiatek at the Internazionali BNL D'Italia 2023

(Getty Images)

,As chaves principais do torneio de Roland Garros só começam no próximo domingo, 28 de maio, e pela primeira vez desde 2004 sem a presença do espanhol Rafael Nadal, maior campeão da história do segundo Grand Slam francês, com 14 títulos.

Na semana passada, Nadal anunciou que estava fora da competição por conta de sua condição física, já que uma lesão sofrida ainda na disputa do Australian Open, em janeiro, não evoluiu como esperado.

Sem a presença do "Rei do Saibro", o caminho fica aberto para o jovem espanhol Carlos Alcaraz, atual número um do mundo, e o sérvio Novak Djokovic, ex-líder do ranking e duas vezes campeão em Roland Garros (2016 e 2021), entre outros.

Porém, Alcaraz e Djokovic não poderão se enfrentar em uma possível final, já que ambos ficaram do mesmo lado da chave - o espanhol é o cabeça de chave número um, enquanto o sérvio aparece como terceiro pré-classificado. Se forem confirmando o favoritismo, ambos duelariam por vaga na decisão, na semifinal.

Alcaraz, que tenta seu primeiro título em Roland Garros, estreia diante de um tenista vindo do qualifying, enquanto Djokovic encara o americano Aleksandar Kovacevic, número 114 do mundo, de olho na sua conquista de número 23 em Grand Slams, o que o faria se igualar a Nadal e ninguém menos que Serena Williams, atuais detentores do recorde da era aberta.

A briga entre os homens não vai se limitar a Alcaraz e Djokovic. O maior exemplo disso é Daniil Medvedev, que será o cabeça de chave 2 entre os homens. Em Roma, ele ganhou seu primeiro título no saibro em toda a sua carreira e, de quebra, desbancou o sérvio da segunda posição do ranking.

Medvedev, que lidera a temporada em número de títulos conquistados - cinco até agora -, estreia diante do brasileiro Thiago Wild, que veio do qualifying.

Em termos de títulos de saibro nesta temporada, Alcaraz ganhou em Barcelona and Madri, mas acabou surpreendido em sua segunda partida na capital italiana pelo húngaro Fabian Marozsan, número 135 do mundo. Já Djokovic está com uma campanha de 5-3, tendo perdido duas vezes para o dinamarquês Holger Rune - a última delas em Roma.

Rune é um dos que pode surpreender, assim como o norueguês Casper Ruud, que atingiu a final em 2022 e será o cabeça de chave número quatro. Seu primeiro rival virá do quali. Atenção ainda para o grego Stefanos Tsitsipas, vice-campeão em 2021, o alemão Alexander Zverev, campeao Olímpico, assim como Andrey Rublev e o jovem italiano Jannik Sinner.

Veja aqui a chave principal masculina de simples.

Iga tem concorrência pesada

Na disputa feminina, a polonesa Iga Swiatek, já deixou há tempos a condição de surpresa que marcou seu título no saibro francês em 2020, seu primeiro Grand Slam, e já venceu outros dois torneios dessa magnitude ano passado: o US Open e novamente em Roland Garros.

Atual número um do mundo, Iga precisou abandonar sua partida pelas quartas de final em Roma diante de Elena Rybakina por conta de uma lesão na coxa direita, a fim de estar em forma para tentar o bicampeonato e o terceiro título no Grand Slam francês.

A cazaque, por sua vez, acabou campeã na capital italiana e ambas aparecem entre as favoritas ao título, assim como a campeã este ano do Australian Open Aryna Sabalenka, que venceu Madri, no início do mês, superando Iga Swiatek na final.

Primeira favorita, a polonesa abre sua participação diante da espanhola Cristina Bucsa, atual 67 do mundo, enquanto Sabalenka, cabeça de chave número dois, pega a ucraniana Marta Kostyuk. Rybakina, quarta pré-classificada, aguarda uma adversária vinda do qualifying.

A terceira favorita é Jessica Pegula, que abre sua participação no duelo americano diante de Danielle Collins.

Vale ainda ficar de olho na também americana Coco Gauff, vice-campeã ano passado e sexta favorita; e a tunisiana Ons Jabeur, sétima pré-classificada e que já disputou duas finais de Grand Slam, mas ainda voltando à melhor forma após lesão. A esperança da torcida da casa é Caroline Garcia, quinta pré-classificada.

Outras campeãs anteriores presentes na chave em 2023 são a tchéquia Barbora Krejcikova, que ganhou em 2021, e a letã Jelena Ostapenko, campeã em 2017. Confira a chave completa aqui.

Bia volta a ser cabeça de chave

Entre os brasileiros, apenas um representante na chave feminina de simples: Bia Haddad Maia. Ela é a cabeça de chave número 14 e estreia diante da veterana alemã Tatjana Maria, de 36 anos e hoje número 64 do ranking. Caso chegue às oitavas de final, poderá encarar Rybakina.

Esta será a terceira participação de Bia na chave principal de Roland Garros - ela caiu na estreia em 2017 e, em 2022, avançou à segunda rodada, mas acabou eliminada pela estoniana Kaia Kanepi. A paulista nunca ganhou dois jogos seguidos em um torneio do Grand Slam.

Nas duplas, Bia repete a parceria com Victoria Azarenka, com quem foi campeã em Madri. Elas pegam Kaia Kanepi e a sérvia Tereza Mihalikova, e se vencerem podem ter pela frente uma reedição da recente final no WTA 1000 da capital espanhola diante das americanas Jessica Pegula e Coco Gauff, cabeças de chave número dois em Paris.

Já Luisa Stefani segue a parceria com a canadense Gabriela Dabrowski - elas saem como oitavas pré-classificadas na chave e terão como rivais de estreia a italiana Elisabetta Cocciaretto e, novamente Tatjana Maria.

Outra brasileira nas duplas femininas é Ingrid Martins. A atleta conseguiu a vaga após desistências e disputará seu primeiro Grand Slam da carreira. Ela jogará ao lado de Iryna Shymanovich, que treina e mora no Rio de Janeiro. Elas enfrentarão a romena Irina Begu e a ucraniana Anhelina Kalinina.

Já Thiago Monteiro começa sua trajetória encarando o alemão Yannick Hanfmann, número 65 do mundo e que entrou como lucky loser na chave. Esta será a terceira partida entre ambos em chaves principais de torneios da ATP, com duas vitórias para o tenista da Alemanha - a última delas esse ano na primeira rodada do torneio de Munique, no saibro.

Atual número 98 do mundo, o cearense disputa a chave principal de Roland Garros pela quinta vez na carreira. Seu melhor desempenho foi em 2020, quando chegou à terceira rodada e caiu diante do húngaro Marton Fucsovics.

Ainda pela disputa masculina de simples, o paranaense Thiago Wild venceu suas três partidas e furou o quali, também garantindo presença na chave principal. Ele terá como adversário ninguém menos que Daniil Medvedev, segundo favorito, na sua primeira vez em Roland Garros e em seu segundo torneio de Grand Slam, após estar presente no US Open de 2020.

Nas duplas masculinas, três brasileiros estão na disputa. Campeão em 2015, Marcelo Melo forma parceria com o australiano John Peers - eles estreiam contra o americano William Blumberg e o sérvio Miomir Kecmanovic.

Marcelo Demoliner, que joga ao lado do italiano Andrea Vavassori, terá como adversários na primeira rodada Marc-Andrea Huesler, da Suíça, e Nicolas Jarry, do Chile.

Já Rafael Matos disputará o primeiro Grand Slam com seu novo parceiro, o português Francisco Cabral, e seus rivais de estreia serão os australianos Jason Kubler e Rinky Hijikata, cabeças de chave número 15 e campeões do Australian Open este ano.

Nas duplas mistas, Stefani e Matos devem jogar juntos, repetindo a parceria campeã do Australian Open. Eles enfrentam os franceses **Diane Parry **e Harold Mayot, convidados da organização.

(Clive Brunskill / Getty Images)

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