Rayssa Leal credita evolução no skate à preparação física: 'Estou fazendo academia, ficando muito forte'

Olympic Qualifier Series
5 minPor Diego Sousa e Virgílio Franceschi Neto
Rayssa Leal durante os Jogos Pan-Americanos Santiago 2023.
(Mauricio Ulloa/Santiago 2023 via Photosport)

Ela tinha apenas 13 anos quando participou da sua primeira edição de Jogos, em Tóquio 2020, na estreia do skate no programa Olímpico. De quebra, foi ao pódio ao faturar a prata do skate street.

Rayssa Leal havia entrado para a história.

Era natural que não pararia por aí. Nas temporadas seguintes, colecionou títulos e encantou o mundo com suas manobras, mágicas e que impressionam, assim como um ilusionista que tira os seus truques de uma cartola.

Foi campeã Mundial em 2022 e Pan-Americana em 2023, além de acumular pontos que deixaram-na em segundo lugar da primeira fase do ranking Olímpico da modalidade.

Hoje, aos 16 anos, ela tornou-se um ícone que ultrapassa o esporte. Inspira milhares de jovens por todo o planeta. Na preparação para a Olympic Qualifier Series Xangai 2024, primeira das duas etapas nesta reta final para obter a sonhada vaga em Paris 2024, Rayssa Leal foi entrevistada pelo Olympics.com sobre as mudanças que tem passado neste ciclo, não apenas no aspecto mental como também no físico, além da expectativa para a disputa da etapa chinesa da série, decisiva para assegurar na que poderá ser a sua segunda participação em Jogos.

“Dá um frio na barriga, né?”, começa Rayssa.

Confira abaixo.

O que mudou em Rayssa do ciclo Olímpico passado para o atual

Quase três anos se passaram de Tóquio 2020, quando Rayssa tinha apenas 13. Um período de muitas mudanças para quem tem essa faixa etária, ainda mais uma atleta que viaja o mundo e vive a alta competição.

“Eu percebo muita evolução em relação a Tóquio. Meu corpo desenvolveu e por isso estou com várias manobras diferentes. Estou fazendo academia, ficando muito forte”, brinca.

No entanto, as mudanças vão além da parte física e colaboram com a sua saúde mental. “Estou fazendo terapia e fazendo a minha escola certinho. Estou bem organizada e a terapia me ajudou nisso também, a me organizar, a organizar os meus sentimentos e a minha energia”, acrescenta.

Afinal, organizar a energia é fundamental para manter-se focada em um skate cada vez mais competitivo.

Rayssa e a expectativa para a Olympic Qualifier Series em Xangai

“A gente quer fazer o melhor e está tudo dividido. Ninguém sabe quem realmente vai, então tudo pode mudar de repente”, continua a skatista. “Dá um frio na barriga, tudo pode acontecer. Mas é isso, a gente tem esse friozinho na barriga toda vez que a gente entra na pista.”

Participar da OQS em Xangai dá dimensão do que ela poderá esperar em Paris 2024, caso obtenha a vaga: “Eu estava bem perdida, é um evento muito grande. É irado ver toda essa estrutura, surreal. Acho que vai ser assim durante a Olimpíada”, confessa Rayssa, que será uma das 44 atletas que vão brigar pelas 20 vagas que estarão em jogo no skate street. O Brasil é o país com mais skatistas na OQS, nas duas disciplinas (park e street), com 24 representantes.

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“O Brasil é um país que tem muito talento e a gente se esforça muito justamente por não ter tantas oportunidades igual os outros países têm. Desde bem pequenos a gente sempre tem o sonho e se depender da gente, a gente só vai parar mesmo quando a realizar esse sonho. Então, acho que essa é a grande chave”, diz.

O que significará para Rayssa disputar Paris 2024

Em meio ao crescimento do skate em escala global nos últimos anos, e as mudanças dentro e fora das pistas, Rayssa revela que, caso obtenha a vaga, Paris já será diferente do que viveu em Tóquio, nos últimos Jogos: “Não vai ser o mesmo sentimento.” Perguntada o porquê, ela continua: “Vai ter público, vai ser muito legal. Já me deixa ansiosa.”

A skatista não esconde a intenção de estar presente na Cerimônia de Abertura. “A Abertura é 26 [de julho], a gente compete dia 28, bem pertinho. Espero que a gente tenha a oportunidade de ir, vai ser irado”, explica.

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Para Rayssa, esporte é diversão, liberdade e amizade

Durante a entrevista Rayssa ressaltou que skate, antes de tudo, é diversão e liberdade, que é o que sente quando também brinca de futebol com o irmão e joga handebol na equipe da escola.

Nas apresentações pelo mundo, ela costuma fazer as voltas ao som de trap e rap, gêneros musicais que lhe transmitem boas vibrações, como ela mesma diz. Uma atmosfera semelhante ao que encontra no universo do skate, com as amizades com outros atletas e também em outras modalidades, como Gustavo “Bala Loka” e Duda Penso, do BMX freestyle, que também estão em Xangai para a primeira etapa da OQS.

**“**Eu conheci o ‘Bala Loka’ e a Duda Penso em 2018. A gente andou junto porque éramos muito tímidos. Passou muito tempo e a primeira vez depois de tudo isso que a gente se encontrou, foi aqui. Foi muito legal, porque a gente trocou várias experiências e almoçou junto. Então toda essa troca de histórias e experiências, e isso é muito bom”, finalizou.

Rayssa Leal na OQS Xangai 2024: horário e onde acompanhar

A skatista brasileira entra em ação para a fase classificatória do skate street feminino da competição, na madrugada de quinta-feira (16 de maio) para sexta-feira (17 de maio), a 1:30 pelo horário de Brasília.

Todas as ações terão a transmissão ao vivo pelo Olympic Channel via Olympics.com, para todo o mundo e também pelo aplicativo Olimpíadas, para os dispositivos móveis.

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