O que esperar do skate brasileiro na Olympic Qualifier Series Xangai 2024
Serão 24 representantes, número máximo possível para um país, entre eles os medalhistas Olímpicos do street Rayssa Leal e Kelvin Hoefler; no park, Augusto Akio, Luigi Cini e Raicca Ventura aparecem com chances de bom desempenho.
A primeira edição da Série de Classificação Olímpica (Olympic Qualifier Series, em inglês) está próxima de começar em Xangai, na República Popular da China. Entre os dias 16 e 19 de maio, serão mais de 400 atletas competindo em quatro esportes - entre eles o skate, em que o Brasil terá 24 participantes, número máximo de atletas possível para uma modalidade.
Entre os destaques estão Rayssa Leal, medalhista Olímpica mais jovem da história do Brasil**; e Kelvin Hoefler,** prata em Tóquio 2020, ambos no street; além dos jovens Augusto Akio e Luigi Cini, no park masculino, e Raicca Ventura, no feminino.
Serão duas etapas da OQS: além da realizada na China, haverá outra em Budapeste, na Hungria, emtre os dias 20 e 23 de junho. São elas que vão definir os 44 skatistas em Paris 2024 nos dois eventos (park e street), 22 em cada gênero.
Nos Jogos Olímpicos, um Comitê Olímpico Nacional (CON) poderá ter, no máximo, 12 representantes - três mulheres e três homens em cada evento (park e street).
A primeira parte da classificação Olímpica do skate park e street foi a corrida por pontos ao ranking da World Skate para Paris 2024 da World Skateboarding Tour (WST), nos últimos dois anos, encerrada em Dubai no mês de fevereiro. Somente o Brasil conseguiu garantir 24 participantes, o limite máximo de skatistas por país permitidos para a Série: 12 em cada evento, seis por gênero.
No total desta primeira fase, os 44 melhores no ranking da World Skate - por evento e por gênero - avançaram para a segunda etapa, que é a Série de Classificação Olímpica.
Como os Comitês Olímpicos Nacionais têm autoridade exclusiva sobre a representação de seus respectivos países nos Jogos Olímpicos, a participação dos atletas nos Jogos de Paris depende de seus CONs selecioná-los para representar sua delegação em Paris 2024.
Saiba abaixo um pouco mais sobre como vai o Brasil para a OQS em cada gênero do street e do park.
No street masculino, atenção a Hoefler e Giovanni Viana
Apesar de mostrar sua força classificando seis partcipantes em todos os eventos de skate da OQS, o Brasil espera dificuldades na disputa do street masculino.
Durante a fase de pontuação para o ranking, ninguém teve atuações de destaque - quem chegou mais perto disso foi Kelvin Hoefler, que terminou em quarto no Mundial de Sharjah, nos Emirados Árabes, e ficou em terceiro na etapa de Roma. O skatista de 31 anos foi o nono colocado da lista para a OQS.
Outro skatista de destaque é Giovanni Vianna, que também fez um pódio no período pré-OQS: um terceiro lugar em Lausanne, no ano de 2023. Aos 23 anos, ele vem como número 17 da lista.
Completam a relação Felipe Gustavo, Gabryel Aguilar, Lucas Rabelo e Filipe Mota, que sempre podem surpreender.
Rayssa Leal é uma das favoritas no street feminino
Depois de encantar o Brasil e o mundo em sua impressionante estreia Olímpica, Rayssa Leal não vai parar por aí. Mesmo com o aumento do número de candidatas ao pódio nos últimos eventos, com destaque para o Japão, a maranhense de 16 anos segue em alta - o que se reflete no fato de ela ter entrado na OQS na segunda posição da lista da World Skate.
Outra brasileira no top 10 da lista é Pamela Rosa, que ocupa a oitava posição. Apesar de não ter obtido nenhum pódio no período de classificação, ela tem mostrado que ainda pode chegar às finais, e isso será crucial na disputa da OQS.
Em 11º lugar na relação da World Skate, quem completa o top 3 do Brasil no street feminino é Gabi Mazetto. Caso ela consiga uma das vagas em disputa a Paris 2024, sua história poderá ser uma das mais marcantes no skate Olímpico.
Na busca por uma cota para Tóquio, Mazetto teve que se retirar da corrida depois de engravidar. Sua filha, nascida pouco antes dos Jogos, serviu de ânimo para o ciclo Olímpico seguinte, em que ela se mantém na disputa com as principais estrelas no caminho para Paris 2024, inclusive chegando a duas finais, em Sharjah e Roma.
As outras participantes brasileiras na OQS são Kemily Suiara, Isabelly Avila e Marina Gabriela.
'Novatos', Augusto Akio e Luigi Cini têm boas chances no park masculino
Se em Tóquio 2020 o medalhista de prata Olímpico Pedro Barros ficou conhecido, agora é a vez de outros nomes, como Augusto Akio e Luigi Cini..
O skatista de 29 anos, conhecido por sua energia e capacidade atlética, conseguiu manter-se perto dos novatos. Na lista de classificação, Pedro terminou em sexto, com Augusto em terceiro e Luigi em quinto.
A dupla curitibana, amiga desde pequena, vem causando boa impressão no cenário do park masculino com uma postura impressionante mesmo diante de uma relativa falta de experiência no mais alto nível. A descontração de Cini, de 21 anos, e as manobras de Akio, de 23 anos, têm encantado multidões.
Se Barros quiser defender a medalha do Japão ou até mesmo melhorar de posição, sabe que terá que acompanhar a dupla.
Um pouco mais afastados, mas definitivamente não descartados pelo sistema de pontos da OQS, estão Pedro Quintas, Pedro Carvalho e Murilo Peres, que chegarão a Xangai classificados nas posições 17, 20 e 26 da lista, respectivamente.
Quintas certamente pode ser um azarão para uma vaga entre os três primeiros do Brasil, dado que seu melhor resultado - quinto - veio recentemente em Dubai, onde Akio e Barros tropeçaram e Cini ficou completamente fora de ação.
Raicca Ventura desponta entre brasileiras no park feminino
Com quatro skatistas entre as 20 primeiras e seis na disputa geral, a briga entre as brasileiras pelas vagas no park feminino também promete.
Única representante do país entre as dez primeiras, em sétimo lugar, Raicca Ventura tem sido uma revelação nesse ciclo Olímpico. Embora tenha ficado fora da disputa em Dubai por conta de uma lesão, a skatista de cabelos azuis tem brilhado nas competições com manobras áereas e velocidade que a colocaram no top 5 em San Juan (2022) e Roma (2023), dois dos três eventos dos quais participou.
Em outubro do ano passado, faturou a prata nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023.
Se Raicca aparece como uma das favoritas a obter uma vaga, a briga pelas duas cotas restantes deve envolver o trio de representantes do Brasil na modalidade em Tóquio 2020: Dora Varella, Yndiara Asp e Isadora Pacheco, classificadas respectivamente em 14o, 16o e 20o lugares na lista da World Skate.
Correm por fora Victoria Bassi e Fernanda Tassi, que completam o time brasileiro no park feminino na OQS.