A dieta sem glúten que mudou a vida e a carreira de Novak Djokovic
O recordista masculino em títulos de Grand Slam com 24 conquistas melhorou seu desempenho no tênis depois de mudar para uma dieta sem glúten – mas o que exatamente o sérvio come? Olympics.com descobre na primeira parte da nova série sobre as dietas dos atletas.
Após conquistar seu último título de Wimbledon em 2022, Novak Djokovic ajoelhou-se no gramado desgastado, mas de certa forma ainda imaculado, da quadra central, pegou uma folha de grama e a mastigou, como tem sido seu costume nas sete vezes que o sérvio venceu o icônico torneio.
Felizmente, vegetais fazem parte do rigoroso regime nutricional do atleta de 36 anos, ao qual ele atribui sua longevidade e sucesso no tênis.
Mas o que exatamente Djokovic come? Como e quando ocorreu essa reviravolta e que mudanças ela trouxe?
O Olympics.com descobriu.
Alimento de reflexão para Novak Djokovic
Antes de 2010, Djokovic tinha vencido um Grand Slam, o Aberto da Austrália de 2008. No entanto, colapsos no meio por questões de condicionamento físico estavam se tornando um problema.
Enquanto estava na Croácia para uma etapa da Copa Davis em 2010, a trajetória de Djokovic mudou quando se encontrou com o Dr. Igor Cetojevic, nutricionista e colega sérvio que diagnosticou sensibilidade ao glúten e aos laticínios.
Primeiro foram pequenos passos, pois quem quer tirar massa, queijo e pão da dieta, principalmente quando a família tinha uma pizzaria? O atleta natural de Belgrado adaptou-se a uma dieta rigorosa sem glúten por duas semanas e os resultados foram imediatos.
Com um sono melhor, mais energia e leveza nos pés, Djokovic se convenceu, ainda mais depois de comer um bagel que o deixou cansado e pesado após quinze dias sem glúten.
No final do ano em que trabalharam juntos, em 2011, Djokovic venceu três dos quatro Grand Slams, com apenas Roland Garros escapando de suas mãos.
Em seu livro de 2014, ‘Sirva para Vencer’, Djokovic escreveu: “De repente, houve um fator X, uma mudança em minha dieta que permitiu que meu corpo funcionasse da forma como deveria”.
Essa mudança o levou a um recorde de 10 títulos do Aberto da Austrália, mais três títulos em Roland Garros, sete vitórias em Wimbledon e quatro triunfos no Aberto dos EUA, e ele não finalizou a contagem.
Porém, o que Djokovic realmente come e como exatamente isso o ajuda?
O que Novak Djokovic come?
Legumes, feijão, carne branca, peixe, frutas, nozes, sementes, grão de bico, lentilha e óleos saudáveis são os principais alimentos das refeições de Djokovic, começando o dia com um copo de água morna e limão, citando que isso “ajuda a desintoxicar seu corpo”.
Ele então toma “um café da manhã perfeitamente calibrado para o meu corpo ao longo do dia – o mesmo café da manhã quase todos os dias da minha vida”, escreve.
A ‘tigela para aumentar a energia’ consiste em sementes mistas, nozes mistas, muesli sem glúten, frutas vermelhas, morangos, banana e iogurte. Segue um copo de suco de aipo e um smoothie verde cheio de ingredientes ricos em antioxidantes, incluindo ervilha, aipo, suco de maçã, hortelã, espinafre e couve.
Um lanche no meio da manhã, se necessário, pode ser biscoitos com abacate e atum. No meio da tarde pode ser uma maça com manteiga de caju.
No almoço, uma salada mista verde, salada picante de macarrão soba ou massa sem glúten com queijo vegano.
Um frango completo assado com limão para o jantar com salada verde mista e sopa de cenoura e gengibre; ou salada caesar de couve com molho, incluindo anchovas ou sardinhas, sopa minestrone, filés de salmão (com pele) com tomate assado e marinado.
Abordagem holística de vida para Novak Djokovic
A influência do Dr. Igor Cetojevic tem sido fundamental para a vida e a carreira de Djokovic, com ioga e meditação como outros elementos importantes em sua abordagem holística, mas é o aspecto nutricional que teve o maior impacto.
“A vida traz diversos problemas e questões alimentares que precisam ser resolvidos”, disse Cetojevic em seu site, drigor.org. “Ao observar Nole diariamente, pude saber o que sugerir e a melhor forma de trabalhar com ele e sua equipe. Viagens constantes representavam mudanças constantes de ambientes, cada um apresentando diferentes problemas a serem resolvidos”.
“O melhor jogador não vencerá necessariamente”, disse. “O vencedor é a pessoa que melhor se adapta ao ambiente e mantém o equilíbrio físico, mental e emocional”.
Descrevendo-se atualmente como “um grande estudante do bem-estar”, Djokovic teve que desempenhar o seu papel no início da parceria para se beneficiar dos conselhos de Cetojevic e ser disciplinado o suficiente para seguir em frente.
“Se você quer que algo seja diferente em sua vida, você tem que fazer algumas mudanças”, afirmou Cetojevic. “Quando nós estabelecemos nossos objetivos principais, podemos prosseguir. Aconselho e aviso meus pacientes para que eles confiem em mim e, também, confiem neles mesmos para saberem que tudo é possível”.
Até ganhar 24 Grand Slams, aparentemente.