Novak Djokovic voltou a brilhar em Nova York. Neste domingo, 10 de setembro, ele foi campeão do US Open 2023 de tênis ao bater Daniil Medvedev por 3 sets a 0, parciais de 6-3, 7-6(5) e 6-3 e chegou à histórica marca de 24 títulos de Grand Slam - igualando-se à australiana Margaret Court, que até então detinha sozinha o recorde.
Logo atrás de Djokovic e Court estão Serena Williams, com 23 conquistas, e Rafael Nadal e Steffi Graf, ambos com 22.
De quebra, o sérvio conseguiu a revanche da derrota na final de 2021, quando foi superado por Medvedev por 3 sets a 0, com um triplo 6-4. Com a conquista de hoje, Djokovic também retomará o posto de número um do ranking masculino a partir de segunda-feira.
Este foi o quarto título dele em Nova York - os outros foram em 2011, 2015 e 2018. Djokovic disputava sua décima final do US Open.
Em 2023, o sérvio chegou à final dos quatro torneios do Grand Slam: foi campeão do Australian Open e de Roland Garros superando Stefanos Tsitsipas e Casper Ruud, respectivamente, mas perdeu em Wimbledon para Carlos Alcaraz.
O espanhol, que chegou ao quarto Grand Slam da temporada no topo do ranking mundial, acabou sem conseguir defender seu título em Nova York, caindo na semifinal diante de Medvedev.
O confronto de hoje no Arthur Ashe Stadium também desempatou o retrospecto em 1 a 1 nos duelos diretos com Medvedev em finais de Major - o sérvio ganhou a decisão do Australian Open de 2021 por 7-5, 6-2 e 6-2.
Por sua vez, Medvedev tentava seu segundo título de Grand Slam, e o segundo em Nova York. Foi sua quinta final deste porte: ele caiu nas decisões do US Open de 2019 e nas do Australian Open de 2021 e 2022.
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Persistência e superação em quadra
Disposto a escrever seu nome em mais uma página da história do tênis, Djokovic começou com tudo no Arthur Ashe Stadium: ele logo abriu 3 a 0, com direito à quebra do saque de Medvedev no segundo game.
Os tenistas foram confirmando seus saques e, no oitavo game, o sérvio teve duas chances de quebrar o rival e fechar a parcial, mas Medvedev se safou.
No game seguinte, Djokovic não teve problemas para fechar em 6 a 3, em 48 minutos.
O segundo set começou bem equilibrado e o placar era de 3 a 3 quando, no sétimo game, Djokovic teve chances de romper o serviço de Medvedev. Após um ponto com 31 trocas de bola, o sérvio deitou no chão como se precisasse buscar um pouco de ar.
Foi aí que começou o momento mais dramático da final. Com 4 a 3 no placar, Medvedev percebeu a queda de intensidade do sérvio e apostou em pontos mais longos, movimentando-o de um lado ao outro da quadra.
Djokovic, por sua vez, mudou a estratégia e passou a encurtar os pontos com subidas à rede - em uma delas, salvou um break point no oitavo game com uma deixadinha que levantou o público no Arthur Ashe Stadium. Na terceira ida à rede, ele conseguiu fechar e deixar o placar da parcial em 4 a 4.
No game de número 12, com 6 a 5 para Medvedev e saque de Djokovic, o rival chegou a ter um set point, mas o sérvio se salvou com outra subida à rede.
Eles foram para o tie-break e, ao final do set mais longo de todo o torneio este ano, 1 hora e 44 minutos, Djokovic viu o rival ter 5 a 4 para, com calma, reverter o resultado e fechar o desempate em 7 a 5, levantando novamente a torcida em Nova York e lhe dando a confiança que parecia necessária.
Com dois sets de vantagem, o sérvio foi ao vestiário no intervalo, enquanto Medvedev recebia tratamento no seu ombro esquerdo em quadra.
Ficou nítido que o segundo set era a grande chance de Medvedev reverter o rumo da final. E isso estava claro pela falta de concentração dele no início da terceira parcial: no terceiro game, depois de perder uma disputa na rede, ele caiu no chão, desolado.
Djokovic chegou a cruzar a rede para levantá-lo, mas o rival recusou o gesto. O placar estava em 2 a 1 e, no game seguinte, o sérvio não teve dificuldade alguma de quebrar, ficando mais perto do título.
Com a vantagem de 3 a 1, o sérvio relaxou e acabou quebrado de volta, gritando muito em direção ao seu box. A situação não durou muito, já que no sexto game Djokovic fez o mesmo e ficou com 4 a 2 no marcador.
Djokovic fez 5 a 2 e viu o rival chegar a 5 a 3, mas logo em seguida sacou para confirmar mais um título do US Open, fechando a partida em 3 horas e 16 minutos.
Homenagem a Kobe na premiação
Pouco depois de terminar a partida, Djokovic vestiu uma camisa com o número 24 e os dizeres "Mamba Forever", como era conhecido o jogador de basquete Kobe Bryant, ídolo do Los Angeles Lakers, uma das referências do esporte mundial e que faleceu em um acidente de helicóptero em janeiro de 2020.
"Pensei em fazer essa camisa pela chance que tinha de ganhar o torneio, fiz há sete dias. Kobe era um amigo próximo, falávamos muito sobre a mentalidade dos vencedores. Quando estava machucado, ele foi uma das pessoas em quem mais confiei, sempre estava ali para uma palavra, um conselho. Lembrei que 24 foi o número que ele usou quando se tornou uma estrela pelo Lakers e do basquete, então pensei que seria algo legal para homenageá-lo", explicou.
O casaco do sérvio também estava preparado para a ocasião, com o número 24 à esquerda - todos no box de Djokovic também vestiram a peça depois do duelo.
"Não sei por onde começar, significa o mundo para mim, sei que estou me repetindo, estou vivendo meu sonho de infância, competir no nível mais alto do esporte que pratiquei, vir de um país em guerra, especialmente pelos meus pais, que tanto se sacrificaram para que eu jogasse um esporte tão caro à época. Ninguém tinha jogado tênis antes na minha familia, foi fruto da resiliência dos meus pais e de todos ao meu redor, da minha equipe. Esse troféu é tanto de vocês quanto meu, assim como o sucesso. Amo vocês," afirmou o sérvio durante a cerimônia de premiação.
"Entrar para a história do esporte é especial, é difícil descrever com palavras, quando tinha 7, 8 anos, meu sonho era ser o melhor do mundo e vencer Wimbledon, era apenas aquilo que eu queria. Mas depois, quando estabeleci mais objeivos, nunca imaginei que seriam 24 títulos, nunca imaginei que teria essa chance, mas ela veio e a agarrei com tudo," completou.
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