Mikaël Kingsbury, o rei do moguls, supera fraturas e dá o sangue (literalmente) por bicampeonato Olímpico
O canadense tenta defender seu título neste sábado, dia 5, na final do moguls masculino. Kingsbury passou por maus bocados nos últimos anos, mas está mais determinado do que nunca a manter o seu reinado.
“Estou exatamente onde quero estar agora”, disse Mikaël Kingsbury ao site do Comitê Olímpico do Canadá (COC).
De fato, o lugar que Kingsbury ocupa não é dos piores: um dos grandes esquiadores de estilo livre da história e ‘rei’ do evento moguls, cuja segunda descida de classificação e a final serão disputadas neste sábado, 5 de fevereiro, a partir das 18:00 locais (7:00 em Brasília). Kingsbury já avançou à final ao liderar após a primeira descida em 3 de fevereiro.
"Sei de que sou capaz de esquiar melhor e saltar um pouco melhor, mas agora estou satisfeito e tenho um bom dia para conversar com meus treinadores e bolar um plano melhor para sábado", ele disse ao Olympics.com após a apresentação.
O canadense de 29 anos quer subir ao pódio pela terceira vez seguida, já que foi prata em Sochi 2014 e PyeongChang 2018.
"Minha confiança está muito grande. O fato de ter ganhado a última edição dos Jogos, bem, não sinto como se tivesse que defender o ouro. Tenho a oportunidade de ganhar outra. Isso tira muita pressão dos meus ombros", acrescentou.
Outros números impressionantes são suas nove vitórias gerais em temporadas de Copas do Mundo e três Campeonatos Mundiais, sem contar o evento não-Olímpico dual moguls, que ele também domina. Kingsbury fez 101 pódios de Copa do Mundo na carreira, com 71 vitórias.
“Quando um percurso é difícil, os melhores se destacam. Quando é difícil, costuma ser melhor para mim. Acho que essa é uma das minhas forças”, disse o esquiador ao COC.
Essa confiança vem desde a infância. Aos nove anos, o canadense assistia a Salt Lake City 2002 e colocou um papel com os anéis Olímpicos na parede, escrevendo nele a frase: ‘Vou ganhar os Jogos Olímpicos’.
Missão dada, missão cumprida. Assim que levou o ouro em PyeongChang 2018, seu irmão Maxime atualizou o papel com a frase ‘Você conseguiu’.
Mas nem tudo foram flores para Kingsbury. Em dezembro de 2020, ele fraturou duas vértebras em um treinamento na Finlândia. Como ele reagiu? Ganhando o moguls e o dual moguls no Mundial de 2021 poucos meses depois.
Dando o sangue
O esqui estilo livre é uma das modalidades mais arriscadas dos Jogos de Inverno. No entanto, apesar do moguls aparentar ser muito duro nos joelhos dos atletas, Kingsbury afirma que essa não é a pior parte.
“Acho que as costas pegam a maior parte do impacto, especialmente nos morrinhos e na aterrissagem, mesmo se você não sofrer uma queda. Outro local são os dedos do pé. Minhas botas são bem apertadas e quando eu faço saltos, meus dedos do pé batem no final da bota, fazendo com que eles sangrem”, contou Kingsbury ao Olympics.com.
“Pode ficar bem feio, geralmente depois da descida eu alivio a pressão estourando as bolhas que aparecem com uma agulha, deixando o sangue sair”, detalhou o canadense, lembrando que ser o melhor da história muitas vezes exige sacrifícios.