Marta planeja futuro após sexta Copa e sonha em se tornar mãe

Lenda do futebol brasileiro, de 37 anos, compete provavelmente pela última vez no Mundial e já faz planos para o pós-carreira, incluindo a maternidade, como revelou à TV Globo.

4 minPor Sheila Vieira
Marta assina autógrafo durante treino da seleção feminina de futebol.
(Thais Magalhães/CBF)

Às vésperas de sua sexta participação na Copa do Mundo Feminina, Marta se prepara para sua “última dança” com a seleção brasileira feminina, mas também planeja o futuro. A lenda do futebol brasileiro contou à TV Globo que pretende ter filhos.

“Não é um sonho recente, sempre tive esse desejo, essa vontade, porque eu não tenho uma foto de quando eu era bebê, pela dificuldade da minha família”, contou Marta ao Esporte Espetacular, emocionada.

“Minha mãe criou a gente sozinha, quatro filhos, não tinha condições de pedir um fotógrafo para tirar uma foto”, relembrou Marta, que tem um relacionamento com a jogadora americana Carrie Lawrence, sua companheira no Orlando Pride.

“Às vezes tento imaginar como eu era quando criança. Apesar de eu teoricamente ser mãe dos meus sobrinhos, queria me ver de alguma maneira”, acrescentou Marta, que já tem um nome em mente caso seja mãe de um menino: Emiliano.

"Marta, mamãe de Emiliano. Já imaginou isso?"

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Marta e o orgulho das medalhas Olímpicas

Até lá, Marta tem uma Copa do Mundo para disputar e um contrato com o Orlando Pride até 2024. Ir a mais um Mundial é algo fora de cogitação para a Rainha.

“Próxima Copa eu estaria com 41. Aí é uma Formiga da vida, só ela conseguiu isso. Até hoje ela nunca me falou o segredo”, brincou Marta sobre sua outra referência da seleção, que jogou com a camisa amarela até os 43.

A história de Marta na seleção brasileira também é marcada pelos Jogos Olímpicos. Ela fez parte dos times medalhistas de prata em Atenas 2004 e Beijing 2008.

“Naquela época, a pressão era muito maior, mesmo não tendo os holofotes como hoje ou a estrutura que o futebol feminino vem adquirindo. Era como se a gente tivesse que ganhar para fazer as coisas mudarem”, contou.

Com o passar do tempo, a frustração de não ter chegado ao ouro foi substituída por orgulho.

“O povo brasileiro encara o futebol de maneira diferente de outros esportes. Na Olimpíada, a gente festeja a conquista de qualquer medalha. Mas no futebol, é como se fosse uma derrota. A gente tinha que ter muito orgulho de tudo que fizemos. A gente deu duas medalhas para o Brasil em Olimpíada.”

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Seleção atual é mais forte psicologicamente, diz Marta

O Brasil está no Grupo F da Copa, ao lado de França, Panamá e Jamaica. Para Marta, antes de pensar no mata-mata, é crucial passar bem pela fase de grupos.

“A gente precisa focar na primeira fase e assim poder crescer dentro da competição, aprendendo a jogar conforme o adversário. Não dá para pensar numa final Brasil x EUA se a gente não fizer o dever de casa aos pouquinhos”, comentou.

Sua confiança na equipe passa pelo momento mais estruturado do futebol feminino brasileiro, que dá segurança às atletas.

“As meninas que estão na seleção estão bem preparadas psicologicamente, muito mais do que éramos anos atrás”, opinou.

Marta lembrou de que já precisou jogar em troca de um par de chuteiras, para mostrar como a situação evoluiu com o passar dos anos. Ela tenta empoderar a nova geração para lutar por mais.

“A atleta merece ser remunerada de maneira correta. Ela tem esse direito, não está pedindo um favor”, disse. “Se você não se valorizar, dificilmente as pessoas vão te valorizar.”

“Nossa luta é essa, mostrando que o futebol feminino é interessante é bonito, emocionante, assim como o masculino. É o futebol do Brasil.”

Sua grande inspiração continua sendo o Rei Pelé, que faleceu no final de 2022.

“Conheci o Pelé pelo que ele fez dentro de campo, pelos vídeos, e o legado dele nunca vai morrer, será eterno. Espero que seja assim também [comigo]”, concluiu.

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