Maria Portela anuncia aposentadoria: relembre a trajetória da judoca brasileira

Grande nome do judô do Brasil, gaúcha encerra a carreira aos 35 anos, 15 deles dedicados à seleção nacional. Foram três participações Olímpicas, com pódios em Jogos Pan-americanos e Mundiais, além de vários títulos e medalhas em Grand Slam e Grand Prix. 

4 minPor Virgílio Franceschi Neto
Maria Portela durante a preparação para os Jogos Pan-americanos Toronto 2015.
(2015 Getty Images)

Uma das referências do judô brasileiro, Maria Portela decidiu encerrar a carreira. Com 35 anos de idade, dedicou 15 à seleção brasileira e deu ao país expressivos resultados. Disputou três edições de Jogos Olímpicos (Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020) e foi medalhista de bronze nos Jogos Pan-americanos Guadalajara 2011 e Toronto 2015.

“As experiências Olímpicas foram muito marcantes, tanto o mais dolorido, que foi Londres, quanto o que me trouxe a satisfação de dever cumprido, que foi Tóquio", comentou Portela em comunicado da Confederação Brasileira de Judô (CBJ).

Com uma trajetória de inúmeras conquistas, a sensação de dever cumprido a fez repensar a carreira, em meio aos altos e baixos e também às lesões, comum a todo atleta.

O Olympics.com relembra abaixo alguns dos feitos de Maria Portela, uma das melhores do mundo no peso médio feminino (até 70kg).

(2016 Getty Images)

Uma trajetória repleta de títulos

Ela começou cedo no esporte, aos nove anos, em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Sua dedicação e desenvolvimento levaram-na logo à seleção brasileira.

Participou em 10 edições de Mundiais e conquistou cinco medalhas, duas por equipes feminina (uma de prata e uma de bronze) e três por equipes mistas (uma de prata e duas de bronze). Em uma década e meia ela somou 11 pódios em Grand Slam (três de ouro, três de prata e cinco de bronze), sendo um deles, em 2015, inesquecível: "O bronze no Grand Slam de Tóquio...por ser o Grand Slam de Tóquio e por ter me dado ali a classificação para os Jogos do Rio, foi bem marcante", acrescentou Portela.

Relembre | Medalha de Maria Portela no Grand Slam da Turquia em 2022

Em edições de Grand Prix, foram 10 medalhas (duas de ouro, três de prata e cinco de bronze), a última delas em Lisboa, em janeiro de 2022.

Uma carreira com muitos títulos. O que recorda com mais carinho aconteceu em 2017, no Masters em São Petersburgo, na Rússia. "O título do World Masters, pela forma como eu conduzi aquele dia, como eu controlei as emoções, foi especial", relembrou Portela.

Um título que deixou a judoca na condição de número um do ranking mundial da Federação Internacional, em 2018, na categoria até 70kg.

Maria Portela e os planos para o futuro

A judoca não vai se afastar da modalidade, mas agora em um outro papel: “Eu tenho muito a aprender, mas não quero sair de tudo o que esporte me proporcionou. Como atleta, é um dever repassar isso. Eu me vislumbro uma treinadora, por exemplo...estou pronta para os desafios e muito motivada para o desconhecido. Isso me traz a certeza de que concluí o ciclo como atleta de alto rendimento”, comentou Portela para a Confederação Brasileira de Judô (CBJ).

“Agora, eu vejo que preciso botar a faixa branca de novo e viver novos desafios...quero deixar claro para as pessoas que eu não estou desistindo, eu entendi que, para mim, o que entreguei até hoje está ok”, finalizou.

Títulos e números de Maria Portela

  • Campeã do World Masters de 2017, em São Petersburgo;
  • Três vezes medalhista de ouro em Grand Slam;
  • Duas vezes medalhista de ouro em Grand Prix;
  • Duas medalhas em Mundiais por equipes feminina (uma de prata e uma de bronze);
  • Duas medalhas em Mundiais por equipes mistas (uma de prata e duas de bronze);
  • Duas medalhas em Jogos Pan-americanos (bronze em Guadalajara 2011 e Toronto 2015;
  • 11 pódios em Grand Slam (três medalhas de ouro, três de prata e cinco de bronze);
  • 10 pódios em Grand Prix (duas de ouro, três de prata e cinco de bronze);
  • Número um do ranking mundial (até 70kg) em 2018.
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