Maria Eduarda Alexandre, de 16 anos, já é realidade na ginástica rítmica e foca em LA28

5 minPor Mateus Nagime
Maria Eduarda Alexandre
(Miriam Jeske/COB)

O Brasil vive um momento muito especial na ginástica rítmica e não é só com a equipe, que briga por uma medalha inédita nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Nas provas individuais, as ginastas também estão fazendo muito bonito, tendo assegurado uma vaga direta pela primeira vez ao Brasil. Com apenas 16 anos, Maria Eduarda Alexandre já acumula muitas conquistas e se prepara para fazer bonito no Mundial de Ginástica Rítmica no Rio de Janeiro em 2025, já sonhando com a participação nos Jogos Olímpicos LA28.

Na ginástica, as atletas podem apenas participar de competições adultas no ano em que completam 16 anos. Para Maria Eduarda Alexandre isso aconteceu em 2023. Com as conquistas e bagagens em seus dois anos de juvenil, ela já se colocou ao lado de Bárbara Domingos, a Babi, e Geovanna dos Santos, a Jojo, como um dos grandes nomes do esporte no Brasil.

Se foi muito tarde para tentar uma vaga em Paris 2024, o copo meio cheio nos indica que ela tem justamente menos pressão para aperfeiçoar suas séries na esperança de ser um dos grandes nomes do Time Brasil em LA28. Antes disso, ela já deverá ter um ótimo teste de alto nível: o Mundial de Ginástica Rítmica Rio de Janeiro 2025, pela primeira vez na América do Sul.

Foi no último mundial que o Brasil obteve pela primeira vez uma vaga Olímpica direta no individual, com a final de Bárbara Domingos no Mundial de 2023. Maria Eduarda disse em entrevista ao GE.com que vai ficar na torcida pelas colegas em Paris 2024, mas com planos concretos para o futuro.

"Tenho certeza que o conjunto irá se dedicar ao máximo também. O objetivo é uma medalha Olímpica. Elas já estão fazendo e vão fazer ainda mais história. Pretendo e vou estar lá em LA28. Objetivo e metas a serem cumpridos", revelou a ginasta.

Nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023, ela já teve um gostinho do que é performar em um grande evento e se engana quem acha que ela se intimidou. Pelo contrário, saiu do Chile com dois ouros - no arco e nas maças -, uma prata na fita, e um bronze no individual geral. Em entrevista ao Olympics.com ela deixou claro que é só o começo!

Como os Comitês Olímpicos Nacionais têm autoridade exclusiva sobre a representação de seus respectivos países nos Jogos Olímpicos, a participação dos atletas nos Jogos de Paris depende de seus CONs selecioná-los para representar sua delegação em Paris 2024.

Trajetória meteórica rumo ao topo

A estreia de Maria Eduarda Alexandre em nível internacional aconteceu no Campeonato Sul-Americano Juvenil em 2021, quando venceu o individual geral, arcos, fitas e equipes. Num campeonato mais difícil, os primeiros Jogos Pan-Americanos Juvenis Cali 2021, ela se destacou mais ainda, levando quatro medalhas. Venceu ouro no individual geral, bola, e maças, terminando ainda com a prata no arco.

A conquista a credenciou para os Jogos Pan-Americanos Santiago 2023 como uma vaga extra e nominal ao Comitê Olímpico Nacional. Após um 2022 de muito sucesso, ela finalmente estreou no adulto em 2023, ano em que completou 16 anos.

A primeira participação veio com a Copa Afrodite em Atenas, quando ela terminou em 13º, alcançando uma final das maças onde ela terminou em quarto. Durante o ano, vieram ainda outras finais: arco na Copa do Mundo de Tashkent e de Baku. O ano de 2024 já começou forte para ela: finais na bola e maças na Copa do Mundo Atenas 2024.

"Para uma menina de 16 anos, ela vem passo a passo. A nossa construção é diária, o objetivo principal, que a gente tenta trabalhar na cabeça do atleta, é que ela esteja melhor que ela mesma a cada dia", disse a técnica Solange Paludo ao blog Olhar Olímpico do Uol em junho de 2023, na ocasião da estreia dela no Campeonato Brasileiro adulto. Na competição, em Campo Grande (MS), veio o vice-campeonato atrás de Geovanna Santos. Bárbara Domingos não participou, se recuperando de uma lesão.

No final de 2021, na preparação para Cali 2021, Solange definiu assim o estilo da atleta para a Confederação Brasileira de Ginástica: "A Maria Eduarda combina movimentos ágeis com um corpo longilíneo, contando com um repertório de habilidades interessante”.

(Miriam Jeske/COB)

Fim de 2023 com prêmios para Duda

Maria Eduarda Alexandre ainda concilia os ritmos pesados de treino com a rotina escolar, já que ela está cursando o último ano de ensino médio. "Eu vou para a escola às 7h30, estudo até 12h40, dali até às 13h30, é o meu tempo de almoço. Eu moro bem perto do ginásio, já vou a pé, correndo. Das 13h45 às 19h30 é meu horário de treino. É uma rotina bem puxada. Eu não consigo fazer atividade da escola durante a semana porque depois do treino ainda tem fisioterapia ou aula de inglês", revelou em entrevista ao Surto Olímpico.

O final de um ano repleto de conquistas não poderia ter sido diferente: ela foi escolhida a atleta revelação no Prêmio Brasil Olímpico 2023 em dezembro. “Não sabia nem como reagir. Fiquei nervosa, tremendo, quando subi no palco, mas muito feliz. É a primeira conquista de muitas. Esse prêmio é muito importante para eu perceber que todo trabalho duro está dando muitos resultados bons. Pretendo fazer um próximo ano muito bom, dando o meu melhor em todas as competições. Pretendo subir em muito pódios internacionais, quero estar sempre no topo. Vem muita coisa por aí ainda”, declarou ao Comitê Olímpico do Brasil na ocasião.

Mas é melhor ela aprender a subir aos palcos com tanta desenvoltura quanto se apresenta no solo da ginástica rítmica. Também no final de 2023, poucos dias antes, ela ainda venceu o Panam Sports Awards como Legado Cali 2021 no feminino, valorizando suas conquistas nos dois maiores eventos do continente neste ciclo Olímpico. A trajetória dela pode até ser curta, mas já é cheia de glória!

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