Maior artilheira em Jogos Olímpicos, Cristiane reflete sobre disputar Paris 2024: 'Quero viver esse último sonho' 

Por Virgílio Franceschi Neto
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Cristiane Rozeira comemora gol contra a Austrália, em amistoso realizado em setembro de 2017, em Newcastle, Austrália.
Foto por 2017 Getty Images

Goleadora máxima do futebol nos Jogos Olímpicos. Da história. Sim, da história. Entre todas as edições dos torneios femininos e masculinos. Ninguém fez mais gols que ela, Cristiane. Ao todo foram 14, em Atenas 2004, Beijing 2008, Londres 2012 e Rio 2016.

Nas edições de 2004 e 2008, em que foi duas vezes medalhista de prata, foi também artilheira, balançando as redes cinco vezes. Na Grécia, dividiu o feito com a alemã Brigit Prinz.

Em fevereiro de 2021, disputou a SheBelieves Cup e só voltaria a vestir a camisa da seleção brasileira depois de mais de dois anos e meio, em outubro de 2023, para amistosos contra o Canadá.

Ficou de fora do título da Copa América Feminina 2022, que fez o Brasil obter vaga em Paris 2024, e não esteve nos planos da antiga treinadora Pia Sundhage para a Copa do Mundo Feminina FIFA 2023, quando o time parou na fase de grupos.

Uma nova chance com Arthur Elias no comando da seleção feminina

Em setembro de 2023, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou Arthur Elias como o novo treinador da seleção feminina. Tinha início um novo ciclo, com uma nova proposta que bem se encaixava com o estilo de Cristiane: jogar mais à frente e contribuir para o aspecto ofensivo do time.

Não deu outra. Na primeira lista de Arthur Elias para os amistosos contra o Canadá, lá estava ela, aos 38 anos. "Deixa eu insistir que sou meio teimosa", revelou Cristiane para o site da CBF.

"O Arthur [Elias] e a comissão técnica sempre deixaram muito claro que pra eles não vai importar a idade, vai importar o que a gente apresentar diariamente aqui dentro do campo, dentro do nosso trabalho", completou.

Contra as canadenses, a seleção venceu um jogo e perdeu outro. Nos dois começou como titular. Ficou de fora dos amistosos contra Japão e Nicarágua, e ausente também na campanha do vice-campeonato da Copa Ouro. Para a edição de 2024 da SheBelieves Cup, voltou à lista do treinador. O torneio é o último grande compromisso da seleção feminina antes de Paris 2024.

Serão os próximos Jogos, palco da "última dança" Olímpica de Cristiane?

Cristiane em ano de aniversário de medalha Olímpica

Pelo Brasil, a carreira da atacante é incontestável. Além de ser a artilheira em edições de Jogos Olímpicos, Cristiane soma 169 partidas e 116 gols marcados, desde 2001, quando fez sua estreia com a seleção aos 15 anos.

Depois de quatro temporadas no Santos, começou 2024 no Flamengo. Novos ares, novo grupo, novos desafios. Sai da zona de conforto por um objetivo.

"Tudo o que eu fiz foi justamente para estar aqui com essa camisa e não vai ser diferente das demais, quero tentar estar no grupo que vai para os Jogos Olímpicos", disse Cristiane para o site da CBF.

Duas décadas depois de ajudar o futebol do Brasil a conquistar a primeira medalha Olímpica em um torneio feminino, em Atenas 2004, ela retorna aos planos da comissão técnica da equipe principal. Naturalmente, seu nome acaba por ser bastante cogitado para Paris 2024.

"Quero tentar estar no grupo que vai para os Jogos Olímpicos e viver esse último sonho com a seleção brasileira. Minha dedicação vai ser muito maior do que já é", finalizou.