Certamente não há aposta mais segura para uma final do hóquei no gelo feminino nos Jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022 se você escolher o Canadá e os Estados Unidos.
Os fãs do hóquei no gelo sabem o quanto esses dois países têm dominado o esporte, mas para aqueles que talvez não saibam, é quase uma "certeza" de que esses vizinhos da América do Norte vão medir forças novamente entre si no próximo dia 17 de fevereiro.
Vamos explicar o porquê.
Adversários familiares no Campeonato Mundial
Tanto o Canadá quanto os Estados Unidos disputam a hegemonia do hóquei no gelo desde 1990, quando foi disputado o primeiro Campeonato Mundial feminino.
De fato, em toda a história da competição, os dois países se encontraram em todas as finais, exceto uma vez (em 2019 os Estados Unidos venceram a Finlândia por 2 a 1 na final, com as canadenses terminando em terceiro lugar).
O Canadá foi a principal força quando do início do Campeonato Mundial, ao ter conquistado as primeiras oito edições, de 1990 a 2004.
Entretanto, recentemente as coisas mudaram a favor dos Estados Unidos, que venceram nove dos últimos 11 mundiais, superando o Canadá em oito ocasiões.
Entretanto, no Mundial de 2021 realizado em Calgary no passado mês de agosto, o Canadá voltou ao topo do pódio pela primeira vez desde 2012, com uma eletrizante vitória na final por 3 a 2 - com direito a tempo extra - sobre os Estados Unidos.
Duas décadas de batalhas Olímpicas
Tal como nos Mundiais, Estados Unidos e Canadá se enfrentaram muito em finais Olímpicas. Os dois países fizeram todas as decisões de Jogos, exceto em Turim 2006, quando as canadenses venceram a Suécia por 4 a 1.
O hóquei no gelo feminino foi introduzido no programa Olímpico pela primeira vez nos Jogos de Inverno Nagano 1998, no Japão. Para nenhuma surpresa, Canadá e Estados Unidos se enfrentaram no jogo que valeu a medalha de ouro.
Naquele jogo os Estados Unidos prevaleceram com uma vitória por 3 a 1, mas a revanche do Canadá veio quatro anos depois. Em casa estadunidense - Salt Lake City (Utah) -, um 3 a 2 que colocou abaixo uma sequência de oito derrotas para a seleção americana. Começava ali uma série de vitórias sobre os Estados Unidos em Jogos, e que duraria por mais três edições em que as canadenses foram medalhistas de ouro. Menos em 2006, quando superaram a Suécia na final (com as americanas a vencerem a Finlândia na disputa pelo bronze).
Assim como o Canadá foi capaz de pôr fim à sequência de vitórias dos Estados Unidos em 2021, a equipe americana voltou ao topo do pódio Olímpico em PyeongChang 2018 ao ganhar do Canadá por 3 a 2 em uma dramática disputa por shootouts e, assim, faturar seu primeiro ouro desde 1998.
A pergunta agora é: quem vai vencer a última rodada desta saga épica em Pequim?
De olho em Beijing 2022
Em uma primeira análise para os Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, o Canadá leva vantagem sobre os Estados Unidos em números nos confrontos diretos, tanto em partidas que valeram medalha de ouro (28 gols contra 20), quanto no geral (86 gols contra 67).
Entretanto, dado o equilíbrio observado em cada confronto dessas nações referências do hóquei no gelo, não há como prever quem serão as vencedoras em Beijing 2022.
A equipe americana vai defender o título Olímpico e vai contar com as medalhistas de ouro de 2018 Hilary Knight, Brianna Decker e Kendall Coyne Schofield.
Do outro lado, as canadenses, atuais campeãs mundiais, irão fortes para os Jogos. A tricampeã Olímpica Marie-Philip Poulin, Sarah Nurse (prata em PyeongChang 2019) e Jocelyne Larocque (duas vezes medalhista Olímpica) são estrelas notáveis do plantel.
O torneio feminino de hóquei no gelo dos Jogos Beijing 2022 acontecerá de 3 a 17 de fevereiro e terá 10 times divididos em dois grupos de cinco.
Grupo A: Estados Unidos, Canadá, Finlândia, Suíça e ROC
Grupo B: Japão, República Popular da China, República Tcheca, Suécia e Dinamarca
As cinco equipes do grupo A e as três melhores do B avançam às quartas de final, dando início à fase eliminatória.