O que é o monobob Olímpico em Beijing 2022?

Um dos sete novos eventos dos Jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022, o monobob é uma versão individual do bobsled que tem aumentado a participação feminina no esporte. Leia e saiba o que é diferente no monobob, quem são os grandes nomes e qual é a programação do evento nos Jogos de Inverno.

4 minPor Sheila Vieira
Cynthia Appiah of Canada takes part in training for the women's monobob at Beijing 2022
(Getty Images)

Quem disse que o bobsled só pode ser um esporte coletivo? Pela primeira vez, os Jogos Olímpicos de Inverno terão o monobob - um evento individual exclusivo para mulheres - em Beijing 2022.

Nomeado a partir da palavra grega 'mónos' (simples), o monobob aumentará a participação feminina no bobsled Olímpico, juntando-se à competição do two-woman. Os homens já possuem dois eventos: four-man e two-man.

A competição fez parte do programa dos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude (JOJ) em Lillehammer 2016 e Lausanne 2020, com os dois gêneros participando.

Saiba tudo sobre o monobob em Beijing 2022.

O que é diferente no monobob?

Enquanto os companheiros do bobsled dividem entre si as funções de empurrar o trenó, pilotar e frear, a atleta do monobob tem que fazer tudo sozinha, com um trenó pesando pelo menos 162kg.

"É meio solitário às vezes. O trenó também pesa quase o mesmo do two-woman e você precisa de ajuda para carregá-lo", disse a jamaicana Jazmine Victorian-Fenlator, que já foi a dois Jogos Olímpicos.

O mesmo é o mesmo para todas, porém. "O jeito que o monobob é, temos trenós padronizados. Então é você como atleta e piloto e você tem um grande teste. Ganhar não é questão do melhor equipamento. Temos os mesmos trenós. Podemos ver quem realmente está no topo", disse a canadense Cynthia Appiah ao Olympics.com em 2020.

(2017 Getty Images)

Competir sozinha é um fardo? Não para Appiah. "Uma grande vantagem do mono é que você é sua própria pessoa. Se você errar, a culpa é só sua", disse.

Fenlator-Victorian também acredita que há menos pressão no monobob.

"Se eu bater, sou eu apenas. Não há a preocupação que há no two-woman, quando você é responsável pela outra pessoa como piloto.

"Toda vez que você encosta você pede desculpa, mas quando está sozinha, apenas segue em frente".

(2021 Getty Images)

Mais diversidade no bobsled

As mulheres começaram a competir no bobsled Olímpico em Salt Lake City 2002. Vinte anos depois, o monobob dá às atletas do bobsled de todo o mundo a chance de lutar por mais medalhas Olímpicas.

A americana Kaillie Humphries, uma das atletas mais bem-sucedidas do bobsled e apoiadora da representação feminina no esporte, deu boas-vindas ao novo evento.

"É ótimo saber que as mulheres têm mais chances de ganhar medalhas, e ter vencido o primeiro [Campeonato Mundial] foi uma cereja no bolo", ela disse. "Trabalhei muito duro para poder ganhar os dois eventos".

MAIS: Kaillie Humphries: 'Não coloquem limites nos atletas'

Além de aumentar a representação feminina, o monobob pode ser uma oportunidade para CONs que não têm grande tradição em esportes de inverno de participar no bobsled Olímpico feminino.

"É ótimo para o desenvolvimento, para trazer mais nações para o esporte", afirmou Fenlator-Victorian.

Vinte atletas participarão do evento de monobob Olímpico. Os quatro CONs de melhor ranking poderão inscrever duas atletas. Outras seis que se classificaram para o two-woman poderão ter uma atleta cada. Finalmente, seis vagas são reservadas para CONs que não possuem equipe classificada no two-woman.

Atletas para ficar de olho no monobob em Pequim

Atual campeã mundial de monobob e bicampeã Olímpica no two-woman, Kaillie Humphries espera ser a primeira medalhista de ouro Olímpica do monobob. A americana representava o Canadá até 2020.

Durante a temporada 2021/22, Humphries venceu as etapas de Altenberg, na Alemanha, em dezembro, e a última prova, em St. Moritz, na Suíça.

Outra grande candidata dos EUA é a três vezes medalhista Olímpica de 37 anos Elana Meyers Taylor, que venceu a disputa geral da World Monobob Series em 2021/22. As canadenses Cynthia Appiah e Christine de Bruin terminaram em terceiro e quarto no ranking. A australiana Breeana Walker também vem de excelente temporada.

No entanto, nunca subestime a Alemanha quando se trata de bobsled. Stephanie Schneider e Laura Nolte - campeã do monobob em Lillehammer 2016 - levaram prata e bronze, respectivamente, no último Mundial.

Programação do monobob em Beijing 2022

A competição do monobob feminino começa em 13 de fevereiro às 9:30 (horário local), com as duas primeiras eliminatórias. A terceira e a quarta (e decisiva) prova será no dia seguinte, 14 de fevereiro, às 9:30 também. Por volta de 11:45 no horário de Pequim, o mundo saberá quem serão as primeira medalhistas Olímpicas do monobob no Centro de Esportes de Pista de Yanqing.

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