Campeão de Grand Slam e atual número 1 do mundo, Jannik Sinner encara seus primeiros Jogos Olímpicos 

Por Nick McCarvel
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Jannik Sinner at Wimbledon, 2024
Foto por 2024 Getty Images

Em 2019, um tenista de apenas 17 anos chamado Jannik Sinner obteve uma surpreendente vitória na primeira rodada do Masters de Roma, seu país natal, diante do americano Steve Johnson.

O adolescente da pequena San Candido, no norte do país, cairia na rodada seguinte para o grego Stefanos Tsitsipas, então número sete do mundo, mas já tinha apresentado seu cartão de visitas ao mundo do tênis.

"Acho que estamos no caminho certo. Precisamos apenas seguir dessa forma," comentou Sinner em sua primeira coletiva de imprensa internacional.

Cinco anos depois, o italiano é o atual campeão do Australian Open, primeiro título de Grand Slam da sua carreira, e também atingiu o posto de número um do mundo, tornando-se o primeiro tenista de seu país a atingir tal feito. Até agora, ele obteve 14 títulos da ATP, sendo quatro apenas nessa temporada.

A partir de 27 de julho, Sinner volta ao local que o consagrou como número um do mundo pela primeira vez: Roland Garros, palco do segundo Major da temporada.

“É um dos maiores eventos que temos ao longo do ano. Estou ansioso para isso”, disse ele após a derrota nas quartas de final no início desse mês em Wimbledon.

Uma marca de 42-4 na temporada normalmente seria surpreendente para qualquer jogador, mas Sinner elevou tanto seu jogo que isso tem trazido dúvidas com relação ao seu desempenho em duelos de cinco sets, como nas derrotas em Roland Garros (para Carlos Alcaraz) e em Wimbledon (para Daniil Medvedev). Com isso, o que o torneio Olímpico lhe reserva?

Jannik Sinner: 'O objetivo mais importante é melhorar'

Na verdade, Sinner cresceu na pequena vila de Sesto, uma cidade resort de esqui com menos de 2 mil habitantes que ajudou a estimular seu amor precoce pelo esqui alpino, espore em que ele acabou se tornando campeão júnior.

No mês passado, ele esteve lá para celebrar o título na Austrália e a subida ao primeiro posto da ATP. Cerca de 500 crianças viram não só o recém-conquistado troféu de número um do mundo, mas também a taça da Copa Davis obtida pela Itália no final do ano passado, a primeira do país desde 1976.

“O objetivo mais importante é sempre melhorar como jogador e como pessoa, cercando-me de grandes nomes. Estou muito feliz e satisfeito com o que tenho feito com a minha equipe”, disse Sinner quando atingiu o primeiro lugar da lista.

De fato, a comissão técnica tem sido fundamental para Sinner. Afinal, ele subiu de nível nas últimas temporadas, tendo aprimorado seu jogo com o lendário Riccardo Piazzi desde os 13 anos. No início de 2022, ele mudou para um treinador relativamente desconhecido, Simone Vagnozzi, e acrescentou o respeitado Darren Cahill, que também treinou muitos jogadores importantes no passado.

Sua extensa equipe inclui, ainda, alguns treinadores e fisioterapeutas, e Sinner, de apenas 22 anos, aderiu a um plano de longo prazo: atingir o máximo ano após ano.

“Estou extremamente feliz por estar nessa posição agora. Tenho uma grande equipe por trás que sabe o que tenho de fazer. Darren tem muita experiência. Ele já passou por isso várias vezes. E já estava conversando com Simone depois da [final contra Medvedev] sobre o que ainda podemos melhorar”, disse o italiano em Melbourne após conquistar seu primeiro Major.

Disputa do tênis Olímpico masculino em 2024 terá muitas estrelas

O tênis masculino em Paris 2024 promete ser um sucesso, com Sinner e Alcaraz acompanhados por Novak Djokovic, que ainda busca seu primeiro ouro olímpico; Rafael Nadal, maior campeão da história de Roland Garros, com 14 títulos; e o alemão Alexander Zverev, atual campeão Olímpico.

A disputa do tênis Olímpico não acontece no saibro desde Barcelona 1992, e é uma mudança que desafiará cada jogador que pisar em Roland Garros apenas duas semanas após o término de Wimbledon, realizado na grama.

De todos os seus 14 títulos, Sinner tem apenas um no saibro: Umag, na Croácia, em 2022, batendo justamente Alcaraz na decisão - ambos ainda não tinham alçado o status de estrelas do circuito. Depois de uma parada pós-Wimbledon, o italiano voltou a treinar na terra batida em Monte Carlo.

O atual número um do mundo tem tudo para buscar um lugar no pódio em Paris - resta saber como ele vai reagir à sua primeira experiência Olímpica.