Novak Djokovic foca no sonho do primeiro ouro Olímpico
Há seis semanas, no início de junho, Novak Djokovic anunciou que estava desistindo de Roland Garros 2024, ainda nas quartas de final do segundo Grand Slam da temporada de tênis, por conta de um rompimento no menisco do joelho direito.
Em meio às dúvidas sobre qual seria o tratamento a ser seguido, um dia depois o sérvio anunciou que havia passado por uma cirurgia no local, o que o deixaria com chances de disputar Wimbledon, o Major seguinte, e retornar a Roland Garros para o torneio de Paris 2024, entre os dias 27 de julho e 4 de agosto.
Pelo que se viu em Londres, o procedimento e a recuperação deram certo: Djokovic perdeu apenas dois sets rumo à segunda final consecutiva, quando perdeu novamente e não impediu o bicampeonato do espanhol Carlos Alcaraz.
Contudo, a campanha mostrou que o sérvio está em condições - e seu próximo objetivo é o inédito ouro Olímpico.
"Ainda tenho a intenção de disputar os Jogos Olímpicos e espero ter a chance de lutar por uma medalha para o meu país. É uma competição em uma superfície completamente diferente, óbvio, e estou voltando ao local onde me machuquei há algumas semanas. Vamos ver," disse o tenista de 37 anos após a derrota por 6-2, 6-2 e 7-6(4) para Alcaraz na Quadra Central do All England Lawn Tennis and Croquet Club.
Em quatro participações em Jogos Olímpicos, Djokovic obteve apenas o bronze em Beijing 2008, em simples. Será que chegou a hora de ele chegar ao lugar mais alto do pódio?
Novak Djokovic: 'Preciso subir de nível para vencer Alcaraz e Sinner'
É uma tendência entre as pessoas que estão de fora se concentrarem nas conquistas que faltam a um atleta em vez de destacar as que ele obteve, e Djokovic o principal exemplo disso.
Mas nunca foi assim que Djokovic encarou as competições, mesmo que ele esteja bem ciente e tenha declarado estar ansioso pelo ouro olímpico. Ele colocou a questão de forma simples após a derrota em Wimbledon: "Vamos continuar, porque eu ainda continuo."
O foco de Djokovic agora é subir de nível: sua derrota em sets seguidos para Alcaraz disparou o alarme entre a comissão técncica, pois ele sente que não está em igualdade de condições com o espanhol - e ele inclui ainda o italiano Jannik Sinner, vencedor do Aberto da Austrália esse ano,
"Conseguir chegar à final de Wimbledon, é claro, é um grande aumento de confiança”, disse Djokovic. “Mas também sinto que em um confronto hoje contra os melhores jogadores do mundo no momento, com certeza – quero dizer, além de Jannik, os dois são de longe os melhores deste ano – sinto que não estou nesse nível."
“Para realmente ter a chance de vencer esses caras nas últimas fases de Grand Slam ou nos Jogos, terei que jogar e me sentir muito melhor do que hoje.”
Djokovic disse que se sentiu superado por Alcaraz em todos os aspectos, mas o veterano pode usar sua experiência neste momento único do calendário de 2024: o tênis Olímpico não é disputado no saibro desde Barcelona 1992, e é uma mudança que desafiará cada jogador que pisar em Roland Garros apenas duas semanas após o término de Wimbledon, realizado na grama.
Sérvio fala em 'aprender e ficar mais forte'
Foi no final do terceiro set da final de Wimbledon que Djokovic mais ameaçou Alcaraz, salvando uma série de match points e levando a parcial para o tie-break.
Embora Djokovic não tenha conseguido levar a partida para o quarto set, ele deveria se consolar não só por isso, mas pelas vitórias convincentes sobre os jovens Holger Rune e Lorenzo Musetti a caminho da final.
“Os Jogos Olímpicos e o US Open são os meus dois grandes objetivos para o resto do ano”, disse Djokovic. "Espero poder estar no meu melhor nível nesses dois torneios. É tudo o que posso dizer neste momento."
Porta-bandeira da Sérvia na Cerimônia de Abertura de Londres 2012, o tenista de 37 anos também pode recorrer ao formato Olímpico se tiver dúvidas: as partidas são disputadas em melhor de três sets, em vez de no formato melhor de cinco dos torneios de Grand Slam.
Há três anos, Djokovic estava a duas vitórias do ouro, mas vacilou – em duas barreiras. Depois de uma derrota nas semifinais para o eventual campeão Alexander Zverev, ele perdeu a disputa pela medalha de bronze para Pablo Carreño Busta, da Espanha.
Isso aconteceu depois de uma derrota chocante no primeiro turno para Juan Martin Del Potro no Rio 2016, o mesmo jogador que o derrotou pelo bronze em Londres (onde perdeu para Andy Murray nas semifinais).
Esse aumento de nível mencionado é o que consome Djokovic agora nos próximos dias em Paris. - onde, ele espera, poderá fazer algo que nunca fez antes: reivindicar o ouro.
“Vou trabalhar nisso”, disse ele sobre seu nível. “Não é algo que eu nunca tenha experimentado antes na minha vida. Tive tantas experiências diferentes ao longo da minha carreira. Diante das adversidades, normalmente eu me levanto, aprendo e fico mais forte. "É isso que vou fazer."