Conheça Brady Ellison, arqueiro que é o último recordista mundial dos Jogos Pan-Americanos
Os Jogos Pan-Americanos 2023 estão cada vez mais perto, e um dos competidores tentará repetir a performance que lhe deu um recorde mundial na última edição, o arqueiro de recurvo Brady Ellison. Saiba mais sobre o feito e a carreira do americano.
"Finalmente consegui, galera", postou Brady Ellison em 7 de agosto de 2019 durante os Jogos Pan-Americanos de Lima. Os que seguiam o americano no Instagram sabiam exatamente a que o arqueiro de recurvo estava se referindo no Peru.
"RECORDE MUNDIAL!!!!!"
Ellison havia vencido seu primeiro título individual em local descoberto meses antes de se tornar o arqueiro de recurvo a fazer mais pontos na história com 702, em uma prova em que os arqueiros atiram de uma distância de 70 metros em um alvo, com o centro valendo 10 pontos.
O dono de três medalhas Olímpicas foi apenas a segunda pessoa da história a passar da mágica marca de 700 pontos. O coreano Kim Woojin atirou exatamente 700 durante a Rio 2016 na prova nomeada a partir do formato do arco.
Ellison quebrou este recorde, marcando 702 de 720 pontos possíveis na rodada de ranqueamento na capital peruana.
"Significa muito", disse um emocionado Ellison depois do feito. "Eu tenho atirado tão bem este ano e acertei tantos 700 nos treinos. Entrei neste campo hoje e não havia nenhum evento, e eu sabia que ia conseguir."
Três anos depois, Ellison estava de volta ao auge.
"Bem, isso aconteceu", ele escreveu no Instagram em 30 de abril de 2022, depois de quebrar seu próprio recorde mundial na prova em que são realizadas duas rodadas consecutivas de 70 metros.
Marcando 1.378 de 1.400 pontos possíveis, o nativo do estado do Arizona superou a marca de 1.367, que já era dele.
"Claro que precisa ser ratificado, mas é um novo recorde mundial!!! Supera o anterior por 11 pontos!!!"
Com Santiago 2023 começando em 20 de outubro, Ellison espera novamente clicar na tecla de exclamação do teclado, tentando o quinto título pan-americano.
Saiba mais sobre um dos maiores arqueiros da história e um dos grandes rivais do brasileiro Marcus D'Almeida abaixo.
Brady Ellison apareceu no programa de TV 'Os Caçadores de mitos'
Em 2010, Ellison ajudou os apresentadores do programa a colocarem à prova o mito de que os gregos Antigos fizeram uma máquina que disparava flechas mais rápido e melhor que os arqueiros humanos.
Ellison conseguiu acertar todos os cinco alvos a 200 jardas de distância em dois minutos, usando 11 flechas. Depois, foi a vez da máquina. Ela gastou um minuto e 50 segundos, usando 15 flechas.
A média de Ellison foi de 5.5 flechas por minuto, enquanto a máquina disparou oito flechas por minuto. O mito, portanto, foi declarado plausível, e o americano teve bastante espaço na TV.
Remédios homeopáticos ajudaram Brady Ellison
"Parecia um relâmpago quando eu atirava", Ellison disse ao Olympics.com antes de Tóquio 2020.
A dor em seus dedos começou logo depois de ele ganhar prata por equipes e bronze individual na Rio 2016 e continuou por 2017 e 2018. Os médicos sugeriram até que ele desistisse do esporte.
Sua esposa, a também arqueira Toja Ellison, pensou em uma opção alternativa.
"Antes de conhecer Toja, não havia nenhuma maneira que eu cogitasse ver um especialista em bio-energética", disse Ellison. "Mas [o curador natural] coloca as mãos em você e te cura com a energia do corpo. Não sinto dores desde então."
A grande força de Ellison, no entanto, está na cabeça, segundo seu companheiro de time Zach Garett. "Diria que tecnicamente ele tem uma vantagem, mas a maior vantagem dele é mental."
Brady Ellison em busca de quinta participação Olímpica e do ouro inédito
"Não acho que você pode ser considerado o maior da história se não venceu os Jogos Olímpicos", disse Ellison no documentário Believe, sobre sua carreira.
"Quando você treina para os Jogos Olímpicos, não vive como uma pessoa normal. Você vive sua vida em períodos de quatro anos e tudo é baseado nisso. Todo o seu sucesso, todo o seu fracasso, tudo é sobre aquele momento. É especial."
O atleta de 34 anos tem duas pratas por equipes, em Londres 2012 e Rio 2016, e conquistou um bronze nos Jogos no Brasil.
"Eu pensei 'cara, finalmente você conseguiu. Você é medalhista Olímpico.'"
Ele ainda sonha com o ouro, especialmente após Tóquio 2020, em que perdeu nas quartas de final. De qualquer forma, Ellison sabe do impacto que causou.
"Quando alguém pede uma foto e está tremendo por estar nervoso ou empolgado... é algo que eu nunca sonhei, traz uma sensação de humildade, é muito legal."
"Você pensa como uma criança do interior do país de uma cidade pequena conseguiu fazer alguém ficar tão nervoso a ponto de pedir uma foto tremendo? Isso não acontece. Ainda é um conto de fadas para mim."