Uma das maiores figuras do voleibol do Brasil confirmou sua despedida das quadras. Fabiana Claudino esteve entre as protagonistas da geração mais vitoriosa da seleção feminina de vôlei, bicampeã dos Jogos Olímpicos, inclusive sendo capitã em Londres 2012. Aos 39 anos, a central anunciou o fim de sua trajetória como jogadora nesta terça-feira, 24 de setembro.
Fabiana defendeu a seleção brasileira em quatro edições dos Jogos Olímpicos, a partir de Atenas 2004. Após os ouros em Beijing 2008 e Londres 2012, ela também capitaneou a equipe na Rio 2016. Apesar de se aposentar das convocações naquele momento, ainda teve um retorno pontual ao time de José Roberto Guimarães em 2019. Além disso, a central continuou atuando no voleibol de clubes até 2023.
Neste período mais recente, Fabiana se tornou mãe do pequeno Asaf, nascido em 2021. Em suas redes sociais, a ex-capitã da seleção declarou que a despedida das quadras foi uma decisão tomada para passar mais tempo com a família. A veterana também anunciou que será embaixadora da League One Volleyball (LOVB), nova liga de vôlei criada nos Estados Unidos.
Fabiana atuou até o final de 2023 pelo Osasco, quando rompeu seu contrato e assinou por dois anos com a equipe de Atlanta na nova liga de vôlei dos EUA. Porém, Fabiana abriu mão do projeto como atleta para continuar morando no Brasil e participará do lado de fora das quadras, como embaixadora da LOVB no país.
"A decisão de não ir mais para Atlanta foi muito bem pensada, considerando as questões familiares envolvidas, que pesaram muito para mim. De toda forma, entendemos que continuar o meu relacionamento com a LOVB, agora como embaixadora, seria uma excelente oportunidade, tanto para mim quanto para eles", declarou Fabiana.
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História gigante nos Jogos Olímpicos
Nascida na cidade mineira de Santa Luzia, Fabiana ingressou na seleção brasileira ainda nas categorias de base. A central viveu um ano especial em 2001, aos 16 anos, quando foi vice-campeã mundial sub-18 e recebeu prêmios individuais no torneio. Era um prenúncio de seu talento, antes de se juntar ao time adulto em 2003 e fazer parte de uma ótima geração em ascensão.
A história de Fabiana na seleção está muito atrelada aos Jogos Olímpicos. Em Atenas 2004, a central era reserva do time que perdeu de maneira dolorosa para a Rússia na semifinal e terminou sem medalhas. Quatro anos depois, já como titular, Fabiana se firmou como um dos pilares na redenção brasileira em Beijing 2008. Conquistou o ouro inédito e esteve entre as melhores bloqueadoras da competição.
Já Londres 2012 marcou a consagração definitiva de Fabiana. Apontada como nova capitã do time, a central teve atuações brilhantes nos Jogos Olímpicos, eleita a melhor bloqueadora do torneio e outra vez medalhista de ouro. Por fim, na Rio 2016, Fabiana fez sua última participação Olímpica, outra vez como capitã. O Brasil encerrou sua campanha nas quartas de final. Após a competição, a central se aposentou da seleção.
Fabiana ainda ensaiou um retorno à seleção brasileira em 2019, visando Tóquio 2020. Naquele momento, a central inclusive estava atuando no voleibol de clubes japonês. Entretanto, o adiamento dos Jogos Olímpicos por causa da pandemia refez seus planos. A capitã engravidou e, em abril de 2021, nasceu seu filho, Asaf.
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A coleção de títulos
A lista de conquistas de Fabiana Claudino com a seleção brasileira ainda inclui sete títulos do Grand Prix, acumulados de 2004 a 2016, e mais três medalhas de prata na competição. A central também foi campeã dos Jogos Pan-Americanos Guadalajara 2011 e conquistou a prata na Rio 2007.
A principal lacuna na carreira de Fabiana foram os Campeonatos Mundiais, ainda hoje inéditos ao vôlei feminino do Brasil. Apesar disso, a central ganhou duas medalhas de prata e um bronze no torneio. Também teve duas pratas na Copa do Mundo. Seu último título pela seleção aconteceu em 2019, na breve volta da aposentadoria, faturando o Campeonato Sul-Americano pela sexta vez.
Por clubes, Fabiana despontou no Minas Tênis Clube. A central também defendeu Rio de Janeiro, Vôlei Futuro, Sesi, Praia Clube e Osasco, além de atuar no exterior por Fenerbahçe, da Türkiye, e Hisamitsu Springs, do Japão. Sua condecorada história inclui ainda múltiplos troféus de Liga dos Campeões da Europa, Campeonato Sul-Americano, Superliga e Copa Brasil.
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