Beatriz Ferreira luta, mas fica com prata em Tóquio 2020 no boxe Olímpico

Baiana é vice-campeã Olímpica no peso-leve em Tóquio 2020, mas queria o ouro. Beatriz Ferreira perdeu por decisão unânime contra a irlandesa Kelly Anne Harrington. Termina a melhor campanha Olímpica do boxe brasileiro.

3 minPor Gonçalo Moreira
Beatriz Ferreira, prata em Tóquio 2020 no peso-leve
(Miriam Jeske/COB)

Beatriz Ferreira se despede de Tóquio 2020 com a medalha de prata após perder na decisão para Kelly Anne Harrington (República da Irlanda).

O combate começou bem com a brasileira a dominar, acabando por receber dos juízes um marcador de 3-2 no primeiro round. No segundo houve mais trocas de golpes, depois de uma entrada mais calculista por parte das duas atletas. O jab de esquerda marcou pontos para Beatriz Ferreira, que dominou o centro do ringue e levou sempre a iniciativa do combate; a irlandesa respondeu com diretos de direita e os juízes consideraram clara a vitória de Harrington.

Para o terceiro e último round Beatriz Ferreira entrou pressionada sabendo que tinha que inverter o placar. A baiana esteve decidida e contundente nos golpes aplicados, mas Harrington foi inteligente, soube controlar a distância, jogou no "clinch" – agarrando a brasileira e quebrando o ritmo – e apostou na efetividade dos seus golpes, que foram em menor quantidade, mas tiveram qualidade. Os juízes decidiram dar a vitória por unanimidade a Kelly Anne Harrington por 5-0.

“Desculpa pai, desculpa Brasil”, disse ainda no ringue a boxeadora de Salvador.

É o final de uma apresentação Olímpica de grande nível de Beatriz Ferreira, campeã mundial do peso-leve, que assim melhora a prestação do Brasil no boxe feminino. Até agora, o melhor resultado tinha sido obtido em Londres 2012, por Adriana Araújo, que foi medalha de bronze em peso-leve na estreia do boxe feminino nos Jogos Olímpicos.

  • Primeira rodada: vitória por 5-0 vs Wu Shih-Yi (China Taipé)
  • Quartas de final: vitória por 5-0 vs Raykhona Kodirova (Uzbequistão)
  • Semifinais: vitória por 5-0 vs Mira Potkonen (Finlândia)
  • Final: derrota por 5-0 vs Kelly Anne Harrington (República da Irlanda)

Momentos marcantes do boxe Olímpico brasileiro

Beatriz Ferreira tem 28 anos, nasceu em Salvador, na Bahia e chegou em Tóquio 2020 com o objetivo de ser campeã Olímpica. Filha de Raimundo Oliveira, o Sergipe, bicampeão brasileiro e tricampeão baiano, começou no boxe acompanhando o pai nos treinamentos no ginásio Balbininho

Faz agora parte da história do boxe brasileiro, que vive seus melhores Jogos Olímpicos da história, conquistando ouro, prata e bronze em diferentes categorias de peso.

Confira as participações mais destacadas dos boxeadores brasileiros no torneio Olímpico.

  • Cidade do México 1968: Servílio de Oliveira ganhou a primeira medalha, um bronze em peso-mosca
  • Londres 2012: Adriana Araújo medalha de bronze em peso-leve na estreia do boxe feminino nos Jogos Olímpicos
  • Londres 2012: Yamaguchi Falcão medalha de bronze em meio-pesado
  • Londres 2012: Esquiva Falcão medalha de prata em peso-médio
  • Rio 2016: Robson Conceição, em peso-leve, tornou-se o primeiro campeão Olímpico brasileiro
  • Tóquio 2020: Abner Teixeira medalha de bronze em peso-pesado
  • Tóquio 2020: Hebert Conceição medalha de ouro em peso-médio
  • Tóquio 2020: Beatriz Ferreira medalha de prata em peso-leve
(Wander Roberto/COB)
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