Barba feita pela metade, meias da sorte e disposição das garrafas de água: superstições dos atletas em Paris 2024

Por Grace Goulding
5 min|
Gianmarco Tamberi of Italy sporting his famous half beard in the 2019 Men's High Jump final
Foto por Matthias Hangst/Getty Images

Seja bater na madeira ou jogar sal sobre o ombro, a maioria das pessoas tem uma ou outra superstição.

Mas não importa no que você acredita, as superstições podem dar sentido à natureza muitas vezes aleatória da vida e dar às pessoas uma sensação de controle.

No mundo das competições de alto nível, esse sentimento é vital. Continue lendo para descobrir o que alguns atletas Olímpicos farão para tentar controlar seus destinos nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Ordem na quadra: superstições do tênis a serem observadas em Paris 2024

Rafael Nadal: o rei dos rituais

O tênis parece atrair algumas das superstições mais interessantes, tornando-se um esporte em que cada detalhe e peculiaridade pode se tornar parte da rotina única de um jogador no dia da partida.

Entre esses jogadores está Rafael Nadal, 22 vezes campeão de Grand Slam. O espanhol toma um banho gelado exatamente 45 minutos antes de cada partida, um ritual que ele descreve como a entrada em um novo e poderoso espaço mental. Em quadra, ele organiza meticulosamente suas garrafas de água, garantindo que os rótulos fiquem voltados na mesma direção. Ele também segue uma sequência rigorosa de ações, como não pisar nas linhas da quadra e realizar uma rotina específica com a camiseta, cabelo e o rosto antes de sacar.

Somente nas quartas de final do Aberto da Austrália de 2022 contra Denis Shapovalov, Nadal completou sua rotina de puxar a camiseta, arrumar o cabelo e limpar o rosto 146 vezes.

Em sua autobiografia Rafa, o duas vezes campeão Olímpico falou sobre alguns de seus hábitos: "Preciso colocar as duas garrafas aos meus pés, em frente à minha cadeira, à minha esquerda, uma bem atrás da outra, apontadas diagonalmente para a quadra".

Nadal explicou: "O tênis é um esporte mentalmente agressivo, então qualquer coisa externa que possa me distrair, eu sempre o faço".

Naomi Osaka e suas superstições com as garrafas

Naomi Osaka, quatro vezes campeã de Grand Slam, também é muito cuidadosa com suas garrafas de água em quadra. Assim como Nadal, seu ritual gira em torno da disposição precisa das garrafas, certificando-se de que estejam voltadas para a mesma direção e em uma ordem específica.

"Eu diria que a maioria dos atletas tem superstições muito fortes", compartilhou Osaka. "Pode ser uma coisa, pode ser duas. Para mim, definitivamente são as linhas e o logotipo. Além disso, preciso que minhas garrafas de água estejam completamente alinhadas. Não sei bem por que isso é tão importante", explicou a estrela do tênis que foi responsável por acender a pira Olímpica em Tóquio 2020.

Para Daniil Medvedev, o tempo é tudo

Daniil Medvedev insiste em comer exatamente duas horas e trinta minutos antes de suas partidas, acreditando que esse tempo preciso é crucial para seu desempenho.

Eu como exatamente duas horas e 30 minutos antes das minhas partidas. Sempre. Não pode ser nem um segundo antes ou depois. Um tique. Eu não mudo essas coisas. Outras coisas, como treinar antes de uma partida, às vezes eu ajusto”, revelou.

Gianmarco Tamberi: O showman de meia barba

Gianmarco Tamberi é um dos maiores showmen do atletismo, conhecido por ostentar uma barba cheia durante a fase de classificação e raspar apenas metade para a final.

O saltador italiano, que ficou famoso por dividir o ouro olímpico com Mutaz Barshim, do Catar, em Tóquio 2020, agora se dirige a Paris como o atual campeão olímpico, mundial e europeu.

E, sim, ele será o homem exibindo sua icônica meia barba.

O atleta de 32 anos mantém esse ritual desde 2011 e não demonstra intenção de se barbear completamente. "Isso se tornou minha marca registrada", explicou Tamberi. "E por quê? Gosto de estar no palco e entreter o público."

Os fãs aguardam ansiosos pela performance e pela barba de Tamberi em Paris, onde sua presença carismática, sem dúvida, trará um toque de drama e emoção à competição de salto em altura.

A surfista Carissa Moore não pode surfar com suas meias da sorte, então seu marido as usa

A surfista americana e pentacampeã mundial, Carissa Moore, tem uma superstição única da qual não abre mão — que não depende dela, mas sim de seu namorado. A campeã olímpica de Tóquio 2020 acredita firmemente que as meias de seu namorado lhe trazem boa sorte nas ondas. “Meu namorado tem que usar as meias da sorte quando eu compito. É muito engraçado. Todas as baterias que perdi este ano, ele não estava usando as meias — então é basicamente culpa dele quando eu perco!” Moore compartilhou em uma entrevista à Women’s Health em 2014. Ela, enfim, se casou com Luke Untermann.

Supersticioso? Você não está sozinho

A atleta americana de salto em altura, Vashti Cunningham, assiste a "Kill Bill" na noite anterior a cada competição e participa de uma sessão de estudo bíblico com seu pai antes de cada prova. O jogador de vôlei brasileiro, Darlan Souza, realiza um movimento inspirado em Naruto antes de sacar. A campeã olímpica de golfe dos EUA, Nelly Korda, sempre mantém três tees em seu cabelo, trocando-os apenas quando quebram. E a triatleta paralímpica, Melissa Stockwell, carrega um dinossauro da sorte que seu filho lhe deu.

Então, se você evita sextas-feiras 13 e passar por baixo de escadas, saiba que não está sozinho. Esses rituais destacam a disciplina mental e as peculiaridades pessoais que podem levar as pessoas à grandeza.

E, enquanto você se prepara para assistir aos seus atletas Olímpicos favoritos em Paris 2024, fique atento. Talvez você veja alguns amuletos da sorte por aí.