André e George chegam 'no momento certo' para a disputa do vôlei de praia em Paris 2024
A fase não poderia ser melhor para André e George: nos últimos seis torneios Elite 16 do vôlei de praia de que a dupla participou, obteve quatro pódios - resultados que os consolidaram como uma das duplas que representará o Brasil em Paris 2024.
Em meio a essas e outras conquistas como o ouro nos Jogos Pan-Americanos e o bronze nas finais do circuito mundial, em Doha, ano passado, além de um terceiro lugar no Campeonato Mundial de 2022, a parceria chega "no momento certo" para sua primeira experiência em Jogos Olímpicos.
"Acho que esse ano que a gente fez foi um dos melhores ao longo desses cinco que a gente está junto. Era uma briga que a gente tinha de manter essa consistência de ir para o pódio mais vezes. E esse ano foi espetacular para a gente, pois dentro de seis Elite 16, foram quatro pódios. Então, foi um bom resultado e isso dá confiança. Foi no momento certo," disse André em conversa com o Olympics.com e outros veículos de imprensa na chegada à Vila Olímpica.
André lembrou que a parceria começou a jogar mais motivada por ter começado 2024 ainda na briga pela classificação:
"Não tinha nada garantido ainda no início do ano. Então havia essa pressão, essa vontade, essa briga. Isso motivou cada vez mais a gente. Conseguimos grandes coisas já esse ano e a gente espera conquistar mais uma, talvez a maior das nossas carreiras", completou André.
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Preparação foi com a melhor dupla do circuito
André e George estão atualmente em terceiro lugar no ranking Mundial, atrás apenas dos suecos Ahman e Helvig, e dos noruegueses Mol e Sorum - ambas as parcerias estão entre as favoritas ao ouro em Paris.
Em vez de voltar ao Brasil nas semanas prévias aos Jogos, eles disputaram o Elite 16 de Viena, na Áustria, e optaram por permanecer na Europa, em uma semana de treinos ao lado justamente da parceria sueca.
"Foi muito proveitoso para a gente. Nós acabamos não jogando tanto contra eles durante um ano, são umas partidas muito pontuais ali e aí, geralmente na final ou semi de torneio. Então acaba que a gente não tem realmente essa frequência de estar enfrentando eles o tempo todo e acaba fazendo um pouco de diferença. Muitos times se enfrentam bastante nos europeus e então sabem como jogar, já tem uma noção melhor de jogo deles e eu acho que a gente conseguiu colher bastante coisa aí nesse período que a gente fez," comentou George, que também considera a parceria da Suécia a principal a ser batida no torneio Olímpico.
"Obviamente eles são o time número um do mundo hoje, então tem que ter uma preparação melhor, um estudo melhor em cima deles e acho que a nossa equipe vem fazendo isso. A gente está cada vez mais chegando ali, pertinho, de pegar a nossa vitória em cima deles. E acho que aqui é o lugar perfeito para isso acontecer," completou.
Grupo é visto como 'forte' na primeira fase
Os brasileiros estão no grupo D da primeira fase e estrearão no dia 27 de julho, diante da dupla Abicha/El Graoui, do Marrocos, que não jogam o circuito Mundial.
"É um grupo forte. Eu acho que não tem grupo fraco em Jogo , mas o nosso primeiro confronto é contra uma dupla marroquina que não joga o circuito mundial. Mas hoje em dia, como a gente falou, não tem quem não saiba jogar vôlei de praia. Se você entrar mole, eles vão levar o jogo. Então você quer entrar realmente como em todo campeonato. Assim, cada jogo é uma final, principalmente aqui," destacou André.
A chave conta ainda com os cubanos Diaz/Alayo, que ocupam a posição de número 12 na lista mundial e foram derrotados por 2 a 1 pelos brasileiros nas finais dos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023 e do Challenger de Saquarema, e os americanos Partain/Benesh, atuais nonos colocados.
"Nós fizemos uma final dramática do Pan-Americano contra os cubanos, e o mesmo aconteceu no Challenger de Saquarema, então a gente já espera que vai ser assim. O outro time é dos Estados Unidos, a principal dupla deles, que tem feito bons resultados. Já fizemos jogos contra eles, ganhamos, perdemos. A gente espera partidas duras, mas que a gente sabe que tem condições de superar todos eles. É entrar como se fosse uma final," completou.
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George: 'A gente sonha com isso desde que virou atleta'
Faltando poucos dias para a estreia Olímpica, a ansiedade ainda influencia um pouco, segundo George.
"Realmente é um momento que a gente sonha desde que virou atleta realmente de vôlei de praia. Eu, particularmente, desde antes,pois sempre acompanhei o esporte, sempre tive muito junto do esporte. Realmente, é mágico. Acho que a gente tá aqui, sonha desde criança com isso e é fruto de todo nosso trabalho junto. Juntar a nossa equipe, a gente tem que abdicar de muita coisa. Agora eu acho que a ansiedade realmente só vai sair no momento em que a gente entrar dentro de quadra, eu tenho certeza, e fazer o nosso," comentou ao Olympics.com.
A disciplina terá um atrativo a mais com a quadra aos pés da Torre Eiffel, no Campo de Marte, que já considerada uma das mais icônicas dessa edição dos Jogos Olímpicos:
"Com certeza. Acho que a gente está tirando sorte aí, porque eles estão nos colocando nos melhores lugares para a gente jogar. E eu acho que a arena ficou realmente sensacional. De tantas fotos e vídeos que já recebemos, acho que a gente mais que todo mundo quer ir logo e treinar lá pra ver se tem esse clima, né?"
Apesar de todo esse clima festivo, George garante que isso acaba a partir do momento que a competição começar.
"A gente pode se deslumbrar um pouquinho antes do torneio começar, porque depois disso não tem o que pensar, somente na vitória e em tentar trazer nossa medalha aí para casa," destacou.